sexta-feira, 22 novembro, 2024
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Shrinking | Crítica: Nova série do Apple TV+ é receita garantida de risadas e choros com terapeuta de Jason Segel

Shrinking chega no AppleTV+ com uma lista de nomes envolvidos na sua produção que são bastante impressionantes. O novo seriado da plataforma, por exemplo, é do mesmo time da outra série de sucesso por lá, a premiadíssima e divertida Ted Lasso, e conta aqui com o roteirista Bill Lawrence e o ator Brett Goldstein (Vencedor do Emmy) na produção.

Tem também um comediante veterano, o ator Jason Segel (o eterno Marshall de How I Met Your Mother) e ainda o lendário Harrison Ford em ano que retorna como Indiana Jones nos cinemas. Apenas credenciais de respeito. Mas Shrinking não se apoia nisso e já mostra que vem para dar o que falar logo de cara.

Jason Segel em cena de Shrinking – Falando a Real
Foto: Courtesy of Apple – All Rights Reserved

Com o título nacional de Falando A Real, a atração parece que vai descascar diversas camadas ao longo dos seus episódios (esse texto é aos dois primeiros, o resto está sob embargo), na medida que o terapeuta Jimmy (Segel, excelente) tem uma revelação, uma mudança de comportamento, vamos colocar assim, por conta de certos acontecimentos em sua vida, e começa a falar tudo que pensa para seus pacientes.

Essa mudança de atitude é o estopim para o seriado começar, onde descobrimos que o catalisador dessa nova jornada para o personagem faz parte do grande período de luto em Jimmy que vive depois que sua mulher faleceu e ele não consegue processar direito o fato.

Assim, Shrinking faz uma representação de perda e luto, com um humor extremamente interessante de se assistir, sem soar dramática ou melancólica demais. Você não ri de gargalhar e sim por conta da energia caótica que as ações de Jimmy geram, não só para si, mas também para os seus pacientes que dependem emocionalmente dele.

Esse drama misturado com comédia é o que dá o tom para a série e o novelo de lã que o terapeuta puxa na medida que surta e diz para uma paciente (Heidi Gardner, ótima) que ela precisa deixar seu namorado abusivo. E ela concorda.

Não é nada muito ético de se fazer, claro, mas não é como se, ao lidar com o luto, Jimmy transformasse a realidade de uma cidade inteira para os moradores viveram em uma sitcom como WandaVision ou se ele quebrasse a quarta parede como em Fleabag, aqui em Shrinking, vemos que ele está no seu limite com esse caso e a jovem já faz sessões com ele há mais de 2 anos.

Asssim, Shrinking faz esse retrato de luto para esse personagem de uma forma leve, onde fica claro aqui que essas as pessoas precisam se sentir ouvidas e compreendidas e que seus problemas importam. E não só elas, Jimmy também.

O texto do grupo formado por Lawrence, Goldstein, o próprio Segel, Brian Gallivan e mais um time de roteiristas maravilhosos vão nos dar esse panorama sobre a vida profissional desse personagem, e a sua vida pessoal na medida que navegamos, sem muito saber o que aconteceu com ele, e por esses seus dois núcleos.

Harrison Ford em cena de Shrinking – Falando a Real
Foto: Courtesy of Apple – All Rights Reserved

O lado profissional em que seu terapeuta/mentor rabugento Paul (Ford num começo tímido mas com um promissor arco dramático) está preocupado com ele, e sua colega de clínica, a debochada Gaby (Jessica Williams) fazem de Shrinking ser uma comédia de escritório em sua própria maneira, na medida que o lado pessoal da vida de Jimmy, mostra o quão difícil está a sua relação com a filha adolescente Alice (Lukita Maxwell) que prefere passar seu tempo na casa da vizinha (Christa Miller) do que com o pai.

A chegada de um novo paciente, o explosivo Sean (Luke Tennie) parece que mostrará que o novo método de Jimmy vai dar certo, mas na medida que as sessões com o personagem, que precisa controlar sua raiva, avançam vemos que as coisas serão mais difíceis do que Jimmy acha e a série ganha uma profundidade ainda maior.

Na medida que Shrinking navega por todas as situações e arcos narrativos, o grupo de roteiristas deixa claro que as coisas, coisas como essas das consequências da perda de alguém, levam tempo, e que nada é resolvido de uma hora para outra, e que não existe mágica, enquanto se fala de saúde mental.

Com momentos divertidos e outros extremamente tristes, Shrinking garante um turbilhão de emoções numa série com um texto incrível e com atuações maravilhosas de se assistir e se surpreender com as loucuras que veremos esse terapeuta aprontar ao lado de seus pacientes. Nosso tempo com o Dr. Jimmy começa agora.

Shrinking – Falando A Real exibe seus dois primeiros episódios no dia 27 de janeiro com o resto da tempo todas às sextas-feiras.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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