Slender Man: Pesadelo Sem Rosto (Slenderman, 2018) era para ser um típico filme adolescente de terror que iria contar detalhes da lenda, como o próprio nome já diz, do Slenderman.
Até tudo bem por aí, afinal, já tivemos diversos filmes que vem nessa onda que é chamada de novo terror com produções que abordam questões mais psicológicas em vez do puro e velho sangue jorrando em tela. Slender Man pelo primeiro trailer parecia que iria seguir nessa linha. Apenas parecia.
Talvez o grande problema de Slender Man: Pesadelo Sem Rosto seja realmente os problemas de bastidores que o filme sofreu e afetaram o produto final do longa. O filme tem uma história simples e nada atrativa e parece quis se manter o mais “classificação livre” possível. Sua edição tentou criar momentos de tensão e passagens com um pouco de suspense onde as protagonistas tentariam fugir da ameaça sobrenatural mas, aqui, tudo isso acaba por ser completamente falho, pelo fato que o filme tenta criar um mistério em volta da criatura mística que fica completamente sem sentido e avulso dentro da história.
Na trama, um grupo de amigas resolver invocar a criatura chamada Slender Man, uma figura com o rosto pálido mas sem feições e que aparece como se fosse um espirito do mal (ou a loira do banheiro da lenda nacional) quando chamado. Logo após a aparição do tal ser, em seguida, elas começam a desaparecer uma a uma. Slender Man: Pesadelo Sem Rosto até consegue explicar detalhes da mitologia, que foram criados quando as aparições começaram a pipocar na internet lá em 2014, mas faz aqui no filme de 2018 como se estivéssemos lidando com a Samara da franquia O Chamado em uma nova (e pior) roupagem.
A produção não chega a ser nem um bom filme teen de colégio como a série de TV, Scream (MTV) tentou em curtas duas temporadas e nem uma produção de terror daquelas de dar susto, com o famoso jumpscare, como temos nos filmes de Invocação do Mal (2013 e 2016) e Annabelle (2014 e 2017). Slender Man: Pesadelo Sem Rosto apenas navega de cena de cena acompanhando um grupo de meninas toscas que parecerem não ter nada melhor para fazer.
Joey King que é conhecida por protagonizar 7 Desejos (2017) outro péssimo filme do gênero e mais recentemente A Barraca Do Beijo (2018) consegue levar o filme nas costas mesmo que sua personagem nem seja a protagonista mas nem seu talento consegue salvar o filme.
É como os produtores resolvessem picotar o filme para dar mais cenas para a atriz, onde ela chega até estar boa (ou acima da média) quando se comparado com suas colegas. Parece que o estúdio tentou capitalizar em cima do sucesso da garota com o público jovem que deve ser quem deve ir ao cinema.
Claro, o filme tem algumas coisas de positivas, por exemplo, nem termos de ambientação e caracterização da cidade onde as garotas moram onde temos uma neblina envolvendo as casas e aqueles típicos dramas de adolescentes onde as garotas querem aprovação dos garotos e até mesmo o efeito do SlenderMan em si é razoável, mas tudo isso é jogado por água baixo pelo roteiro fraco e atuações bem mais ou menos.
Em uma das cenas é comentado que após convocar o SlenderMan você deve manter o rosto coberto… e isso não poderia melhor descrever a sensação ao assistir o longa… Slender Man, o filme, é literalmente um pesadelo. De ruim. Mantenha sua mão no rosto o tempo todo.
Slenderman – Pesadelo Sem Rosto chega nos cinemas em 23 de Agosto!