Sabe aquela história onde menino conhece menina, eles vivem um amor impossível que não pode ser levado para frente pois um dos dois tem alguma coisa (qualquer coisa) que impede o relacionamento deles? Ai vai você já começa a prever o final pela sinopse ou pelo trailer? Então, todo mundo já viu um filme assim e que poderia até ser o caso de Tudo e Todas as Coisas (Everything, Everything, 2017), mas ainda bem que não é desse filme.
De uma maneira geral, o drama teen até tem todas essas coisas mas também tem todas outras coisinhas que fazem a produção se destacar de uma maneira positiva. E isso não é pela forma como as coisas acontecem mas sim pela forma como elas acabam. A trama para emocionar tem todos os momentos clichês e fofinhos feitos para pegar o espectador pronto para já sair chorando da sessão mas mostra um roteiro (baseado no livro de mesmo nome de Nicola Yoon) um pouco fora dos padrões e diferente dos filmes do gênero como por exemplo Querido John (2010) e Um Dia (2011).
Na trama conhecemos a jovem Maddy, a talentosa atriz Amanda Stenberg, uma menina inteligente, curiosa e cheia de imaginação mas que vive isolada dentro de casa desde de que era um bebê pois tem uma doença que a impede de ter contato com o mundo exterior. Quando uma família se muda para a casa ao lado ela conhece o jovem Olly (o esforçado Nick Robinson) e assim eles começam a primeiramente trocar mensagens pela janela um do quarto do outro para depois claro desenvolver uma amizade.
O filme faz sua lição de casa e mostra de forma bem ilustrada, resumida e até engraçadinha todo o problema e a gravidade da situação da personagem. A doença da menina é explicada e toda sua rotina é mostrada de um jeito não muito maçante assim por dizer para que o público acabe por simpatizar com os personagens.
Então além de conhecer a mãe de Maddy, Pauline (Anika Noni Rose) que é médica e a enfermeira Carla (Ana de la Reguera) que já é praticamente da família, vemos como todas elas lidam com a situação. A diretora Stella Meghie também é criativa ainda ao usar e explorar a relação entre o casal ao colocar os dois conversando de forma imaginativa em locais onde ela claramente não poderia estar, como bibliotecas e cafés, a medida que a amizade de Maddy e Olly cresce e assim o filme acaba por começar a ganhar ritmo.
O que acaba ficando para escanteio é um pouco do desenvolvimento do protagonista que tem um jeito meio bad boy mas no fundo é um rapaz que tem um coração grande. A produção acaba por entrar em uma série de clichês chatos sobre sua história mas que ficam aceitáveis quando ele é juntado com Maddy graças a inocência e meiguice demostrado pela atriz Stenberg. Ela faz de sua personagem uma caixinha de supresa, a medida que descobre como é o mundo do lado de fora de sua casa faz o longa avançar juntamente com o sentimento entre os jovens que acaba também crescendo.
A boa trilha sonora se junta com cenas bem alegres e com uma grande claridade para mostrar um casal de apaixonados que acaba por enfrentar o percalço da doença da personagem, mesmo com algumas partes um pouco melosas e cheia de momentos forçados de afeição demais. A atenção aos detalhes da casa onde Maddy mora é um dos destaques da produção, a ambientação mostra que tudo tem um motivo para estar ali e cada cômodo foi pensado para ter um propósito.
Quando a dupla se conhece pessoalmente é possível ver faíscas rolando do casal principal mesmo que a atuação de Robinson acabe ficando aquém da personagem de sua colega. Com o roteiro sendo um pouco fácil demais para certas situações que acontecem ele acaba por prejudicar o espectador que precisa aceitar um pouco o desenrolar da trama mas que no final e visto como um todo acaba entregar uma história de amor adolescente interessante mesmo que não seja a melhor história já contada ou a mais original.
A medida que o filme se aproxima do seu final e descobrimos uma nova coisa aqui e ali e a produção deixa a impressão que talvez devesse focar menos nas cenas de amor e mais no desenvolvimento das consequências dos eventos apresentados. Uma pena.
Assim, Tudo e Todas as Coisas, tem de tudo um pouco, cenas de amor jovem e inconsequente, uma pitada de humor, relações de família e mostra todas as coisas que faz um belo drama adolescente mas talvez não seja para um público mais velho e experiente mas sim para jovens. O grande destaque do drama fica pela sua atriz principal que tem muito carisma e consegue segurar boa parte do filme sozinha e mesmo quando acaba por dividir tela com os outros personagens ela felizmente se destaca e rouba todos os holofotes para ela.
udo e Todas as Coisas lançamento previsto para 15 de junho.
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