Desde do seu anúncio, a série focada na bruxa Sabrina sempre esteve cercada de muita atenção e não foi por menos. Primeiro, o projeto foi anunciado como um spin-off da série Riverdale, logo depois, a idéia era que a produção fosse uma série própria de TV aberta nos EUA com a possibilidade de se realizar episódios crossover entre as duas e depois, o projeto migrou para a Netflix, onde claramente, o produtor Roberto Aguirre-Sacasa fez sua melhor e mais acertada decisão.
Transmitida em um serviço de streaming, O Mundo Sombrio de Sabrina consegue entregar uma produção mais madura, com mais chances de embarcar no sobrenatural sem se preocupar com horários e audiência.
Assim, O Mundo Sombrio de Sabrina é sim, sombrio, mas também estiloso, cheio de suspense e não por menos encantadoramente assustador. Tudo isso, se dá pela estética encontrada por Aguirre-Sacasa que vai desde da fotografia escura até pela escolha das locações que são mais rudimentares e claro, por seguir a linha dos quadrinhos da Archie Comics.
Esqueça a versão da década de 90, com aquele humor pastelão, uma Sabrina na adolescência mas com cara de ter 30 anos e um Salem falante e sarcástico, O Mundo Sombrio de Sabrina, como mágica, acerta em fazer uma produção que une um drama teen com pitadas de suspense e consegue entregar ao mesmo tempo, um humor mais adulto e bastante afiado na proposta que apresenta.
E na série, o segundo maior acerto de Aguirre, é na escolha de sua protagonista, a bruxa adolescente, Sabrina Spellman. A talentosa Kiernan Shipka, vem da premiada e elogiada série Mad Men com uma bagagem e tanto e embarca no como a independente e adorável jovem, que nessa versão, é metade bruxa, metade humana e que precisa escolher o lado que irá abraçar por inteiro ao completar 16 anos mesmo que seu futuro já tenha sido traçado pelo Coven.Expresso de Hogwarts
O Mundo Sombrio de Sabrina, então, acaba por ser (pelo menos nos seus primeiros episódios) um drama de amadurecimento, com uma dose de romance e claro, algumas cenas assustadores aqui e ali. Afinal, Sabrina contesta seu destino e começa a se perguntar o que é melhor para ela.
Cercado de mitologia, o começo da série funciona bem ao apresentar e ambientar o espectador na trama, onde temos as amigas humanas, com uma trama de irmandade e união feminina, Harvey (Ross Lynch) o namorado é que compreensivo com a garota mesmo que não seja muito ativo na história (por desconhecer o segredo da bruxa) mas que deve garantir os suspiros das jovens internet à fora.
E claro, o mundo dark e bruxo composto pelas tias de Sabrina, que realmente roubam todas as cenas quando aparecem, formado por Zelda (Miranda Otto), completamente classuda com seu cigarro, sua aurea rigida e seu comportamento controlador, Hilda (Lucy Davis, hilária) com seu jeitão mãezoca no melhor estilo Sra. Weasley da saga Harry Potter e seu primo descolado e confidente Ambrose (Chance Perdomo). E claro, ele, Salem, o gato que tem sua trajetória já explicada logo no episódio piloto (não se preocupem).
O Mundo Sombrio de Sabrina, então, acerta em todas as frentes que a varinha gira e entrega um pouco de mistério, romance e suspense, tudo isso com uma bela e carregada atmosfera. Sabrina tem potencial para ser um dos melhores pilotos dessa safra da Fall Season, com um visual extremamente sombrio, com uma vibe meio de época (oi anos 50!) e paisagens que lembram um pouco produções como Os Fantasmas Se Divertem (1988), Stranger Things (Netflix) e por que não A Família Addams (1991).
Assim, O Mundo Sombrio de Sabrina tem tudo para fazer o espectador se apaixonar por mais uma série teen, dessa vez, sem feitiços ou truques, afinal, a série já chega renovada para uma segunda temporada.
O Mundo Sombrio de Sabrina estreia na Netflix em 26 de Outubro.
https://youtu.be/c1N3tpnmy-c
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