Baseado numa produção real e protagonizado pelos atores Paula Patton e Omar Epps, Traffik – Liberdade Roubada (Traffik, 2018) é um daqueles filmes que acaba por ficar marcado em ter diversos pequenos problemas aqui e ali.
No filme, o roteiro é falho e as atuações deixam bastante a desejar mas, talvez, o principal ponto que acaba por incomodar nessa produção da Paris Filmes é que Traffik – Liberdade Roubada acaba por ser muito mais um drama, com (poucos) momentos de suspense, do que qualquer outra coisa que o trailer ou a divulgação possa te vender.
O roteiro de Deon Taylor (que também dirige o longa) falha ao tentar construir um mistério junto com a investigação da protagonista de Paula Patton e no filme mesmo que a história até que consiga se desenvolver de uma forma minimamente interessante e de um jeito até que um pouco ágil, no final, o filme acaba por ser um pouco previsível demais.
Em termos de reviravoltas e surpresas, Traffik – Liberdade Roubada tem uma trama onde o roteiro não consegue fazer um suspense com sua história, onde a produção apenas entrega momentos com um timing completamente errado e com partes desconexas que acabam por não casarem entre si, serem mal trabalhadas e bem desnecessárias para o filme de maneira geral.
Traffik – Liberdade Roubada usa o tema de tráfico humano para contar uma história que vive por aparecer nos noticiários locais, um crime que movimenta milhões de dólares ao ano e choca o público quando uma dessas redes clandestinas que vende pessoas são desmascaradas mas depois de resolvidas, o assunto muda e o tema volta para o esquecimento e em ser uma daquelas verdades incômodas em nossa sociedade.
Aqui, no filme, temos na história de um casal, Brea (Patton) e John (Epps), o desenrolar dessa trama que fala sobre tráfico humano, onde a dupla partepara um final de semana romântico nas montanhas que é arruinado com discussões sobre relacionamentos, gangue de motoqueiros e sequestros de mulheres.
E m Traffik – Liberdade Roubada tudo chega a soar bastante previsível e conveniente em diversas situações. O roteiro de Taylor e as idéias apresentadas para o filme acabam por deixar tudo bem a desejar, onde as motivações dos personagens, tanto os bons quanto os ruins, são bem simples e nada é bem desenvolvido.
No filme, tudo acaba por ser muito raso e por mais que a história tente passar um clima de mistério sobre o que irá acontecer, tanto com Brea quanto com seus amigos, o casal Malia (Roselyn Sanchez) e Darren (Laz Alonso) que invade a casa emprestada para o final de semana, nada parece ser bem desenvolvido ao planejado.
No filme, sim, as garotas são sequestradas pelo grupo de motoqueiros que eles conhecem em um posto de gasolina na beira da estrada indo para a casa emprestada, como bem mostrado no trailer, e logo quando o casal pára o carro para abastecer já sabemos o que irá acontecer e nada poderia ser mais óbvio nesse momento, nem mesmo as discussões acaloradas que acontecem até a Xerife local Sally (Missi Pyle) aparecer.
A situação é mostrada de uma forma que elas não tem por onde escapar e que fazem parte de um grande e engenhoso sistema que movimenta milhões de dólares. Claro, o grupo de motoqueiros é só a ponta desse grande fio de novelo que é essa organização mas mesmo assim, as mulheres lutam por suas vidas, enquanto o espectador vê Brea, juntar as peças para expôr os chefes dessa operação num melhor estilo de uma espiã que bate e apanha bastante mesmo a jornalista ser descrita como uma pessoa sem grandes habilidades.
Traffik – Liberdade Roubada até tem uma história interessante mas que se desgasta rapidamente, onde o roteiro deixa o filme com uma trama batida e o espectador sem muito ter o que esperar em relação a história e os personagens. É sentar e ver o filme se desenrolar até o final. Momentos preciosos roubados que não voltam tão cedo.
Traffik – Liberdade Roubada tem previsão de estreia para 20 de setembro.