sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Uma Razão Para Viver | Crítica

Uma Razão Para Viver (Breathe, 2017) poderia ser mais um filme romântico sobre um casal de apaixonados com um final trágico mas acaba sendo uma história inspiradora, leve, com um humor britânico bastante peculiar e claro bastante emocionante. O longa acerta em usar seus dois atores principais de uma forma muito bem trabalhada e claro atuada.

Foto: Diamond Films

Talvez o maior destaque aqui fica realmente com o ótimo empenho de Andrew Garfield (Até O Último Homem, Silêncio) em se transformar em Robin Cavendish que aos 28 anos durante uma viagem para a África foi diagnosticado com polio, uma doença que ataca o sistema nervosa e causa paralisia e que nos anos 60 era praticamente uma sentença de morte. Claro que Um Razão Para Viver começa de uma forma bem tradicional para os filmes desse gênero, conhecemos o rapaz galanteador para depois seremos apresentados para a moça bonita e como eles ficam juntos e se casam. O filme faz questão de monstra que ambos possui um espirito aventureiro e consegue em poucas cenas também deixar claro como o diagnostico muda completamente a vida do casal.

E sendo assim, a esposa de Robin, Diana, a fantástica Claire Foy vista na série da Netflix, The Crown, ao se preocupar com o bem estar do marido que poderia passar o resto de sua vida na cama devido à sua condição pensa numa possibilidade de dar locomoção e cria junto com os irmãos engenheiros uma cadeira de rodas com um respirador acoplado na parte de baixo.

Todo o trabalho de construção dos cenários, desde do hospital até a casa de campo que o casal vive é formidável. Os detalhes tanto na ambientação, quanto nos figurinos e claro na própria história são muito bem construídos e explicam todas as dúvidas e perguntas que o filme poderia gerar, como por exemplo a questão do dinheiro que o casal tem afinal nenhum deles trabalha, o funcionamento da cadeira e claro a explicação sobre como a doença afetou o corpo de Robin. O roteiro de William Nicholson (dos filmes Os MiseráveisElizabeth: A Era de Ouro) tem como a preocupação deixar tudo muito bem explicado e de fácil entendimento para quem assiste e consegue misturar momentos mais leves com partes de sofrimento sem deixar que nenhum deles se sobreponha e prejudique a fluidez da produção.

Um Razão Para Viver também marca a estreia de Andy Serkis, mais conhecido pelo seu papel em Planeta dos Macacos na direção. E já em seu primeiro filme ele acerta em conseguir trabalhar com a câmera de uma forma completamente empolgante e mostrar momentos bem capturados de como a doença consegue afetar a vida de uma pessoa e claro de todos ao seu redor. Os focos nos olhares entre Foy e Garfield são muito bem colocados e Serkis consegue extrair o melhor dos dois atores, principalmente quando as situações se mostram adversárias do casal mesmo que passadas às vezes bem rápidas.

Foto : Diamond Films

O elenco de apoio realmente ajuda muito o filme a contar sua história, Tom Hollander como os irmãos gêmeos de Diana realmente se destaca por sua atuação e o médico, Dr. Kan interpretado por Amit Shah consegue deixar um momento tenso do filme muito bem representado. Mas claramente Uma Razão Para Viver vale a pena pelas atuações de Claire Foy que tem uma aura celestial que deixa sua personagem com um ar bastante envolvente e de Andrew Garfield que realmente se transforma a cada etapa da vida de Robin. Com o desafio de um personagem que exigiu que o ator ficasse imobilizado e só mexesse a cabeça ele consegue transparecer o sentimento de aflição e angustia quando descobre sua real condição e depois a alegria e sentimento de liberdade quando a cadeira de rodas dá a possibilidade de acompanhar o crescimento do filho, Jonathan (que na vida real acaba produzindo o filme sobre a vida dos pais).

Mesmo sendo díficil não comparar com a produção A Teoria de Tudo, Uma Razão para Viver é sopro de emoção e a atuação dos atores principais é tão natural quanto respirar. Mesmo com algumas barrigadas ao longo do caminho e claro uma romantização em alguns momentos principalmente durante as cenas de uma viagem do casal para Espanha, o filme se empenha em contar uma história bastante bonita, com paisagens maravilhosas, e acaba sendo mais um longa de superação do que efetivamente um dramão e mostra com sensibilidade uma trajetória de amor e empenho.

Nota:

Uma Razão para Viver chega nos cinemas em 16 de Novembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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