quarta-feira, 25 dezembro, 2024
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Panic | Crítica 1ª Temporada: Mistura de Jogos Vorazes com Pretty Little Liars entrega uma viciante série teen

Diferente de Panic, normalmente as séries teen vem com personagens adolescentes um pouco irritantes que são interpretados por atores bem mais velhos do que eles, quase como se eles fossem mini-adultos sofisticados e glamourosos, onde essas produções focam em situações do dia-a-dia das mais malucas possíveis e que no final sabemos que não é assim que a banda toca.

Mas nada de pânico aqui, Panic a nova série teen do Prime Video que chegou hoje com 10 episódios, não tem nada disso, tá, quase nada. Isso pelo fato que Panic é diferente, mesmo que seja a personificação de uma verdadeira série teen em sua concepção sim, tem tudo isso que eu falei, mas de uma outra forma, aqui apresentada em tela. A primeira temporada trata dos dilemas, anseios, e surtos desnecessários de adolescentes, e claro, tem personagens com os hormônios a flor da pele e que se pegam por aqui ao longo dos episódios, mas Panic também entrega alguns dos personagens mais pé no chão que eu já vi em produções do gênero, e olha que eu já assisti várias, ao longo de várias temporadas. 

Panic – 1ª temporada
Foto: Matt Lankes/Amazon Studios

Panic tem em sua trama uma história que chama atenção e te prende para saber o que vai acontecer, quem vai ganhar o tal jogo Pânico, e principalmente quem desses jovens que vai se safar dessa rede de mentiras que cerca a cidade de Carp no interior do Texas. Alguns deles estão ali apenas para jogar, outros para desvendar alguma coisas sobre seus passados, e outros estão lá como verdadeiros orquestradores. Quem é, quem? Isso é um segredo que nunca vou contar… Xoxo.. ops série errada. Em Panic é só ver, e reunir as peças, para saber.

E Era uma vez uma cidadezinha… Onde parece que seus jovens ficam presos lá para sempre sem a oportunidade de saírem, conhecerem novos lugares, outras pessoas e verem suas vidas mudarem. Mas para eles havia o jogo Pânico, um evento anual, clandestino, claro, onde quem se formava no ensino médio poderia jogar se seguisse as regras impostas pelos jurados. O prêmio? Uma bolada em dinheiro e a oportunidade de deixar Carp. Parece ser fácil? Apenas parece, no jogo Pânico, em Panic, de maneira geral, nada é fácil, e as coisas não parecem ser aquilo que aparentam ser.

Panic – 1ª temporada
Foto: Matt Lankes/Amazon Studios

Baseado no livro da autora Lauren Oliver (que também cuidou dos roteiros), Panic é parte coming of age, parte franquia Jogos Vozares, parte Pretty Little Liars e é a série teen mais legal que eu vi nos últimos tempos, num acerto colossal do Prime Video. Mesmo que o gigante de streaming parece não entender o que tem em mãos e deixou toda a divulgação da série para seu pós-lançamento diferentemente de seus concorrentes. Mas isso aconteceu com The Wilds e a série foi um verdadeiro sucesso, não é mesmo?

Com um ritmo ágil para contar sua história, Panic se beneficiará, e muito, do modelo de binge-watching e deverá ser a sua (caro leitor!) próxima obsessão.  Eu mesmo quando recebi os episódios não consegui parar de assistir e uma tarde vi pelo menos uns 4 seguidos, queria comentar com meus amigos (mas não podia), seguir o elenco inteiro nas redes sociais, procurar memes e etc. O começo da série pode soar um pouco introdutório demais, os personagens, e algumas das tramas (a da protagonista meio chatinha no começo e com mãe drogada, o amigo que tem uma quedinha pela amiga, o bad boy conquistador e etc) são um pouco caricatos nesse início, mas tudo isso serve para definir o tom da série e ver como eles vão entrar de um jeito, continuar no jogo Pânico e fazer de tudo para ganhar. E sobreviver, claro.

Panic engrena de vez, e realmente ganha fôlego lá pelo episódio 1×03 – Armadilhas que junto com o combo 1×04 – Fuga, o alucinante 1×05 – Fantasmas e o 1×06 – Sem Saída, formam um grande bloco onde muitas coisas acontecem, segredos são revelados, e a própria permanência de muitos dos personagens no jogo Pânico é posta em jogo. O final da temporada ainda amarra muita das pontas para uma possível nova temporada de uma forma muito, muito interessante, e finaliza bem diversos dos arcos dos personagens principais.

E sem a presença de um grande nome, conhecido do público para servir de isca, Panic vai precisar de um grande boca-a-boca, e de uma presença gigante virtual para se destacar nessa semana concorrida. Olivia Welch como a protagonista Heather é a típica mocinha de série teen, irritante, mas uma que não leva desafora para casa. Ela pode começar ingênua e até mesmo bobinha, mas ao longo da temporada Welch parece que consegue brincar com as diversas facetas que Heather assume, e o que os desafios, e as consequências deles, trazem para sua vida pessoal. A atriz Jessica Sula também consegue navegar bem com sua personagem que a gente nunca sabe para que lado vai cair, onde sua Natalie é uma jovem que faz de tudo para ganhar, até mesmo passar por cima de sua melhor amiga Heather.

O elenco masculino é liderado pelo carismático Ray Nicholson (filho do ator Jack Nicholson, veja bem) como o bad boy Ray, onde em Panic, o espectador não vai saber se torce para o personagem vencer as provas, para os momentos de flertes que ele tem com Heather darem certo, ou se ele vai colocar uma camisa ou não durante os episódios. E pelo ator Camron Jones, o garoto certinho e amigo de Nathalie e Heather que parece que esconde alguma coisa, o jovem Bishop Moore.

Os restantes dos personagens que completam o time do jogo Pânico para a edição do ano, tem seus momentos principalmente o ator Mike Faist como Dodge Mason que tem um motivo específico e que é um fio condutor para a trama que envolve sua presença na cidade. Completam o time da série Jordan Elsass como o jovem rebelde Tyler Young, Cosme Flores como Drew Santiago que garante um alívio cômico ao lado de David W. Thompson como Diggs, que tem a função de ser o apresentador dos jogos.

Panic
Panic – 1ª temporada
Foto: Matt Lankes/Amazon Studios

Todos eles participam dos jogos, e precisam além de tentarem escaparem das provas e dos jurados (pessoas misteriosas que ninguém sabe quem são), também precisam fugir da polícia (e boa parte do elenco adulto) após um casal de jovens ter morrido em uma edição anterior e ter colocado o jogo Pânico no radar do Xerife Jimmy Cortez (Enrique Murciano). Assim, Panic desenvolve as motivações e os conflitos que esses jovens têm para participarem do jogo Pânico de uma forma completamente interessante para a proposta da série. E o elenco adulto também garante boas passagens e suas histórias, mesmo que fiquem em segundo plano, ajudam o espectador a entender o motivo que Carp tem um jogo tão perigoso como Pânico. Quem criou e como ele se mantêm é uma das questões da temporada.

Com episódios que se passam boa parte em provas que o grupo enfrenta, Panic não faz uma série arrastada e cansativa, pelo ao contrário, parece estar ligada no 220v, onde parece que temos um carro em movimento, pegando fogo, e você precisa dirigir com uma venda nos olhos. Ou seja, uma prova do jogo Pânico.

O resultado de provas explosivas, com conspirações, e jovens adolescentes se pegando em festas clandestinas fazem de Panic uma das grandes surpresas de 2021. Até agora, eu diria que pessoalmente, faz a melhor produção do gênero no ano. Estou em pânico enquanto aguardo a renovação da série, viu Jeff Bezos? Espero a renovação antes de você deixar a Amazon.

Panic disponível no Prime Video.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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