Os fãs lembram da adaptação em filme do livro Percy Jackson e o Ladrão de Raios que foi lançada lá pelo final da década de 2010 e vinha no boom das adaptações de outros livros em filmes, que também viraram franquias de filmes e que se proliferavam antes de Hollywood embarcar na onda dos filmes de heróis, como Harry Potter, passando por Senhor dos Anéis, e Jogos Vorazes.
Sendo um dos últimos projetos dessa safra de produções grandiosas, pareceu que os longas de Percy Jackson foram a última gota espremida desses tipos de filmes.
Afinal, o primeiro filme de Percy Jackson foi lançado no mesmo ano que a Parte 1 do último livro de Harry Potter chegava aos cinemas e ficava claro que esse tipo de produção já soava desgastada, sem brilho e estreava com aquele sentimento de mais do mesmo.
E quase mais de 10 anos depois, curiosamente no mesmo ano que Jogos Vorazes também retorna, e a série de Percy Jackson chega num cenário que felizmente, para os fãs, dá para dizer que é o contrário do que vimos quando essa adaptação saiu dos holofotes.
Por Percy Jackson e os Olimpianos, atração baseada nos mesmos livros e que chega no Disney+ no dia 20, ter um maior envolvimento do seu criador, o autor Rick Riordan, dá para dizer, isso faz uma grande, e notável, diferença, principalmente na mudança no tom que a atração se apresenta em relação aos livros, na forma como os roteiros foram adaptados, e principalmente na forma como essa história é contada.
E claro, no elenco escolhido para viver esses personagens. Com os dois primeiros episódios de Percy Jackson e os Olimpianos dá para ver claramente que a série faz, e será, uma adaptação fiel para a obra original, e que transporta a sensação de ler os livros de Percy Jackson para a telona.
Extremamente bem feita, visualmente interessante, cuidadosa com os detalhes, fica claro que a série Percy Jackson para o Disney+ foi feita por quem sabe, quem se preocupa com essa história, para quem é fã. Isso sem dúvidas nenhuma.
E por mais que a 20th Century Studios TV tenha acertado nos visuais, na narrativa, e no escopo mais cinematográfico que Percy Jackson e os Olimpianos entrega e que faz justiça para as outras atrações eventos no Disney+ como as séries da Marvel Studios e de Star Wars, fica claro também que a essência dos livros, juntamente com o elenco escolhido é que são os fatores principais que a atração deve agradar.
Do trio principal jovem, extremamente cativante, para o elenco adulto que sustenta boa parte dos episódios, Percy Jackson e os Olimpianos mostra que estamos com uma baita série prestes a desenvolver sua narrativa e garantir bons momentos.
E boa parte disso se dá pela escalação do jovem Walker Scobell (vindo do espirituoso e divertido O Projeto Adam) que realmente personifica Percy como ninguém. cobell mostra uma versatilidade sem tamanha para um ator mirim e com poucos trabalhos no currículo.
Mesmo jovem, e relativamente novo no mercado, o ator navega perfeitamente pelos momentos dramáticos que Percy exige dele, desde de mostrar o incômodo que o jovem vive na escola, ou como o namorado da mãe (Time Sharp), até descobrir que é um semideus e que o colega de escola, um garoto meio estranho que anda com ela, o jovem Grover (Aryan Simhadri) é na verdade um garoto meio bode que o quer o levar para um Acampamento só com filhos de Deuses gregos.
E se Scobell lida com a parte mais dramática, e principalmente tem boas cenas com Virginia Kull que interpreta a mãe do protagonista, o lado mais cômico também é bem desenvolvido pelo ator, principalmente lá no segundo episódio onde, não só o personagem, mas o espectador cai de cabeça no mundo do Acampamento, de Deuses viciados em vinhos e mentiras, de jogos perigosos de caça bandeira e missões para salvar o mundo.
Se o primeiro episódio é bastante introdutório para dar para o espectador o contexto que Percy vive, com a mãe (Kull, ótima), com a descoberta que é vocé é um bruxo, Harry, digo que é um semideus e com o personagem enfrentando um minotauro (os efeitos visuais são bons para uma série de streaming), o segundo é pura aula de Mitologia grega, apresentação de personagens que farão parte da jornada do pequeno herói neste mundo como Annabeth (Leah Sava Jeffries, ótima, um dos destaques), Dionízio (Jason Mantzoukas), Luke (Charlie Bushnell) e Clarice (Dior Goodjohn).
E o ritmo da série é ágil, eu diria até um pouco corrida, piscou perdeu, e a divisão dos episódios faz parecer que a Disney vai querer exibir a atração na TV aberta americana, por conta dos timings para comerciais, mas pelo menos a trama não perde tempo em apresentar os personagens, as motivações, e o que, e quem eles tem que fazer.
O combo inicial serve para mostrar que sim, o mesmo raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, só que aqui, nessa segunda vez, Percy Jackson e os Olimpianos mostra que o raio caiu, e acertou, o lugar certo. Sem muitos spoilers, fica claro que no final, os primeiros episódios da atração fazem um começo empolgante para uma série extremamente bem feita tanto visualmente, quanto por entregar bons personagens. Faz, sem dúvidas, uma excelente forma de finalizar o ano. Eu diria que para os fãs, vai ser um presente dos deuses.
Assista o trailer de Percy Jackson e os Olimpianos.
Percy Jackson e os Olimpianos chega com 2 episódios iniciais em 20 de dezembro no Disney+