quinta-feira, 21 novembro, 2024
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Quase Uma Rockstar | Crítica: o doloroso nascimento de uma estrela teen

Quase Uma Rockstar (All Together Now, 2020) era para ser um mais filme teen, mas entrega uma produção muito mais adulta do que eu esperava. Liderado por uma fantástica Auli’i Cravalho, que canta e emociona, o novo filme da Netflix sabe tocar todas as melodias certas nesse coming of age baseado no livro Sorta Like a Rock Star do autor Matthew Quick.

Aqui, temos um doloroso nascimento de uma estrela que precisa enfrentar os mais tristes obstáculos em busca de seu sonho.

Quase Uma Rockstar | Crítica
Foto: ALLYSON RIGGS/NETFLIX

Em Quase Uma Rockstar conhecemos Amber Appleton (Cravalho), uma jovem simples que tem um coração do tamanho de um salto alto de Lady Gaga em sua época mais camp e extravagante: enorme. O roteiro do trio Marc Basch, Brett Haley e Matthew Quick consegue nos transportar logo de cara para a vida corrida da nossa protagonista, onde ela parece encarar tudo com um otimismo incrível e um excelente bom humor mesmo que há diversos motivos para isso não acontecer. Amber não tem uma casa, passa dificuldades financeiras, mora em um gelado ônibus com sua mãe Becky (Justina Machado, ótima), trabalha em mais de 2 empregos e ainda precisa conciliar os estudos com a busca de seu sonho: entrar na prestigiada escola de música Carnegie Mellon que fica em outro Estado.

E assim, Quase Uma Rockstar nos mostra a jornada dessa garota cheia de altos e baixos que nos entrega momentos tristes e intensos, mas que ao mesmo tempo nos dão um quentinho no coração, ao vermos a união desta comunidade para ajudar Amber. Quase Uma Rockstar é quase como se fosse um conto da Cinderella moderno, mas sem abóboras mágicas, bailes de gala, e ratinhos trabalhadores. Aqui temos uma “BoaDrasta” Donna (Judy Reyes) – a mãe de um dos melhores amigos da jovem – amigos de verdade mesmo que sejam personagens completamente unidimensionais e nem um pouco trabalhados, e claro, por que não, um grupo de senhoras asiáticas cantoras.

Quase Uma Rockstar sofre um pouco com seu ritmo, afinal tudo parece ser um pouco corrido nas suas 1h30, e vemos a personagem mudar rapidamente do seu tom alegre para um mais pessimista quando a vida realmente pega a jovem de jeito, mas ao mesmo tempo, consegue mostrar que a vida pode mesmo ser um caminho de pedras, e que existe esperança em que os momentos mais tristes vão passar, e no filme, vemos que a nossa Amber viverá, e sentirá, todos eles à flor da pele.

Quase Uma Rockstar | Crítica
Foto: ALLYSON RIGGS/NETFLIX

Claro, Quase Uma Rockstar não entrega nada de novo aqui em sua história que é até bem simples, como se os roteiristas tivessem condensado tudo para caber na duração do filme, mas as incríveis atuações de Cravalho e Machado são a grande cereja desse bolo. A personagem de Cravalho sofre bastante, como uma mocinha de novela mexicana, mas a jovem atriz não desafina e entrega nos momentos tristes, e de felicidade, uma atuação impressionante.

A trajetória da garota em superar os desafios que o roteiro coloca, desde do relacionamento abusivo da mãe com um parceiro alcoólatra, o envolvimento com um colega de escola Ty (Rhenzy Feliz), até mesmo a jovem se desdobrando em milhares de emprego para conseguir juntar dinheiro para sobreviver, mostra que Amber terá um árduo caminho pela frente. E Quase Uma Rockstar ainda nos dá participações especiais de Fred Armisen como um professor de teatro sonhador, e da veterna Carol Burnett como uma senhora rabugenta que mora em um asilo onde a jovem trabalha como voluntária.

A poderosa voz de Cravalho na música Feels Like Home, em uma das cenas mais bonitas do filme, completa este incrível drama teen que nos entrega boas e emocionantes horas na Netflix. No final, Quase Uma Rockstar mostra a importância de uma família que não necessariamente precisa ser a nossa família de sangue, e que nenhum homem (ou mulher) é uma ilha.

Avaliação: 3 de 5.

Quase Uma Rockstar disponível na Netflix.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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