O norueguês André Øvredal já está acostumado com o gênero do terror. Do longa Caçador de Troll de 2010, passando por A Autópsia (2016) e Histórias Assustadoras para Contar no Escuro (2019), o diretor agora tem uma nova empreitada no gênero com Drácula: A Última Viagem de Deméter.
O novo longa da Universal Pictures é baseado no capítulo “The Captain’s Log” de Drácula de Bram Stoker e acompanha a história do navio Deméter, que foi fretado para transportar cargas particulares — cinquenta caixotes de madeira sem identificação — de Carpathia a Londres.
Estranhos eventos acontecem à tripulação condenada enquanto tentam sobreviver à viagem oceânica, perseguidos todas as noites por uma presença impiedosa a bordo do navio. Quando o Deméter finalmente chega à costa da Inglaterra, é um naufrágio carbonizado e abandonado. Não há vestígios da tripulação.
Confira abaixo:
Em bate-papo com o site, e outros jornalistas, o diretor comenta sobre o design da criatura, as cenas mais difíceis e outras curiosidades.
A decisão de em Drácula: A Última Viagem de Deméter apresentar a história nesse período, e com o Drácula enfraquecido e não em total glória como vimos em outras representações.
O diretor comenta: “Eu acho que nunca foi retratado desse jeito. E eu acho que é uma abordagem original para o Drácula e também muito em linha com que é o Drácula, onde resolvemos focar nesse lado dele, por que já vimos outras interpretações várias outras vezes. Então nós estávamos em busca de originalidade.
E quando eu li o roteiro, nós vimos esse assustador Drácula do ponto de vista da tripulação de uma barco que não fazia a menor ideia do que ele é, e de ter esse demônio no barco com eles. É como se tivéssemos um maravilhoso alien dentro de uma história de terror.”
Øvredal comenta ainda: “Ao escolherem esse capítulo, ficou claro que foi uma ideia fantástica por que é uma história restrita. Uma história de terror no oceano, em um navio, que é bem parecida com a espaço nave em Alien. Você está preso nela. Você tem um monstro, um demônio, a bordo, e que está ali para matar todo mundo, por que precisa de sangue.
E eu acho que é uma grande história para ser contada na tela, e a oportunidade perfeita de retratar o Drácula como um demônio nessa forma que ele é e de uma forma natural para conseguirmos criar tensão e criar um novo, e refrescante, ponto de vista para o personagem.”
O diretor comenta sobre como foi para ele decidir algumas coisas como por exemplo, as passagens que vemos Drácula se esbeirar pelas sombras, ficando imóvel no escuro, em silêncio e com os momentos mais tradicionais do terror com jump scares e tudo mais.
Øvredal diz que é uma decisão que vem da sua intuição como diretor. “É intuição. Quero dizer, é oque você tem que ter para construir sua presença. Claramente a audiência precisa saber, que ele está ali, você [como espectador] precisa saber, precisa sentir. Eu queria muito contar um pouco sobre a jornada dele no barco. E foi complicado por que eu não poderia mostrar muito ele, mas ele tem de verdade uma jornada. Ele está bem frágil, ele está bem desesperado por sangue. Ele tem vários problemas. Ele tem que lidar com tudo e eu acho que quando, no final, ele consegue tudo isso, ele fica mais poderoso e mais demônio, é que temos sua jornada.
É sobre criar a jornada, e esse arco de como contar uma história que se torna cada vez maior, e maior, e mais assustadora. Assim, ele ficar no escuro, nós aprendemos através de grandes filmes que isso realmente funciona. Se você faz corretamente. Temos grandes filmes na história que fizeram isso de uma forma com sucesso. Foi como uma fórmula que nós realmente quisemos trabalhar em volta.”
O diretor comenta um pouco sobre como foi o processo de escolha e do trabalho de criação do design do Drácula em Drácula: A Última Viagem de Deméter.
Øvredal comenta: “Eu estive muito envolvido. Nós trabalhamos em diversas interações até que nós acabamos com essa que foi escolhida e que para nós foi uma escolha natural em criarmos alguma coisa que parecesse do jeito que parece [no filme].
É rudimental, tem essas asas que aparecem de morcego e realmente fica bem visível quando vemos o personagem no final do filme. Por que no começo, eu queria que ele fosse retratado com um homem velho, frágil, e que no final, fosse bastante vulnerável e que estivesse em uma posição que ele pudesse morrer.
As dificuldades em gravar um filme como Drácula: A Última Viagem de Deméter.
O diretor diz: “Gravar as cenas no barco foi bem difícil. Gravar no barco, com uma tempestade, sabe? com raios, e a água inundando tudo, vários efeitos especiais e maquiagens.”
E completa: “E tínhamos Javier Botet fazendo o Drácula ali então foi bem difícil, tudo foi bem difícil de gravar. Gravamos no verão, no meio da noite, e o tempo era uma coisa de doido, uma ambientação maluca. Tinha ventos soprando, nós tínhamos que recolher tudo, parar de gravar, e depois continuar. Era muito difícil.”
Estrelam o longa os atores Corey Hawkins (Em Um Bairro de Nova York) como Clemens, um médico que embarca na viagem, Liam Cunningham (Game of Thrones) como o Capitão da embarcação e ainda também David Dastmalchian (Duna), Aisling Franciosi (Game of Thrones), Jon Briones (Ratched, American Horror Story), Stefan Kapicic (Deadpool, Better Call Saul), Nikolai Nikolaeff (Stranger Things, Bruised) e Javier Botet (dos filmes It – A Coisa, Mama).
Bragi F. Schut, Stefan Ruzowitzky e Zak Olkewicz cuidam do roteiro basedo no “The Captain’s Log”, Drácula de Bram Stoker.
Drácula: A Última Viagem do Demeter chega em 24 de agosto nos cinemas.