segunda-feira, 23 dezembro, 2024
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Um bate-papo com Kingsley Ben-Adir e Reinaldo Marcus Green sobre o longa Bob Marley: One Love

A convite da Paramount Pictures, o ArrobaNerd participou do dia de imprensa do longa Bob Marley: One Love.

O filme biográfico tem direção de Reinaldo Marcus Green (de King Richard: Criando Campeãs) e tem o ator Kingsley Ben-Adir no papel do cantor. A biopic se passa em um período bem específico da carreira de Marley: alguns anos antes que o cantor lança seu álbum Exodus em 1977. O longa mostra diversos momentos da carreira de Marley como a tentativa de assassinato, o lançamento do álbum, a turnês na Europa, e ainda a forma como o cantor acreditava que sua música poderia curar a nação da Jamaica que vivia uma guerra civil após se livrar da Colonização.

Bob Marley: One Love | Crítica: Biopic tradicional é deixada de lado para celebrar cantor

Kingsley Ben-Adir em cenas de bastidores do longa Bob Marley: One Love. Foto: Paramount Pics. All Rights Reserved.

Bob Marley nasceu na Jamaica e é um cantores mais conhecido de música regaee e segundo muitos o principal responsável pela popularização do gênero. Com mais de 20 anos de carreira, ele tem sucessos como Could You Be Loved, Get Up, Stand Up, Three Little Birds e Buffalo Soldier. Marley faleceu nos anos 80 vítima de câncer.

Completam o elenco os atores Lashana Lynch, James Norton, Tosin Cole, Anthony Welsh, Michael Gandolfini, Umi Myers e Nadine Marshall. 

Reinaldo Marcus Green dirige o longa. O roteiro é assinado por Green, com Zach Baylin e Frank E. Flowers. São responsáveis pela produção Ziggy e Cedella Marley, filhos do cantor e Rita Marley, esposa de Bob.

Em coletiva de imprensa com o time de produção em evento, via chamada de vídeo, realizada em São Paulo, o diretor Reinaldo Marcus Green, o ator Kingsley Ben-Adir e também Ziggy Marley comentam as principais dificuldades, os desafios, e as curiosidades do longa que chega nos cinemas nacionais.

Confira abaixo:

Kingsley Ben-Adir em cenas de bastidores do longa Bob Marley: One Love. Foto: Paramount Pics. All Rights Reserved.

Para Green, vindo o longa que retratava a história de Richard Williams, o pai de Venus e Serena Williams e que deu o Oscar para o ator Will Smith, escolher a forma e o jeito que eles iriam contar a história de Bob Marley foi fundamental para definir o tom do filme sobre o cantor: “Capturar a vida de um homem em duas horas ou mais é uma tarefa bem difícil. Então para nós, a grande dificuldade foi encontrar uma janela [um período de tempo] que nos permitiu mostrar a humanidade de Bob e tudo que ele era.” afirma ele.

O diretor completa: “Foi desafiador especialmente pelo fato de Bob ser um ícone e uma lenda, então era nossa responsabilidade tentarmos sermos o mais autêntico possível, e tentar mostrar o homem, o homem por trás de tudo que você vê, todas as camisetas, todos os bottons, todas as bolsas. Quem ele era. E graças a todo mundo envolvido, nós conseguimos capturar tudo isso de uma forma que eu acho que ficou realmente especial.”

Ainda sobre o longa não ser uma biopic tradicional, ou seja, não ir a fundo desde do nascimento até a morte de Marley, o diretor comenta os motivos que levaram o filme a abordar determinado período de tempo na vida do cantor.

Green comenta: “Para fazer um filme como esse nós tínhamos que escolher um período de tempo da vida dele. Enquanto nós decidimos escolher qual período queríamos fazer o filme, nós queríamos fazer um filme que celebrasse a vida dele. Quem ele era? Quem ele era quando as entrevistas que ele dava acabavam, a pessoa por trás dos vídeos que conseguimos ver pelo YouTube. Quem era essa pessoa?

“Então o período escolhido foi o final dos anos 70 que foram anos bastante importantes para o cantor e as pessoas ao seu redor. O diretor diz “Então esse período em particular entre 1976 até 1978, nós sabemos que a tentativa de assassinado mudou muita coisa, e mudaria a vida de qualquer um. E o que Bob fez? Criou o Exodus, criou a música Kaya também.

Mas foi esse álbum em particular que o levou de ser uma pessoa conhecida nacionalmente para um ícone global. Foi um período muito rico em termos de criação musical e eu acho que culminou muito na vida de dele até o retorno para a Jamaica no ano de 1978 em um momento histórico. Não só para a Jamaica mas para o mundo de maneira geral.

Esse período então pareceu ser tão rico na forma de capturar quem Bob era, quem ele era, o que ele pensava, e o que ele passava, os problemas pessoais, e que tudo foi brilhantemente retratado pela atuação brilhante de Kingsley.” completa.

Já para o ator Kingsley Ben-Adir, que interpreta o cantor no longa, dar vida para Bob Marley foi tentar descobrir também a figura humana por trás da lenda. Ele comenta: “Para mim, o processo de tentar entender, e descobrir, quem era Bob nos seus momentos mais vulneráveis. Quem ele era como pessoa? Quem ele era nos seus momentos privados? Com sua família e fora da sua persona pública.. quem ele era de verdade, fora da ideia que muitas pessoas tinham dele.”

Ele comenta também sobre o processo de construção do personagem com a ajuda da família, dos amigos e conhecidos do cantor. “Foi um tipo de conversa onde eu tive que ouvir mais do que eu já tive que ouvir, porque senão eu nunca seria capaz de descobrir quem ele era num nível mais pessoal, sem a ajuda, e o apoio, da família. Tentar descobrir as vulnerabilidades de Bob foi bastante específico.”

Ben-Adir completa: “Tentar descobrir as vulnerabilidades de Bob foi bastante específico. Assim, para achar a vulnerabilidade dele levou bastante tempo, tive bastante conversas nos sets de gravação com Ziggy, com Ray, com Neville Garrick que infelizmente faleceu mas que esteve com a gente todos os dias e esteve com Bob na The Exodus Tour. “

Lashana Lynch e Kingsley Ben-Adir em cenas de bastidores do longa Bob Marley: One Love. Foto: Paramount Pics. All Rights Reserved.

E Ben-Adir vem de uma carreira em Hollywood onde ele já interpretou outras figuras históricas. Em Uma Noite Em Miami (2020), o ator interpretou o ativista dos direitos humanos, Malcolm X. Mas também Ben-Adir esteve no filme da Barbie (2023) como um dos Ken, participou da série da Marvel Studios, Invasão Secreta como um dos líderes Skrull.

Assim, ele comenta quais as diferenças entre interpretar o personagem fictício e um personagem baseado em uma pessoa real.

Acho que depende do personagem. Acho que o que foi diferente aqui, era que Bob era um músico, era um artista. E foi uma coisa nova para mim. Eu interpretei Malcolm X antes, mas foi uma coisa totalmente diferente. Sobre Bob eu acho que foi a coisa da música e da cultura. Bob é o cara.” diz o ator.

“Então eu acho que [o maior desafio] foi por conta dos aspectos musicais e não muito de tentar atuar como Bob. Por que você não consegue copiar o jeito de Bob. Ele era tão espontâneo, na forma como ele dançava, e cantava. Era alguma coisa bem especial.” comenta ele.

E completa: “[Eu queria entender] o que era, o que significava, acordar pela manhã e escrever músicas. Quando sua vida, seu trabalho, sua paixão e o que você é, é música. Era sobre tentar entender o que tudo isso significava. O que significa escrever uma música? Pensar nas melodias, o que isso significava? A necessidade de se expressar através dessa forma foi uma coisa completamente nova para mim.”

Uma das curiosidades de bastidores do longa que o ator revelou é que uma das cenas em que estavam ele e a atriz Lashana Lynch (que interpreta Rita Marley no filme) no set de gravação de uma cena em um dos cômodos, e Ziggy apareceu e disse: “Você é falando muito alto, diminua um pouco o tom e faça de uma forma mais gentil”. 

O ator comenta: “Eu nunca saberia isso, esse tipo de educação em música, em música em si, da criação da música. Foi muito desafiador, mas muito bonito. E eu amei tocar violão. Eu amei aprender a tocar violão e adorei tentar cantar.”

Perguntados se eles acham se o longa será uma boa forma de reintroduzir o cantor para novas gerações, o grupo chega a concordar com a afirmação. Para Green o longa “É um tremendo presente para novas gerações.”

O diretor completa: “É uma oportunidade maravilhosa de trazer a música dele, e a mensagem dele para o mundo. E só podemos fazer isso se acreditarmos na história, acreditarmos na atuação de Kingsley, e acreditar em tudo que nós apresentamos. Eu acho que sim, é uma oportunidade incrível de introduzir Bob Marley e introduzir sua música para uma nova geração com certeza.”

Assista o trailer do longa:

Bob Marley: One Love está em cartaz nos cinemas.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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