sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Upload | Crítica da 1ª Temporada

Bem-vindos à 2033. Adorável (e Digital) Novo Mundo.

Para os fãs da finada série The Good Place, Upload (2020), a comédia da Prime Video que chega em Maio, pode ser a sua mais nova série queridinha da vida, sim senhores. Com uma proposta super tecnológica, e um roteiro deliciosamente sarcástico, e muito bem humorado, a nova série de Greg Daniel, criador das comédias Parks And Recreation e The Office, Upload fascinará o expectador logo de cara.

A premissa parece ser simples, onde num futuro não muito distante, quem morre tem a opção de fazer o upload de sua consciência, ou alma assim por dizer, para um dos paraísos criados digitalmente e assim viver eternamente.

Robbie Amell, Kevin Bigley, and Allegra Edwards in Upload (2020)
Upload | Crítica da 1ª Temporada | Foto: Prime Video

E é isso que acontece com Nathan (Robbie Amelll saindo da sua zona de conforto e realmente mandando muito bem) um desenvolvedor de software cara boa pinta que aparentemente vive uma vida normal com a família, e sua namorada Ingrid (Allegra Edwards) que tem muito dinheiro. Acontece que Nathan sofre um acidente de carro e acaba indo para o tão falado pós vida digital, a caríssima comunidade chamada Lakeview.

Como falamos, Upload pega algumas das ideias da série The Good Place com o filme Pequena Grande Vida (2017), sem a parte da miniatura claro, e entrega uma divertida e excêntrica comédia que fala e debate sobre a vida após a morte e todas as questões que isso envolve. Sem soar muito filosófica ou pomposa demais, Upload faz isso de uma forma simples, e para isso entrega um humor mais físico e visual, sem deixar de tocar em assuntos e divagações importantes.

O primeiro episódio Welcome to Upload tem uma duração de mais ou menos uns 40 minutos e que até conta uma história fechadinha, que poderia ser um filme, mas já no seu segundo episódio – Five Stars, Upload abre as portas para a série conseguir brincar ainda mais com a vida pós morte, e claro sobre como Nathan foi parar lá e se ajustar nessa nova vida digital.

Upload faz, a cada episódio, como uma caixa de surpresas, e na mesma intensidade que vemos Nathan tentando se acostumar nesse paraíso tecnológico digital, vemos mais de como a sociedade, ainda bem capitalista, desse futuro se comporta, de como as coisas funcionam em relação à privacidade digital, e do nosso relacionamento com as grandes corporações que cuidam (e lucram!) com nossos dados.

E assim, Nathan serve como os olhos do espectador conhecer mais sobre o novo local que ele vive com todas as peculiaridades que a série entrega, como café da manhã ilimitado, avatares pagos personalizados, e “anjos” disponíveis 24 horas por dia para ajudar os hóspedes desse grande hotel de luxo digital.

Do outro lado do paraíso, na Terra propriamente dits, vemos também quem comanda e gerencia o lugar, a empresa que a atendente virtual Nora (Andy Allo, numa atuação incrível, uma revelação) que serve como o anjo da guarda digital do rapaz. Nora é o nosso contato nesse futuro onde a tecnologia parece ter dominado cada aspecto de nossa vida, desde de carros automáticos, até mesmo celular na palma de nossa mão.

E claro, como uma boa comédia, vemos esses dois mundos se colidirem, onde temos essas duas figuras completamente diferentes uma das outras, unidas pela vida após a morte, só que uma bem viva, e outra bem “morta”, onde a “vida” dos dois ao longo dos episódios muda completamente. 

Andy Allo in Upload (2020)
Upload | Crítica da 1ª Temporada | Foto: Prime Video

Upload entrega o famoso arco será que eles vão ou não ficar juntos, mas não se engane Nathan e Nora tem mais química juntos do que Eleanor e Chidi em The Good Place jamais tiveram. A química entre Amell e Allo é incrivelmente agradável e deliciosa de se assistir, unida com as singularidades que Upload tem para oferecer em seu texto.

Junto à isso, a cada episódio Upload parece que nos apresenta à mais um cantinho desse vasto e divertido mundo digital criado pelos produtores, onde vemos desde de vestimentas para sexo como uma experiência VR, até mesmo um Funeral digital, e claro, um possível caso de conspiração, onde a série levanta a questão de que será que o acidente de Nathan foi apenas um acidente ou foi proposital? Não vamos dar spoilers, mas vale a pena acompanhar a temporada para algumas surpresas ao longo do caminho.

Upload faz então uma das produções mais divertidas e encantadoras lançadas em 2020, numa trama bem humorada, com um senso de humor bastante afiado, num texto sobre criar conexões humanas em um mundo cada mais digital e artificial. No final, Upload faz uma aposta certa, e entrega uma série que não pode passar desapercebida pelo público nessa quarentena.

Upload chega, com 10 episódios, na Prime Video em 1º de maio.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

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