sábado, 07 setembro, 2024
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Twisters | Crítica: Uma tempestade perfeita de diversos fatores

Furações, de alguma forma, sempre estiveram presentes nos filmes ao longo das décadas. Do clássico O Mágico de Oz (1937), para as farofadas de Sharknado (2013), passando por Twister (1996). Estrelado por Helen Hunt e Bill Paxton, o longa era um desses que viviam por passar na Sessão da Tarde e na TV por assinatura de montão e assim, por consequência, realmente se popularizou nos anos 90, entrou no imaginário popular e de uma certa forma marcou época. 

A ideia de colocar os protagonistas contra uma ameaça ali que nada mais era uma força de natureza calhou de ser uma bem interessante, ainda mais se formos pensar que na época, o hoje, extremamente popular, gênero de super-herói ainda engatinhava em Hollywood e os filmes slashers já tinham tido um certo boom nos anos 80 e só seriam retomados com Pânico. 

Daisy Edgar-Jones, Anthony Ramos e Glen Powell em cena de Twisters. Foto: Photo by [Melinda Sue Gordon/Universal Pic, Warner Bros. Pictures & Ambli – © Universal Pictures, Warner Bros. Pictures & Amblin Entertainment

E agora, anos mais tarde, chega Twisters (2024) que mesmo que tenha sido anunciado como uma sequência, meio que parece ser, no final das contas, o que podemos chamar de revival. Não um reboot, ou um remake, e sim, uma história que se passa no mesmo universo do longa original com novos personagens. E aqui, o longa acerta ao pegar um conceito antigo, meio que carregado na nostalgia e que é o que tem guiado boa parte dos projetos em Hollywood, nessa Era pós-pandemia, popularização do streaming, e faz com que a ida aos cinemas faça valer a pena, principalmente para o público comum que tem ainda não retornado como antes para as salas e quando sim sempre escolhe os chamados blockbusters ou filmes eventos para deixarem o ingresso.

Twisters, então, checa todos esses boxes e faz uma tempestade perfeita de bons atores, uma boa história e cara realmente um bom Blockbuster no sentido literal da palavra. Ao ver o filme, fica claro que temos um novo protagonista masculino em Hollywood pronto para esse tipo de projeto. Com Twisters, é impressionante notar como o ator Glen Powell (no seu terceiro filme no ano) tem química com todo mundo e aqui não é diferente. Mas se Powell é quem trás sua Glenergy para o filme, o sorriso debochado, o dom de fazer um Enemies to Lovers daqueles, e realmente entregar mais um personagem com um carisma contagiante, é a presença de Daisy Edgar-Jones, que aqui está incrível, que faz o filme acontecer. 

O diretor Lee Isaac Chung (uma aposta curiosa e que se paga totalmente, vindo do longa indicado ao Oscar, Minari) sabe utilizar bem a atriz para contar essa história doida de furacões, tornados, e cheia de adrenalina. E se o colega de Jones em Normal People, o ator Paul Mescal, foi catapultado para a fama, onde, assim como, Powell começou a pegar diversos papéis em Hollywood, para ela as coisas foram mais devagar de acontecer. Claro, tivemos a atriz como protagonista do filme de drama Um lugar bem longe daqui (2022), mas é notável que Jones não tinha tido um projeto ainda que fizesse o mesmo barulho que os projetos do colega de série estrelou.

E não só pelo talento de Jones, mas também muito pelo trabalho de direção de Chung, em Twisters, ela entrega realmente uma personagem boa de se assistir, torcer, e que realmente já coloca a atriz para mostrar para que veio nessa transição da TV para o cinema. E se Chung consegue contar o drama, ao mesmo tempo, e solta a mão no grandioso e no cinema de espetáculo que é entregue aqui com Twisters.

Na medida que os personagens correm atrás desses fenômenos naturais, cada grupo com sua motivação, o texto de Mark L. Smith escrito através de uma história de Joseph Kosinski coloca diversos obstáculos narrativos para esses personagens que garantem um tom mais dramático para a história sem deixar de entregar efeitos especiais adotados na medida que o grupo se encontra no meio do estado de Oklahoma na temporada de furacões. 

E se Powell e Jonas lideram os nomes, Twisters faz o que podemos chamar de filme de elenco. Afinal, tem diversos outros atores e atrizes que já pipocaram em outros projetos por aí, que tem ganhado mais destaque em Hollywood e precisavam de um grande blockbuster para finalmente serem colocados no mapa. E talvez, consigam com o longa isso. É o caso de Anthony Ramos que vem do musical Em Um Bairro de Nova York e de Transformers e que interpreta aqui um analista para uma empresa que estuda os impactos dos furacões, para Brandon Perea que vem do sucesso de Não! Não Olhe!, de Jordan Peele, e que aqui interpreta o porra louca Boone, um colega de programa de Youtube do personagem de Powell, o caubói domador de furações Tyler Owens e que vivem por transmitir as perseguições dos furações via transmissão ao vivo. 

Cena de Twisters. Foto: Photo by [Melinda Sue Gordon/Universal Pic, Warner Bros. Pictures & Ambli – © Universal Pictures, Warner Bros. Pictures & Amblin Entertainment

Em Twisters temos ainda, David Corenswet que interpreta um outro analista que trabalha com o personagem de Ramos e que será o Superman no cinema no próximo ano, Katy O’Brian que veio do sucesso de Sundance o Love Lies Bleeding e que também interpreta uma personagem que faz parte do grupinho liderado por Tyler Owens e também Kiernan Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina) como uma jovem que caçava furações com a personagem de Jones, Kate Cooper.

Twisters coloca então esses personagens para irem além de perseguirem tornados. Eles analisam e verificam as condições ideias de cada um desses eventos naturais, onde Chung consegue realmente colocar o público no meio das discussões sobre questões meteorológicas e científicas que vem na busca por esses tornados em formação. Pode ser a parte mais chata do filme para alguns, mas realmente dá uma certa dramaticidade para a história. É como se estivéssemos naqueles filmes de ação que se passam no espaço e tudo mais, onde os personagens falam as coisas técnicas, e paradas científicas do que eles tão por fazer, e  você, como espectador e leigo, só acena, concorda e deixa o filme seguir seu curso.

Extremamente patriota, e quase como se fosse uma homenagem para o americano do centro oeste americano, Twisters acaba por ser uma aventura com coração e que brinca com a adrenalina que a busca de um furacão pode fazer, mas também tenta fazer uma crítica social ao mostrar os impactos e das consequências que esses eventos geram, e o rastro de destruição que eles fazem nessa região do país e que afeta parte da população americana. Talvez por isso Chung foi escolhido para o projeto, por que consegue misturar essas duas vertentes da história.

É difícil ver um filme até agora no ano que faça um bom filme com essas condições. onde Twisters entrega uma história interessante contada por bons nomes no elenco. Então, no final, fica claro que com Twisters, se você ver ele passando nos cinemas da sua região, é um para pegar e agarrar uma sessão. A experiência vai ser para lá de bacana, caubói. 

Nota:

Twisters está em cartaz nos cinemas nacionais.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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