Mank é a nova aposta da Netflix para conseguir o aguardado Oscar, ou pelo menos, para o serviço conseguir alguma indicação (o que deve acontecer sim).
Com direção de David Fincher, e um roteiro escrito por Jack Fincher, pai do diretor, Mank chega na Netflix agora no dia 4.
E por mais que o filme seja um dos queridinhos da crítica americana, é preciso quase como um guia para entender quem é quem no filme, e o contexto histórico que o longa se passa.
Então vamos por partes.
QUEM FOI MANK?
Herman J. Mankiewicz foi um roteirista americano que trabalhou em Hollywood no início do século XX. Durante os anos 20, ele foi o chefe dos roteiristas na Paramount Pictures, na época um dos maiores estúdios americanos junto com a MGM, e foi durante um tempo foi uma grande aposta em Hollywood e um dos roteiristas mais bem pagos dos EUA.
No início de sua carreira, ele trabalhou como crítico para o New York Times e para New York Magazine, e depois partiu para Hollywood durante a transição do cinema mudo para o falado. Mankiewicz, ou Mank como também era conhecido, era super talentoso, tinha um tom de escrita bem característico, mas tinha um gênio forte e um humor bastante sarcástico e uma ligeira queda por bebidas e mulheres bonitas, mesmo sendo casado com sua esposa, Sara, ou a pobre Sara (no filme Tuppence Middleton).
Sua fama em Hollywood era notada, Mank ajudou a escrever roteiros de diversas produções, onde não recebeu o crédito por boa parte deles, na sua página do IMDB consta que o roteirista trabalhou em mais de 90 projetos. E uma coisa sobre ele, Mank odiava o lugar e as pessoas.
Ele passou por diversos estúdios ao longo dos anos, conseguiu até empregar seu irmão Joseph L. Mankiewicz (Tom Pelphrey), e durante os anos 30 sua reputação estava por um fio na cidade. Já Joseph L. Mankiewicz seria o grande roterista da família, tendo escrito os longas A Letter to Three Wives (1949), A Malvada (All About Eve, 1953) e Cleópatra (1963).
Até que o roteirista recebeu a missão de escrever um roteiro para um filme com Orson Welles que ficaria conhecido como Cidadão Kane (1941). E em Mank, vemos Mankiewicz (Gary Oldman) precisar se manter longe da bebida e de seus outros vícios para escrever o texto na menor quantidade de tempo possível. O que levou ao problema dos créditos do filme, e principalmente depois que o longa levou o Oscar de Melhor Roteiro Original.
No final, tanto Mank quanto Wells dividem o crédito do longa depois que a Screen Writers Guild, a associação dos roteiristas, definiu o caso.
Mank faleceu em 1953 na mesma Hollywood que ele sempre detestou.
QUEM FOI ORSON WELLS?
Orson Welles foi um ator, roteirista, e diretor americano. Ele trabalhou com John Houseman (Sam Troughton), um dos colegas de Mankiewicz e que ficou responsável por fazer com que o roteirista entregassem a primeira versão do roteiro dentro do prazo.
E um dos seus primeiros filmes foi justamente Cidadão Kane (1941), que foi aprovado pelo estúdio e que Wells tinha controle total, e que nos leva para a história onde disputou os créditos do roteiro Mankiewicz.
No longa, o ator Tom Burke interpreta a versão mais jovem. Wells trabalhou em diversos outros filmes como A Marca da Maldade (1958), A Dama de Shanghai (1947) e O Processo (1962), entre outros.
Mank | Crítica: Mesmo com boas atuações, longa se perde em sua própria metalinguagem.
Mank chega em 4 de dezembro na Netflix.