Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro pode ser definido pela frase menos é mais.
Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro (2018) acaba por ser, sem dúvida, uma grande homenagem aos filmes de terror, daqueles bem trash e bastante comuns nos anos 80 e 90 e faz, dentro do possível, um longa moderadamente interessante, apoiado numa boa história mesmo que totalmente sem noção. E na produção, vemos situações e passagens completamente surreais e feitas para chocar, apenas por chocar, como se o longa tivesse a necessidade de ser afrontoso quase o tempo todo.
Não se enganem, Os Exterminadores do Além, está longa de ser extremamente ruim, mas também, não é uma obra memorável. A produção até tem cenas caprichadas mas, no final, apenas se apoia em situações bem extremas que deixam o longa com aquele sentimento apelativo de “sim, fizemos isso, lidem com isso!” que pode não dar certo para certos expectadores.
Na trama, temos um grupo de youtubers que tentam a todo custo emplacar uma série de sucesso ao explorar o sobrenatural. Com um jeitão bem brasileiro, o quarteto tem que lidar com altos e baixos desse tipo de trabalho, e ao receber uma ligação, o grupo parece que finalmente encontrou um caso que vale a pena investigar e sair da maré baixa que os assombra.
Assim, quando topam com uma escola em que os alunos afirmam ter recebido uma entidade, do mito urbano da loira do banheiro, esse grupo de exterminadores/influenciadores digitais tem uma oportunidade de sucesso para gravar um episódio piloto e vender para alguma produtora. Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro, começa com um jeitão de série nacional para TV à cabo (uma das idéias para o futuro segundo os produtores) com diálogos duros e atuações não muito convincentes, mas que estão lá, sem ofender muito, onde o filme transmite um sentimento curioso de “vamos ver até onde isso vai”.
Na medida que o caso da loira do banheiro avança, vemos a produção mascarar todos esses defeitos com gigante um banho de sangue, onde vemos a história caminhar ainda mais para deixar o filme parecido com outras produções, num mix do gênero slasher, com produções de terror vistas dos anos 80. A direção de Fabrício Bittar até tem boas tomadas e que apelam para um tom mais de suspense, já a edição usa cortes rápidos, que abusam de bons jump scare e conseguem deixar o filme como uma típica produção americana do gênero.
Mas, como falamos,Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro parece ter aquela compulsão do choque pelo choque. Quando a loira do banheiro em si, resolve atacar os youtubers e os funcionários da escola, a trama desenrola, mas também mostra situações e passagens completamente desnecessárias. São possessões demoníacas que envolvem dejetos, camisinhas na cara de personagens, lutas com fetos possuídos e piadas e mais piadas que não colam, que não fazem rir, e que apenas nos fizeram afundar na cadeira de vergonha.
Não é que as expectativas com Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro fossem altas, pois não eram, apenas que, tirando várias coisas, passagens e momentos do roteiro, o filme poderia ter outra cara. A produção, até acerta no desenvolvimento de uma interessante mitologia para o mito da loira do banheiro, e o elenco composto em sua maioria de humoristas até que consegue entregar boas cenas como um grupo de picaretas bem entrosado, mas tudo isso, acaba caindo por terra quando o filme tenta ser polêmico demais e pobremente criar momentos e cenas que tentam ser impactantes, mas que no final, acabam só sendo constrangedoras.
Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro, pode ser definido pela frase menos é mais. Menos situações embaraçosas só fariam melhor para o filme. A produção chega até ser um divertimento razoável, onde não se precisa pensar muito e apenas embarcar na história. No final, acaba por ser uma produção daquelas pipoca, entrou, assistiu, e em poucas horas o filme acaba deixando sua memória.
https://youtu.be/qgo0JDfMevo
Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro chega nos cinemas em 29 de novembro.