Em Drácula: A Última Viagem de Deméter o ator Corey Hawkins interpreta Clemens, um médico que embarca no famoso navio e verá sua vida ser mudada.
O novo longa da Universal Pictures é baseado no capítulo “The Captain’s Log” de Drácula de Bram Stoker e acompanha a história do navio Deméter, que foi fretado para transportar cargas particulares — cinquenta caixotes de madeira sem identificação — de Carpathia a Londres.
Estranhos eventos acontecem à tripulação condenada enquanto tentam sobreviver à viagem oceânica, perseguidos todas as noites por uma presença impiedosa a bordo do navio. Quando o Deméter finalmente chega à costa da Inglaterra, é um naufrágio carbonizado e abandonado. Não há vestígios da tripulação.
Em bate-papo com o site, e outros jornalistas, o ator comenta curiosidades do set de filmagem e como foi embarcar nessa jornada para fazer o filme.
A entrevista foi realizada antes da greve dos atores em que o sindicato americano exige demandas e recompensas justas. Confira abaixo.
Drácula: A Última Viagem de Deméter entrega um filme realmente com uma atmosfera bem escura e uma ambientação que deve ser difícil para os atores se prepararem para gravar, e depois sairem das gravações para suas vidas e cotidiano. Hawkins comenta sobre sua experiência no longa durante o período que esteve nos sets.
O ator comenta: “Eu dou créditos para o André [Øvredal que dirige o longa] que montou tudo isso, todas as cenas, cada detalhe. E não só ele, mas nossos produtores também que tiveram uma visão [muito clara]. E o departamento de produção, de cabelo e maquiagem. Tudo foi criado de uma forma que nós tivemos apenas que chegar e fazer nosso trabalhinho como atores. E todo esse trabalho meio que precedeu a gente.” diz ele.
“Nós falamos sobre a atmosfera e tudo mais e o que foi mais importante foi acreditar nas circunstâncias que nos cercavam. Então quando eu olho para frente e eu vejo o Drácula eu acredito. Quando eu estou nesse navio, todo construído, de verdade, em escala, eu acredito, sinto, e isso me permite e permite aos outros fazemos nosso trabalho.”
Ele conclui: “Eu preciso que seja assim, versus tentar fazer malabares, e imaginar coisas que não estão ali. Então foi bem legal e me deu flashbacks de como eles faziam cinema antigamente.”
Em Hollywood já algum tempo, Hawkins precisou sobreviver um acidente de avião na série Survive em 2020, lutar contra o apocalipse zumbi em The Walking Dead, e agora lutar contra o Drácula. O ator responde qual projeto foi o mais desafiador para ele.
Hawkins comenta: “Todos foram muito intensos. Mas eu acho que honestamente, o mais desafiador, eu acho que foi o Viagem de Deméter.”
“Obviamente exigiu muito de mim em termos de personagem, em termos do sotaque, e todas as manobras físicas e tudo mais. Survive foi muito divertido de gravar, com a Sophie [Turner] e foi como se nós tivéssemos de férias nos Alpes. Foi muito divertido, mas também foi muito frio.” diz ele.
“Diferente do Viagem de Deméter que passamos bastante calor, com altas temperaturas durante o dia e um frio de congelar a noite. Tinha momentos que choviam e ficávamos enjoados por conta do barco e da navegação.” comenta.
Sobre ter trabalhado em musicais como Em Um Bairro de Nova York e o cult A Tragédia de Macbeth, o ator comenta sobre navegar pelos diferentes gêneros.
“É um prazer navegar por esses gêneros honestamente. Não existem muitos atores que recebem essa oportunidade para fazer isso. E eu agradeço muito por ter tido a sorte de conseguir fazer isso. Eu pude fazer peça na Broadway, musicais, comédias, várias coisas na TV.” diz ele.
“E eu fui bastante mimado em conseguir trabalhar com incríveis colaboradores. E eu tivesse uma voz no processo que não é sempre que acontece, mas especialmente com Viagem de Deméter, André deu muito para nós tudo isso. E é alegria de um ator. Tipo é isso que nós queremos. Termos a flexibilidade de navegar entre as diferentes versões de nós mesmo, e em personagens, e surpreender vocês, o público, e até mesmo nós mesmos.”
E basicamente foi isso que atraiu o ator para o papel no longa. Ele comenta: “Existe um ditado, especialmente na comunidade teatral que diz: se não está nas páginas, não estará no palco. Se as coisas não começam no roteiro, sabe, se o material fonte não está lá, então vai ser bem desafiador para fazer, e conseguir tirar do papel. Então palmas para os nossos roteiristas, suas jornadas, e lutas. ”
E ele completa: “E quando temos textos clássicos com Bran Stoker, ou até mesmo Shakespeare, as possibilidades são infinitas. Existem razões por qual nós estamos ainda falando de Drácula com esse filme. Por que muito vem dele ser tão bem escrito e você sente que tudo começou nesse roteiro.”
Sobre como foi para ele ver o resultado final com o filme depois de ter gravado o longa.
Hawkins comenta: “Eu fiquei muito muito orgulhoso do trabalho que fizemos. Nós gravamos o longa através de vários meses e passamos por alguns países bem bacanas como Malta, e também Berlin. E o elenco vem de todos os cantos e eles são os melhores dos melhores. Eu estou muito orgulhoso do trabalho dos produtores e o quão eles trabalharam. O quanto todo mundo trabalhou.”
“Espero que a audiência fique orgulhosa.” diz ele.
“O filme é bem assustador, mas nós tivemos muitos momentos engraçados e divertidos gravando ele. Quando alguém gritava “Corta”, alguém começava a gargalhar, ou até mesmo antes, tinhamos que parar por que alguém tinha aprontado alguma coisa maluca.”
“De verdade, eu mal posso esperar para ver os bastidores e os erros de gravação do filme, por que foi tudo muito intenso, tenso, intenso mesmo, e aí do nada você via alguém trombando em uma lâmpada, alguém começava a rir, ou apenas era Javier [Botet] com a roupa do Drácula tipo rindo sozinho. Acontecia bastante isso nos set de gravações. Umas histórias malucas.” comenta.
Um das passagens mais marcantes para Hawkins foi durante as gravações das cenas finais do longa, onde temos uma grande tempestade rolando e os personagens vão enfrentar o Drácula já todo poderoso. “Eles usavam um canhão de água e André ficava jogando tudo, toda a água em mim, ele gritava: Vamo, vamos e mirava o canhão em mim, e eu precisava me manter em pé, e a água jogava vinha, e me balançava e eu precisava falar meu texto com o sotaque. E teve uma diversos momentos no set que aconteciam uma coisas malucas. (…) mas foi muito divertido. Quero ver os erros de gravação por que deve ter muita coisa boa neles. “
Estrelam o longa os atores Corey Hawkins (Em Um Bairro de Nova York) como Clemens, um médico que embarca na viagem, Liam Cunningham (Game of Thrones) como o Capitão da embarcação e ainda também David Dastmalchian (Duna), Aisling Franciosi (Game of Thrones), Jon Briones (Ratched, American Horror Story), Stefan Kapicic (Deadpool, Better Call Saul), Nikolai Nikolaeff (Stranger Things, Bruised) e Javier Botet (dos filmes It – A Coisa, Mama).
Bragi F. Schut, Stefan Ruzowitzky e Zak Olkewicz cuidam do roteiro basedo no “The Captain’s Log”, Drácula de Bram Stoker.
Drácula: A Última Viagem do Demeter chega em 24 de agosto nos cinemas.