Desaparecida serve como uma sequência espiritual para o longa Buscando de 2018. Na realidade, o que temos, é um novo filme dentro do mesmo universo que foi apresentado no longa estrelado por Jon Cho.
Ambos apresentam personagens que desaparecem e ambos mostram como esse evento alterou uma relação familiar. Se lá em Buscando… o foco era a dinâmica pai e filha nessa busca, aqui em Desaparecida a história acompanha mãe e filha na medida que uma some e a outra está em sua busca.
O que não muda é que os dois filmes se passam através de telas de computadores e outros objetos eletrônicos. E batemos um papo com Nicholas D. Johnson e Will Merrick, os diretores do filme que trabalharam também em Buscando…
Eles falaram algumas curiosidades do longa e o processo de criação desse novo filme na qual eles trabalharam por mais de 3 anos.
Garota busca por mãe que sumiu em trailer de Desaparecida
ArrobaNerd: Por conta de vocês terem trabalhado como editores em Buscando… o quão antes no processo de produção de Desparecida vocês decidiram o que vocês queriam mostrar no trailer? Poderiam contar um pouco sobre o processo?
Nicholas D. Johnson: Nós tivemos muita sorte em trabalhar com o incrível time de marketing da Sony que bolaram muitas ideias interessantes e divertidas… eles são muito talentosos no que eles fazem. Eu acho que nós sempre soubemos o que queríamos mostrar, colocar certos momentos para o público no trailer para aumentar a empolgação sobre o filme, mas também estávamos muito cientes das coisas que absolutamente não queríamos mostrar no trailer.
Eu acho que o trailer faz um bom trabalho em construir um sentimento para criar questionamentos, e honestamente de sugerir alguma das reviravoltas mesmo que mostre muito menos do que você ache que vai acontecer e ao mesmo tempo salva muita coisa legal para o filme.
Will Merrick: Não queríamos dar tudo no trailer.
Quais experiências que vocês aprenderam com Aneesh Chaganty, o diretor de Buscando…., que vocês levaram e aplicar aqui em Desaparecida?
Will Merrick: Observar Annesh em Buscando… e também em Fuja que é outro filme que fizemos com ele foi uma grande experiência de aprendizado. Quero dizer, sim, aprendemos muito sobre como tudo isso é feito. Lembro-me de quando estávamos prestes a entrar no set, ele compartilhou sua pasta do Google Drive sobre como se preparou e obtivemos muitas ideias úteis apenas olhando para aquilo.
Nicholas D. Johnson: E também o apoio dele variou de diversas formas, como essa parte prática, de compartilhar documentos de como ele se preparou, até mesmo apoio emocional de como, ei pessoal, eu já vivi isso, estou com vocês.
Will Merrick: Foi ótimo tê-lo como produtor neste filme.
Nicholas D. Johnson: Honestamente, é uma coisa tão vulnerável dirigir um filme, especialmente quando é o seu primeiro filme de um estúdio grande, mas o ter como apoio foi inestimável.
Foto: Arroba Nerd/ Miguel Morales.
Estou muito curioso para saber como foi efetivamente gravar o filme? Quanto tempo levou? Vocês gravaram em ordem? Por que muita coisa acontece ao longo do filme, especialmente no final.
Will Merrick: Não gravamos em ordem. E gravamos durante uns 20 dias. Foi menos de um mês. Mas nós gastámos quase 3 anos criando os gráficos e as animações [das telas do computador]. Então foi com isso que gastámos a maior parte do nosso tempo.
Nicholas D. Johnson: E acho que na verdade organizamos nosso cronograma de filmagem de uma forma que permitia que os atores lessem suas falas juntos no set [em pessoa], um com os outros no set, porque sabíamos que essa conexão emocional é difícil de forjar por meio de um computador. Então, nós definitivamente filmamos fora de ordem e de maneiras estranhas, mas com o objetivo de sempre tentar obter o melhor desempenho de nossos atores.
Além de vocês dirigem o filme, vocês também escreveram o roteiro. Teve algum momento que vocês pensaram: Nossa vamos parar um pouco aqui por que isso tá muito doido? A pergunta principal é o quanto o roteiro mudou desde da época que vocês venderam o projeto para o estúdio até o momento que vocês finalizaram o filme?
Will Merrick: A história central principal nunca mudou em relação ao esboço original de Sev e Aneesh, mas muito dos detalhes que você vê ao longo do filme mudaram. Nós adicionamos coisas, melhoramos coisas, deixamos alguns arcos mais fortes, trabalhamos mais nas revelações e esperamos que vocês tenham gostado do resultado final.
Nicholas D. Johnson: Um dos grandes privilégios de trabalhar em um filme como este é porque é tão animado e muito do que é feito, é feito na pós-produção. Houveram reescritas [de cenas] acontecendo [o tempo todo], você sabe, ao longo de todo o filme, até o dia anterior que nós fechamos e completamos o filme. Nós escrevíamos novas falas, e novas formas de contarmos as coisas. Foi como Will comentou, o principal, a estrutura estava lá, mas muito da execução, e o que realmente aconteceu em cada cada, mudou constantemente.
Em Desaparecida, acompanhamos a jovem June (Storm Reid) que se vê em uma busca contra o tempo quando sua mãe (Nia Long) desaparece durante uma viagem de férias para a Colômbia com o novo namorado dela. Assim, de Los Angeles, e longe alguns quilômetros do último local onde sua mãe foi vista pela última vez, June terá ajuda da tecnologia para tentar recriar os passos dela no país antes que seja muito tarde.
Na medida que ela investiga os rastros digitais de sua mãe, perguntas surgem nos lugares de respostas e segredos são revelados. June vai descobrir que sua mãe não era nada daquilo que ela dizia ser.
Aneesh Chaganty e Sev Ohanian criaram a história e a dupla de diretores também cuidaram do roteiro.
Desaparecida chega em 02 de março nos cinemas nacionais.
