A premissa de Only Murders In The Building é uma das mais interessantes e já tinha me chamado atenção desde que o projeto foi anunciado. Mas claro que o seriado que chega no Brasil com o lançamento do Star+ no dia do desembarque da plataforma só conquistou a atenção do público e da mídia com o anúncio dos seus atores principais numa parceria inusitada: as lendas da comédia, Steve Martin (que pelo visto saiu da aposentadoria) e Martin Short se unem com a cantora teen Selena Gomez nessa produção.
E isso é dos principais dos fatores que fazem Only Murders In The Building entregar uma comédia…matadora em todos os sentidos.
Criada por Martin e por John Hoffman, o maior trunfo do seriado é a presença do próprio Martin, de sempre divertido Short, e de Gomez (ótima aqui) o seriado se apoia nessa combinação diferente e em um roteiro afiado e muito bem escrito diga-se de passagem para entregar um mistério imperdível. E um que deverá prender o espectador para saber o que vai acontecer. Talvez episódios semanais de 30 min não sejam o suficiente.
Para os fãs de histórias “true crime” e produções no estilo “Quem matou?”, Only Murders In The Building é um seriado que vai dar o que falar. O trio diz que só vão investigar assassinatos no prédio deles, mas quantos crimes podem ter no mesmo lugar, não é mesmo? Os roteiros parecem que vão fazer com que nós os espectadores tenhamos todas as pistas para desvendar o caso junto com os protagonistas, afinal, se eles sabem algumas coisas, a gente também sabe, mas também como espectadores, sabemos de outras coisas, onde ao mesmo tempo descobrimos que todos eles escondem algum tipo de segredo que devemos descobrir mais ao longo da temporada, sem dúvida nenhuma.
Logo no começo conhecemos as figuras de Oliver (Short), Charles (Martin) e Mabel (Gomez), três pessoas muito diferentes, com estilos de vidas muito diferentes, mas com uma coisa em comum. Ok, duas coisas em comum. Evidência A: Eles moram no mesmo prédio em Nova York e Evidência B: Eles têm paixão pelo mesmo podcast de true crime.
Ao longo do episódio vemos um pouco a introdução de cada um deles na medida que a série tenta acolher o espectador com a voz de Martin que narra esse primeiro episódio chamado 1×01 – True Crime. qui vemos que Charles era um ator de uma grande série de sucesso faroeste super antiga mas que não consegue mais garantir novos trabalhos. Já Oliver é um excêntrico diretor de elenco que tem uma boca grande e gosta de casacos chamativos (“Estou parado com esse casaco roxo e você não me viu? “ diz ele ao tentar atravessar um cruzamento na movimentada cidade de Nova York), e claro a jovem Mabel, que com fone de ouvido gigante e seu casaco amarelo chamativo é a típica millennial conectada com seu aparelho celular, mas com mórbida curiosidade de o que ela faria se um estranho entrasse no seu apartamento (um muito mais caro do que ela poderia pagar, mas isso é um mistério não vamos descobrir agora).
Com uma estética bem interessante, e uma forma muito bacana de contar e cruzar essas histórias, o começo da série mostra como três diferentes pessoas podem se camuflar na movimentada Nova York por mais que eles tentam disfarçar. Um breve encontro no elevador (“Nem o elevador queria ouvir essa história chata que ele ia contar” afirma Oliver) entre os três, e logo em seguida uma parada com um outro vizinho com um saco de lixo e um telefona agressivo, são as primeiras pistas que nós como espectadores começamos a receber.
Afinal, naquela mesma noite, o prédio onde o trio mora é evacuado porque descobrimos que aconteceu uma morte no prédio. Foi um vizinho? Mas quem seria ele? Ou ela? Foi assassinato? Foi uma invasão seguida de homicídio? Foi suicídio? Na medida que os três tentam dar uma espiadinha na cena do crime que a trama do seriado engrena.
Assim, Oliver, Charles e Mabel resolvem investigar a fundo, afinal, para eles a oportunidade de pararem de ouvir o podcast deles e colocarem a mão na massa para além de investigarem o caso por conta própria, criarem o deles, e isso parece uma oferta muito tentadora e que eles não podem recusar. O mais interessante de Only Murders In The Building é a forma como a produção parece que resolve somente nos mostrar algumas coisas que realmente estão ali para ajudar a compor o quadro geral. Seja o foco em algum objeto, ou uma fala importante, ou até mesmo em como esses personagens se comportam e agem quando eles acham que o outro não está olhando. Mas nós como espectadores temos as mesmas informações que eles nesse primeiro momento. E graças às atuações impecáveis de Martin, aqui particularmente o destaque do episódio ao lado de Gomez (que segura bem as pontas quando está com os outros dois e não some em tela) que entregam personagens que parecem serem os maiores fãs do gênero true crime que existem e ganham um certo destaque nesse começo.
No final, Only Murders In The Building faz um início extremamente promissor no STAR+, numa das séries que tem de tudo para se tornar para próxima obsessão do mundinho series twitter, graças ao combo de uma trama interessante, um bom e afiado texto, e claro nomes competentes que dão um toque a mais para o projeto.
O maior crime seria você não dar uma chance para a atração.
Only Murders In The Building chega em 31 de agosto no Star+.
[…] Only Murders In The Building | Primeiras Impressões: Um caso de mistério imperdível e com excelen… […]
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