E se certas músicas te fizessem voltar no tempo para antigos momentos? É essa a premissa do longa Grandes Hits que chega no Star+ depois de ter passado pelo Festival SXSW em Março.
E o responsável por esse longa é o diretor e roteirista Ned Benson que trabalhou nos longas The Disappearance of Eleanor Rigby: Him e The Disappearance of Eleanor Rigby: Her. Estrelado por James McAvoy e Jessica Chastain, no Brasil, o terceiro filme chegou por aqui como Dois Lados do Amor (2013). Logo depois Benson cuidou do roteiro de Viúva Negra, longa da Marvel Studios liderado por Scarlett Johnson e Florence Pugh.
E agora é vez de Grandes Hits, que teve direção e roteiro de Benson. Na trama Harriet (Lucy Boynton, de Modern Love) vê a arte imitar a vida quando ela descobre que certas músicas pode a transportar de volta no tempo…. literalmente.
Enquanto ela revive o passado, através das memórias românticas de seu antigo namorado (David Corenswet visto em Pearl, The Politician e o próximo Superman nos cinemas), suas viagens no tempo a colocam em rota de colisão com um novo interesse amoroso no presente (Justin H. Min da série da Netflix, The Umbrella Academy). Assim, enquanto Harriet vive uma jornada hipnótica entre música, memória e amores, ela se pergunta: mesmo que ela possa mudar o passado, ela deveria?
Batemos um papo com o diretor que comentou curiosidades sobre o longa, como surgiu a ideia para o filme e também reunir esse elenco para o drama. Confira abaixo.
Grandes Hits | Crítica: Uma jornada de luto musical e emocionante
Como que surgiu a ideia para Grandes Hits? Foi uma experiência pessoal que você viveu, um sonho? Ou você tava ouvindo alguma música? Pode falar um pouco sobre a concepção do filme?
Ned Benson: Eu acho que foi uma mistura de tudo. Eu acho que a música sempre mexeu comigo. Eu ouço músicas todos os dias, sempre que posso quando eu trabalho. Então, eu acho que ficava pensando sobre essa ideia de que como certas música me faziam voltar para uma memória específica. E isso claramente fez parte do processo e depois eu li esse livro chamado Musicophilia: Tales of Music and the Brain do autor Oliver Sacks que conta como a música interage com o seu cérebro e te causa algumas coisas como alucinações musicais. Foi assim que tudo começou, usando isso como um conceito para a história e para o que o Harriet, a nossa personagem principal, estava a passar.
E como foi o processo para a produção do filme? Você escreveu o roteiro com certas músicas na cabeça ou foram colocando as músicas durante o processo de pré-produção? Poderia explicar um pouco como foi?
Ned Benson: Olha foi um pouco de tudo. Algumas canções escolhemos no início, e outras canções pensamos em colocar no processo de pré-produção. E depois quando estávamos a fazer o filme tivemos outros. E também depois algumas foram escolhidas na pós-produção, quando pensamos que queríamos experimente coisas novas.
O quanto o roteiro do Grandes Hits mudou desde do momento que você apresentou a ideia para a Searchlight Pictures até quando vocês começaram a gravar o filme?
Ned Benson: Eu acho que o roteiro da época que gravamos o filme foi basicamente o mesmo do começo. Claro, teve vezes que precisamos ajustar algumas coisas no dia das gravações, mas fomos bastante fieis ao roteiro. E também teve algumas passagens que foram editadas, ou também encontrávamos algum tipo de alguma nova música [para colocar no filme] ou até mesmo descobrimos alguma coisa com os atores que dava para mudar na época das gravações.
E como foi a sua experiência em ter lançado Grandes Hits no Festival SWSW?
Ned Benson: Foi uma experiência maravilhosa. Eu acho um festival muito descolado. Eu acho que é um festival que une culturalmente muita coisa, você tem música, você tem a parte interativa, você tem filmes… e a cidade é muito divertida. Na verdade eu passei algum tempo lá e vivi lá por um período. Então fazer a pré-estreia lá, foi para mim uma experiência muito especial.
Grandes Hits é liderado pela Lucy Boynton que está fenomenal aqui. Como foi o processo de seleção desse elenco? Poderia contar como você chegou no nome de cada um deles?
Ned Benson: Sim, eu tive muita sorte de reunir um bom grupo de pessoas [para esse filme]. E todos eles são artistas fenomenais e pessoas fenomenais. E eu acho que Lucy era alguém quem eu sempre me interessei e quando nós tivemos nossa primeira reunião, eu apenas soube que ela era a personagem e torci para que ela quisesse fazer parte desse projeto conosco, ela aceitou e foi uma benção para nós isso. E também, eu conheci Justin [H. Min] através de uma chamada de zoom, e na hora eu me apaixonei por ele. Depois eu o conheci pessoalmente e ele é tão simpático e um ator tão maravilhoso.
O mesmo vale para David [Corenswet] quando fizemos algumas leituras com ele. Ele é um ator muito especial, e um ser humano maravilhoso. Austin Crute, a mesma coisa. E também sim, nós tivemos muita sorte de conseguir trabalhar com a Retta. Um dos produtores que a recomendou e, obviamente, eu amo todo o trabalho que ela tinha feito, e acho ela uma das pessoas mais engraçadas do mundo. Só dela fazer parte disso tudo foi muito especial para mim. E eu tive um elenco maravilhoso e tive muita sorte.
David Corenswet foi escalado como o próximo Superman e você também já passou pelo gênero quando escreveu o roteiro de Viúva Negra. Teria algum personagem dos quadrinhos que você gostaria de dirigir um filme? Qual seria e por quê?
Ned Benson: Eu sou meio parcial por que acho que Viúva Negra. Eu amo escrever aquela personagem. E eu amo também Scarlet [Johhnson] como a personagem. Portanto, muito parcial e tendencioso em relação à personagem Viúva Negra. Obviamente, já tivemos um filme com ela que já foi feito. Mas grande parte desse Universo é muito divertido. E assim, tive sorte em fazer parte dele e fiquei entusiasmado por poder trabalhar nesse projeto.
E nos apresentar para a personagem de Florence Pugh, Yelena. Parabéns por isso.
Ned Benson: Sim, ela é incrível.
Você criou, ou teve alguma playlist, que o ajudou na época de escrever o roteiro? Ou uma playlist que você criou para tocar durante as gravações?
Ned Benson: Sim, nós tivemos isso. Nós criamos playlists para cada personagem. Nós criamos uma playlist para o filme de maneira geral. Eu pedi para os atores criarem suas próprias playlists de músicas que significavam para eles, tipo, que tivessem conexões com experiências pessoais. De maneira em geral, colocar música foi um grande condutor para esse projeto e uma grande parte de como nós fizemos esse filme e eu acho que escutar músicas nos sets ajuda muito. Ajuda a criar um ambiente ideal, ritmo, o que para o filme é muito importante.
As notas de produção do filme diziam que vocês gravaram boa parte do filme em locação externa na cidade de Los Angeles. Como foi essa decisão em especial?
Ned Benson: Sim foi isso. Eu acho que eu quis criar essa carta de amor para a cidade de Los Angeles, pelo fato que eu nunca gravei um filme lá. Então eu estava muito empolgado em gravar certas cenas lá, me mudar para lá e pesquisar locações pelos bairros. E acho que junto com Page [Buckner], nosso designer de produção e Chung-Hoon Chung, nosso diretor de fotografia, nós realmente fomos atrás de lugares, e locações que não foram filmados muito na cidade Los Angeles e pareciam ser únicos para a história que queríamos contar, para os personagens desse filme e até mesmo para a criação desse mundo do filme.
Assista o trailer:
Grandes Hits está disponível no Star+.