E não é que The Good Doctor tem sido uma boa pedida? A série, mesmo com alguns momentos que nos remetem a House na maneira com que resolvem os seus casos, a comparação pode ficar bem aí, pois esta tem coração e muito mais carisma, além de mostrar uns momentos mais intensos, como a bola branca sendo arrancada do cérebro do paciente…
ALERTA DE SPOILER: Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos do episódio. Continue a ler por sua conta e risco.
A série sabe tirar o máximo proveito de Freddie Highmore, mesmo que em alguns momentos a forma como ele se põe como Shaun me pareça arrastado, oscilando ainda um pouco no tom do personagem. O bacana é que o seu desenvolvimento é gradual, com ele se adequando ao hospital e conseguindo identificar e realçar o sarcasmo de seu superior, Melendez, e ainda brincar com isso. Em determinado momento Shaun chega a me lembrar Sheldon em seus exageros e excentricidades…
Senti neste episódio como se Shaun estivesse se despedindo de seu irmão, Steve, ao lidar com o paciente que tinha um câncer e estava em estado terminal. O mais bacana é a forma sincera com que os dois conversam e expõe medos e esperanças, mesmo contrariando o pai do garoto. Levando até o último momento o carinho e a amizade, até mesmo Glassman fica espantado com a aparência física do menino e teme que Shaun exagere, mas achei que ainda tudo foi contido. O melhor é que não teve aquele final feliz exagerado das séries e foi bem pé no chão, falando sobre morte e que ela um dia acontece.
Browne e Kalu ainda se viram em posições bem complicadas e precisando lidar com a forma que tratam seus pacientes, um sempre direto, enquanto o outro sabe lidar com as “verdades” que os pacientes querem ouvir. Kaluaceita conselhos e acaba sendo o elo necessário para que seus pacientes voltem a conversar.
Os dramas de Melendez foram deixados de lado aqui, focando no problema de alergia a tênia que o paciente tinha em seus bolsões no corpo, que ao irem estourando causavam reações alérgicas que poderiam matá-lo. O senhor ainda tinha que lidar com o filho ausente, que só sumiu com medo das responsabilidades que cairiam sobre ele e o medo de não dar conta e assim desapontar o pai. Uma sucessão de mal entendidos que atrapalharam suas vidas.
The Good Doctor colocou Dylan Kingwell como o irmão de Shaun e o seu paciente, e no final, com a leitura dos momentos finais do livro To Kill a Mockingbird (O Sol é Para Todos) de Harper Lee, ficou a sensação de superação de um doloroso momento e o foco no futuro e o que há por vir para Shaun e sua estadia no hospital.