domingo, 22 dezembro, 2024
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The Wilds | Crítica 2ª Temporada: Série volta melhor com dobro de personagens e tramas

Confesso que vi a primeira temporada de The Wilds de forma super descompromissada nas minhas férias na época que foi lançada. E além de entregar um bom seriado de sobrevivência, tivemos também a introdução de bons personagens e de arcos narrativos interessantes na medida que a cada episódio descobrimos mais sobre essas meninas que ficaram presas numa ilha, no meio do nada, depois que o avião que elas estavam caiu.

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Mia Healey, Erana James e Sarah Pidgeon em cena de The Wilds
Foto: Kane Skennar/Amazon Studios

E claro, que num primeiro momento parecia tudo aleatório, mas que no final das contas tudo estava conectado e elas participavam de um experimento comandado por uma executiva implacável interpretada por Rachel Griffiths que era até então o nome mais conhecido do elenco.

E The Wilds foi uma grata surpresa. Ainda mais com o grande gancho deixado em seu final de temporada. Imagino se você está nesse texto é por que viu todos os episódios do primeiro ano então não vou me preocupar com spoilers da temporada passada. Ok? Ok. Então com alguns pequenos spoilers do segundo ano, aqui vamos nós.

Assim, estava super empolgado com a renovação da série e com o novo ano. Mas meu maior medo com essa segunda temporada eram dois. O primeiro que tivéssemos um repeteco do primeiro ano, só que focado no grupo masculino que descobrimos também fazer parte de um experimento paralelo de ficarem presos numa ilha (em uma outra linha do tempo, claro) e que, dois, a trama das meninas perdesse fôlego e importância para dar espaço (e tempo de tela) para os rapazes. Mas The Wilds conseguiu superar minhas expectativas e ainda entregar novos episódios ainda melhores que os do primeiro ano.

De maneira nenhuma senti que a trama das garotas ficou de escanteio, apenas os roteiristas decidiram que já conhecíamos as jovens o suficiente para vermos cenas delas apenas na ilha e como elas passaram seus dias no local e suas relações. O público já conhece essas garotas e o seriado não precisou ficar se justificando na medida que as vimos tomarem decisões, seja na ilha ou fora dela. Seja as decisões mais polêmicas de Leah (Sarah Pidgeon), ainda com a pulga atrás da orelha que alguma coisa está bem errado (tanto na ilha, quanto fora dela), ou em relação ao relacionamento de Shelby (Mia Healey) e Toni (Erana James) que nos novos episódios garante que o nosso shipp de casal continua bem vivo, fãs podem ficar tranquilas, ou até mesmo o luto que Rachel (Reign Edwards) sofre depois dos acontecimentos tanto com ela, quanto com sua irmã no final da temporada anterior.

As minhas personagens favoritas do primeiro ano, as jovens Fatin (Sophia Ali, excelente), Dot (Shannon Berry, tão boa aqui) e Martha (Jenna Clause) continuam como o destaque e garantem bons momentos novamente aqui no segundo ano, seja em momentos mais dramáticos quanto em momentos um pouco mais cômicos. No novo ano de The Wilds, as relações ficam mais diretas, onde aqui, nessa etapa da vida dessas meninas, elas estão finalmente se dando bem no meio das circunstâncias que vivem. Mas até que ponto isso vai durar?

E o roteiro de The Wilds parece que não precisa se preocupar muito com elas na ilha, porque fora dela (no futuro) a trama parece que dá uma estagnada. No começo pouco vemos como estão as meninas após-resgate, onde a trama foca mais em Leah depois da sua voltinha pela instalação que elas estão presas na medida que a jovem faz novas, e inesperadas alianças. Assim, The Wilds meio que coloca uma pausa na narrativa das garotas para contar um pouco da história dos garotos e do experimento que eles também vivem conforme vimos no final da temporada anterior.

Aidan Laprete, Tanner Rook, Alex Fitzalan, Nicholas Coombe, Miles Gutierrez-Riley, Reed Shannon, Charles Alexander e Zack Calderon em cena de The Wilds
Foto: Kane Skennar/Amazon Studios

São novas linhas do tempo, onde a série basicamente dobra sua quantidade, mas acho que os tempos de tela são bem divididos por conta do elenco masculino que foi extremamente bem escalado com personagens que despertam a curiosidade de por que estarem lá e seus motivos.

A série é enxuta nas apresentações, até porque, o grupo dos rapazes oferece mais segredos do que as meninas tiveram no desenrolar do primeiro ano. Como basicamente todas as relações da série, as coisas mudam de uma forma bastante rápida na medida que a ficha cai e esse grupo de jovens se encontram presos na tal ilha deserta. A atração sabe mesclar de uma forma muito interessante situações que as meninas viveram no primeiro ano com situações que os rapazes viveram. Quem assume a liderança, quem vai se aliar a quem, possíveis romances, e claro se vamos ter também algum infiltrado como tivemos no primeiro ano.

Acho que The Wilds usa a mesma cartilha para apresentar o grupo aos poucos e mostrar que nem tudo é o que parece ser num primeiro momento sobre as atitudes e caracteres deles e a forma como eles se comportam na ilha em relação a seus eus do passado. O elenco inteiro é carismático e seguram a trama de uma forma muito interessante. Particularmente os destaques ficam com o jovem Raf (​​Zack Calderon, muito bem que quase como se fosse a Leah do segundo ano), um esforçado estudante com raízes latinas, o desconstruído, militante e personificação de usuário de redes sociais Ivan (Miles Gutierrez-Riley, ótimo), o atleta popular Kirky (Charles Alexander) e ainda o aparentemente boa praça e paizão do grupo Seth (Alex Fitzalan, ótimo).

A trama navega também pelas tramas dos jovens Josh (Nicholas Coombe), Henry (Aidan Laprete), Bo (Tanner Rook) e Scotty (Reed Shannon) onde o grupo tem histórias contadas individualmente de uma forma muito mais rápida do que das meninas, mas é uma que envolve um acontecimento que mudou toda a dinâmica na ilha, uma que a dona do experimento, a executiva Gretchen (Griffiths) e os agentes falsos do FBI querem descobrir a todo custo.

E é esse o DNA que The Wilds mantém para o seu segundo ano: trabalhar essas intrincadas relações pessoais que são formadas na ilha e como elas afetam as relações de grupo (fora da ilha e tecnicamente já fora do experimento) e como eles foram mudados por esse evento. Afinal, vemos os personagens em três momentos distintos de suas vidas: antes, durante e depois a queda na ilha e claro no meio disso tudo marcadas por intensas reviravoltas que mudam nossas concepções, a cada momento, desses personagens.

No final, um aviso: se preparem para novos e selvagens capítulos numa nova etapa dessa maluca, e viciante viagem que The Wilds oferece muito bem nesse segundo ano. 

The Wilds retorna em 6 de maio no Prime Video.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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