E a aguardada The Last of Us finalmente estreou na HBO Max, e a Sony Pictures Television, ao lado do braço da PlayStation Productions que será focada em derivados dos jogos da empresa, acertaram em cheio na adaptação e no clima que a série quer impor aos espectadores. O clima soturno e os mistérios que ficam permeando as coisas, consegue nos dominar logo de início, e o misterioso Joel de Pedro Pascal é intenso na medida certa.
O que The Last of Us nos entrega é uma série pós-apocalíptica que nos joga em seus momentos inicias em um debate televisivo dos anos 1960, onde discutem o que aconteceria em uma pandemia de vírus, o que já vimos no mundo real com a Covid-19, mas logo o outro doutor já muda o assunto para uma pandemia de fungos, onde este sim causaria problemas, por conseguir mexer no cérebro das pessoas, e cita exemplos de fungos que controlam formigas, deixando o corpo funcional para o que eles precisam.
ALERTA DE SPOILER!
Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos da série/filme.
Continue a ler por sua conta e risco.
Ao nos abordar para este mundo e passar para 2003, a série muda o tom para um drama familiar, com Joel, seu irmão Tommy e sua filha Sarah (Nico Parker), mostrando o cotidiano de imigrantes, o quanto eles precisam trabalhar para ter uma vida decente e as vezes renegar momentos em família para longos turnos de trabalho. Tudo isso é mostrado no caminho de Sarah, que vai vendo coisas estranhas acontecendo em pequenos detalhes, até culminar na vizinha de idade matando os parentes e a cadela Mercy desesperada com o que pode acontecer.
A partir deste momento The Last of Us entra em um modo de sobrevivência que Joel e Tommy (Gabriel Luna) precisam encontrar um local seguro para seguirem adiante, pois tudo na cidade está um caos, e nesse mar de desespero é muito intensa a forma que escolhem as câmeras e a trilha de angustia. E é ao colocar quem deveria os proteger matando a sua filha, a série deixa claro que ninguém é confiável.
O salto para 2023 com Joel vivendo em uma comunidade que é dominada pela FEDRA, que busca manter a ordem e ele fazendo “bicos” para todo mundo, enquanto Tess (Anna Torv) parece a durona, acaba deixando a série mais centrada novamente, mostrando que eles são perigosos, dentro da normalidade que buscam mostrar. Tommy está desaparecido nesse contexto…
The Last of Us já tem todo esse drama dos fungos se espalhando, e aqui acaba trazendo os Vagalumes, uma organização que busca acabar com a FEDRA e seu jeito militar, mas Marlene (Merle Dandridge) entra no caminho de Joel e nesse contexto entra Ellie (Bella Ramsey).
A jovem garota tem um mistério e é interessante como os diretores e o roteiro conseguem esconder isso de quem não conhece os jogos, mostrando apenas que ela tem algo importante que todos precisam protegê-la. É clichê, mas a relação dela com Joel é que é o ponto chave, ainda mais com todo o drama que ele passou com Sarah no começo.
Eu não joguei a série da PlayStation da Naughty Dog que conta com The Last of Us e The Last os Us Part 2, mas conheço a trama principal dos jogos, e a entrega de The Last of Us em série foi muito boa neste episódio inicial, mesmo com algumas passagens contemplativas e arrastadas ao longo de seu episódio de 1h20.
Com destaque a Joel introspectivo de Pedro Pascal e a força, meio que irritante na forma de posicionamento de Tess de Anna Torv, a série começa com um bom ritmo e nos faz querer acompanhar mais dessa 1ª temporada até entender as mensagens cifradas pelo rádio e o caminho que eles percorrerão para levar Ellie até o destino necessário.
The Last of Us começa muito bem para a HBO Max e é um ótimo passo para a PlayStation Productions em trazer seus jogos para uma outra mídia.
The Last of Us terá seus episódios liberados semanalmente aos domingos na HBO Max.