Com muita lacração, piadas e lypsinc, Super Drags estreou na Netflix trazendo muito do universo LGBT para a animação, mas não só de piada vive a série, pois mesmo com um tom cômico ela aborda temas importantes como aceitação, respeito, preconceito, racismo, cultivo da imagem, autoestima… E Silvetty Montilla!
ALERTA DE SPOILER: Este artigo contém informações sobre os principais acontecimentos do episódio. Continue a ler por sua conta e risco.
Lógico que com nome forte de Pabllo Vittar, a série tem um alcance enorme, mas são as tiradas de Silvetty Montilla, incorporada na Vedete Champagne que dá o tom delicioso dos 5 episódios que compõem essa primeira temporada de Super Drags. Jóias, chapa frouxa, brilho e lógico, seu amiguinho Dild-O, são momentos sensacionais nos episódios.
Trazendo muitos clichês de animações, logo de cara imaginamos As Meninas Superpoderosas, Três Espiãs Demais, as transformações de Sailor Moon, mas com uma deliciosa pitada de sarcasmo e órgãos genitais… A todo instante vemos lacre, shade, brilho e pirocas, neca, pinto, mala, ou como quiser chamar o órgão sexual masculino, o que as vezes vem em exagero.
Super Drags rapidamente nos apresenta os grande amigos Donizete, Ralph e Patrick, e também suas montações drags Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim, assim como os dois maiores vilões da temporada: Profeta Sandoval e Lady Elza, que tem o plano de chupar o highlight das gays e ficar eternamente jovem.
Assim os 5 episódios fazem um ótimo trabalho de apresentação e desenvolvimento.
Em “Hora do Lypsinc” vemos a apresentação dos personagens, suas motivações, seus trabalhos, sonhos e festas, enquanto em “Imagem é Tudo“, “A Cura Gay” e “Seja Quem Você É” há o desenvolvimento individual de cada um dos amigos, indo da aceitação, o desprezo da família, a autoestima, sua imagem, e o racismo, como vemos Donizete pegando ônibus e o pessoal achando que ele iria assaltar os usuários do transporte público. E no final, em “Numa Só Voz” temos a conclusão com muito amor, neca, unicórnio, urso e veado.
Goldiva é estúpida, uma celebridade que abusa dos que estão “abaixo” dela, mas também tem uma história forte, e a dublagem de Pabllo Vittar só exagera nos próprios bordões, o que no fim não estraga toda a diversão em cima de cada episódio.
O melhor de Super Drags é sair caçando referências, como a dona da loja onde eles trabalham nos lembrar imediatamente de Hebe Camargo, ou aparições de nosso universo de humor da internet, como a Grávida de Taubaté, os humoristas do site Divas da Depressão, e até o fato dos filhos da obreira da igreja se chamar Enzo e Valentina, duas entidades no melhor estilo O Iluminado.
Super Drags é clichê, é cômico e é para maiores de 16 anos em todos os seus níveis. Logo na cena inicial vemos Safira salvando um ônibus que levava fãs para o show de Goldiva, e depois de salvar as pessoas, ela desce para salvar o motorista homofóbico.
Super Drags já está disponível na Netflix e tem garantida mais 2 temporadas.
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