sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal | Crítica

O público americano sempre mostrou um fascínio enorme por grandes julgamentos, e que numa época pré-internet despertavam a curiosidade, por mais mórbida que fosse, da população que ligava os telejornais em busca de notícias e transmissões ao vivo. E claro que Hollywood aproveitou essa onda de saudosismos e tem relembrado os principais casos criminais do país em produções, sejam elas na TV ou no cinema, como série American Crime Story: People Vs OJ Simpson, que levou quase todos os prêmios possíveis, e agora no Festival de Sundance em 2019, onde fomos apresentados para três produções que falam sobre o assunto, com três personalidades diferentes da história criminal americana: Lorena Bobbitt, Michael Jackson e Ted Bundy.

E sem dúvidas, os produtores conseguiram desenvolver boas produções, onde aqui Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, 2019) faz um filme intenso e com um Zac Efron impressionante. 

Macie Carmosino, Zac Efron, and Lily Collins in Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile (2019)
Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal | Crítica | Foto: Paris Filmes

E ao pensar no nome de Zac Efron, o espectador comum deve ser levado para as produções infantis que o ator protagonizou no início de carreira, não se enganem, aqui temos um Efron bem mais maduro, que literalmente é a alma do filme, onde o ator entrega uma atuação minuciosa, cheia de camadas e que realmente impressiona pela semelhança que imprime para um dos serial killers mais notório dos EUA.

Efron consegue passar o carisma e a sedução que os produtores de Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal querem passar, onde o filme chega a quase, veja bem quase, glamorizar o personagem ao tentar gerar na cabeça do espectador a pergunta: será que foi ele mesmo? Agora imaginem para os membros do júri que viam um rapaz sorridente, e esperto, onde ele mesmo se defendia em corte? E as mulheres que se envolverem com o serial killer, interpretadas aqui por Lily Collins e Kaya Scodelario, que estão bem, mas nada muito fora do comum, mas que conseguem mostrar nos entregar, e alarmar, para relacionamentos abusivos, e a dependência em se livrar de influências completamente tóxicas.

Assim, Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal levanta todas essas questões de uma forma muito interessante, mesmo que ao longo do filme, que une um tipo de falso documentário no meio de suas cenas, o filme acaba por se prolongar um pouco demais. Talvez, seja por querer mostrar as diversas fugas que Bundy realizou ao longo de sua jornada pelo sistema carcerário americano, onde ele usou seu charme e boa aparência em muitas delas para fugir, ou pela quantidade de Estados americanos que o serial killer atou, ou ainda as diferentes etapas do julgamento que o filme apresenta. Momento esse onde Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal ganha mais fôlego, abraça seu lado mais sensacionalista, e nos apresenta a figura do veterano John Malkovich como o Juiz Edward D. Cowart que marca sua presença no filme.  

Zac Efron in Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile (2019)
Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal | Crítica | Foto: Paris Filmes

O roteiro de Michael Werwie, baseado no livro de Elizabeth Kendall chamado The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy, se garante em apresentar quase todos os fatos para o espectador, onde trabalha bem no sentimento de ambiguidade que Bundy se apresentava para o público, onde ele se sentia, literalmente, como uma celebridade e sustentou sua mentira até a véspera de ir para cadeira elétrica em 1989.

Como falamos, o fascínio por julgamentos que levaram à mortes extremamente perversas, chocantes, e feitas com uma dose de maldade e tons de sadismo dão o norte, e circulam a frase que acompanha o filme a todo tempo: o mal não tem face, ele pode estar disfarçado do seu vizinho, um colega de trabalho, e não no aguardo de suas vítimas num beco escuro na rua. Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal tem seus méritos em criar uma produção bastante interessante e que dá oportunidades para atores de uma nova geração de Hollywood se mostrarem fora de seus papéis corriqueiros. 

Nota:

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal chega na cinemas em 25 de julho.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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