quarta-feira, 23 outubro, 2024
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Venom: A Última Rodada | Crítica: Pelo menos é a última, certo?

Curioso notar que Venom: A Última Rodada (Venom: The Last Dance, 2024) acabe por ser o final de uma trilogia que começou como uma grande aposta da Sony Pictures com os personagens adjacentes do Universo do Homem-Aranha que tinha, e ainda tem, os direitos, para ser a peça fundamental que deu start em uma sequência de filmes de super-herói de gosto duvidoso que inundaram os cinemas nos últimos anos.

E é assim que o espectador deve encarar essa última rodada com Eddie & Venom: um filme para ir sem esperar muita coisa. Afinal, depois do primeiro ter ido bem em termos de bilheteria, e o segundo de ter brincado de cogitar que esses personagens poderiam fazer parte do MCU de alguma forma, o terceiro parece que finalmente aceita seu papel em ser galhofa e abraçar a cretinice que deveria ter sido desde do começo.

Tom Hardy em cena de Venom: A Última Rodada. Foto: SONY PICTURES ENTERTAINMENT

E aqui Venom: A Última Rodada faz isso e segue a fórmula e a cartilha de filme final de trilogia, onde o próximo sempre tem que ser maior e mais barulhento que o anterior. Melhor? Não dá para dizer. Já o carismático Tom Hardy dá o tom mais uma vez aqui, e até leva crédito no roteiro que assina junto com Kelly Marcel que assume a direção e faz do filme o seu primeiro projeto no cargo.

E fica claro que o ator está ali para mais uma vez se divertir com o personagem e as doideiras que a dupla é colocada novamente. Se para Hardy é o final de uma trilogia, para Marcel é a oportunidade de colocar seu nome em um filme de super-herói de mega orçamento e quem sabe galgar uma nova oportunidade e sair com alguma coisa em mãos para fazer em seguida.

E o mesmo vale para basicamente todos os envolvidos aqui. Afinal, Venom: A Última Rodada é cercado de nomes que pipocaram na Tv e no streaming nos últimos tempos com produções hypadinhas. Seja Rhys Ifans com A Casa do Dragão, seja a dupla Juno Temple e Cristo Fernández com Ted Lasso. Todo mundo parece que está aqui pensando no próximo projeto, afinal, em termos de narrativa e de conclusão de franquia é basicamente isso que esse novo filme entrega.

As conexões com o MCU, a tentativa de colocar Eddie e Venom para brigar com um Homem-Aranha (seja lá qual variante dele), a tentativa de criar um filme do grupo de vilões conhecido como Sexteto Sinistro, e apenas a justificativa de por que estamos acompanhando essas histórias de vilões b dos quadrinhos, tudo é deixado de lado aqui, onde Marcel opta pelo espectáculo, pelo cômico, e claro, pelo mar de efeitos especiais.

E claro, por criar não só um novo esquadrão de simbiontes como também de animais venom (o cavalo, o sapo, o peixe e tudo mais). Venom: A Última Rodada é um avanço em termos do uso de efeitos especiais e aqui faz um filme bem mais superior que os dois primeiros, seja quando a história apresenta novos simbiontes, que são representados por cores, ah lá os Power Rangers, e também as ameaças que fizeram a trilogia começar efetivamente com a figura de Knull (um líder dos simbiontes e que foi exilado pelos mesmos) e seus caçadores que lembram um pouco as criaturas da franquia Um Lugar Silencioso.

Venom: A Última Rodada segue quase como a estrutura de um roadtrip movie e é basicamente um mesmo. Afinal, a narrativa quer levar Eddie e Venom do México, onde eles passavam férias, de volta para os EUA, de preferência para Nova York. E é isso que o roteiro de Hardy e de Marcel faz. Coloca esses amigos, parceiros, companheiros em uma aventura que o texto mesmo frisa logo de cara que pode ser a última.

E para isso, a história precisa não só estabelecer as ameaças desse chefão do mal, uma figura branca, pálida de cabelos compridos e que senta em uma espécie de trono no meio de um planeta vazio, mas também das figuras humanas, principalmente do exército que estuda esses simbiontes desde que chegaram no espaço. E claro que de um lado temos as cientistas Dr. Payne (Temple, muito bem e que deixa completamente de lado a figura de Ted Lasso) e sua colaboradora Sadie (Clark Backo), também chamada de Natalina, por que aparentemente ela ama o natal? (melhor não perguntar) e também do exército comandado pelo General Rex Strickland (Chiwetel Ejiofor depois de ter tido papel proeminente nos filmes do Doutor Estranho, melhor não perguntar mais uma vez).

Enquanto descobrimos mais sobre os motivos que Venom veio para a Terra, temos a informação de que o grande vilão quer um tipo de chave para ser libertado e a mitologia dos simbiontes é revelada para gente, depois os personagens também descobrem, Eddie e Venom estão de volta e precisam lidar como vão encarar o que definitivamente é a última aventura deles. O texto em que vemos Eddie e Venom trocarem farpas continua o melhor que conseguimos tirar dessa história toda. Venom: A Última Rodada realmente se diverte quando pira nas situações entre os dois personagens que vão para Las Vegas como uma das paradas e cruzam mais uma vez com a Sra. Chen (Peggy Lu) e depois com uma família paz & amor natureba que acredita em ETs e estão de passagem pelo deserto até a área 51. 

No meio de revelações e ameaças globais que o exército de criaturas apavorantes faz quando aparecem na Terra, Venom: A Última Rodada coloca todo mundo para ser NÓS SOMOS VENOM quase como um Venons, Avante em homenagem para a frase clássica do Capitão América nos filmes de Vingadores.

Mas no final, é isso, essa terceira parte fecha um círculo, uma etapa de uma tentativa falha, apática e capenga de criar um Universo de Homem-Aranha, mais uma vez sem o Homem-Aranha. É preciso muito mais do que apenas colocar a Sra. Chen vestida como a Fada Madrinha do Shrek dançando com Venom uma canção do ABBA. Engraçado e galhofa, sim, mas tudo tem limites e aqui parece ter sido a última vez.

Nota:

Venom: A Última Rodada chega em 24 de outubro nos cinemas nacionais.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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