ALERTA DE SPOILER: Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos do episódio. Continue a ler por sua conta e risco.
Westworld veio com uma narrativa complexa desde o início de seu primeiro episódio. As mudanças entre a linha de tempo não foram bem desenhadas, mas sabemos que muito delas eram os devaneios de Dolores em busca de sua própria compreensão. Mesmo assim, em seu último episódio a série atira em sua narrativa e da apresentação do parque de diversões, vem agora os perigos criados por Arnold e Ford.
Os Anfitriões
Logo de início vemos a construção de Dolores e seu elo com Arnold, que demonstra ser apaixonado pela sua criação e a conexão dele com ela e seu filho. O tal labirinto que até o Homem de Preto busca acaba sendo um desenho amplo para ela, e os Anfitriões, compreenderem a própria consciência. Se ele antes pensava nos ensinamentos com base piramidal, aos poucos compreendeu a complexidade por trás do próprio projeto.
A confusão na linha do tempo é horrível, mas explica os devaneios dos Anfitriões e o controle de seu sonho e memória, onde descobrimos que a memória e a lembrança de seus erros e acertos é que os ajuda na criação de uma consciência. Assim vemos William e Logan brigando por Delos, não só Dolores, e com o tempo descobrimos que o Homem de Preto é William.
William é sócio majoritário e quer compreender o labirinto, e em conversa com Ford comenta que o parque pode ser real, mas ele não reage como a realidade, e é bem isso que até mesmo Ford compreende e entrega aos Anfitriões, o controle de seus destinos.
A Decisão de Ford
Assim as lembranças se tornam consciência, com direito a Dolores se lembrar de sua missão e que ela é Wyatt. Arnold deixou claro que o destino dela é destruir o parque e com isso o discurso dela para William do futuro é delicioso. Ela fala sobre humanos, pó e novos deuses, dando uma profundidade sensacional. E se pararmos para pensar, os diálogos de Westworld é algo formidável, cheio de nuances e detalhes.
Ford deixando que a consciência dos Anfitriões seguir e Sizemore se dando conta da ausência dos anfitriões danificados, foi de arrepiar. William, que sempre reclamou da falta de reação, acaba levando um tiro, enquanto a festa de lançamento da nova narrativa de Ford vira uma verdadeira chacina iniciada por Dolores, em um trabalho sensacional de Evan Rachel Wood.
Maeve
A fuga da anfitriã é cheia de mortes e muita conexão com as histórias dos anfitriões e a forma como ela encara este mundo. Foi sensacional Bernie mostrando a ela que ela também segue uma programação, mesmo que ela acredite que tenha seu próprio domínio. Ainda não foi mostrado quem mudou seu código, mas no fim das contas, mesmo que ela tentasse se desligar da filha, ela não consegue e antes de sair do parque ela acaba voltando para ir ao Park 1.
Essa questão de Park 1 deixa aberta a ideia de que Westworld é apenas um dos parques que a Delos mantém, lembrando que no filme da década de 1970 haviam outros parques, como o jurássico. A despedida de Maeve para Felix foi simples e mostrou um sentimento interessante, assim como ela faz com Clementine e o carinho pela amiga. Adorei ela usando Hector e Armistice para avançar em sua fuga.
Westworld conclui sua temporada já garantindo uma 2ª só para 2018, e este com roteiro de seus criadores, Lisa Joy e Jonahan Nolan, mostra como eles dominam a história que querem contar, precisando somente dominar o controle narrativo, que foi confuso, mas não estragou em nada a jornada pelo parque da Delos.
Algo que não há um ponto negativo é o elenco da série. Thandle Newton deu um verdadeiro show ao lado de Anthony Hopkins, enquanto Wood soube dar a força e a delicadeza necessária a Dolores, Rodrigo Santoro foi bem eficiente, sem algo negativo a falar de sua performance, enquanto Jeffrey Wright merecia mais tempo em cena.
Fico por aqui, comentem e to be continued…