sábado, 21 dezembro, 2024
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O Halloween do Hubie | Crítica: Adam Sandler em uma quantidade assustadora de cenas embaraçosas

Feliz Dia das Bruxas! Outubro chegou e com ele a safra de filmes temáticos também. A Netflix começa o mês com O Halloween do Hubie (Hubie Halloween, 2020), um novo filme de Adam Sandler, que depois do ótimo e intenso Jóias Brutas, entrega aquilo que ele mais sabe fazer: aquela comédia pastelão.

Só que dessa vez estamos em clima de Halloween. O que poderia dar errado? Ou melhor, o que poderia dar certo?

O Halloween de Hubie | Crítica
Foto: Netflix

E agora Sandler se aventura no feriado do Dia da Bruxas e nos entrega um longa moderadamente divertido, mas que assusta pela quantidade de bons comediantes envolvidos em tantas cenas embaraçosas e vergonhosas.

É Adam Sandler tirando doce de criança e fazendo o básico, novamente. Afinal, logo nos primeiros 10 minutos do filme já vemos uma enxurrada de piadas batidas, um apelo para um humor físico desgovernado, e claro, aquele tipo de passagens extremamente nonsense e característico de produções do ator que encontraram uma casa na Netflix nos últimos anos.

Talvez o mais interessante nem seja acompanhar as aventuras de Hubie Dubois (Sandler), um cara que vive na cidade de Salem e absolutamente ama o local, e o feriado de Dia das Bruxas, e sim, ver a lista de bons atores de comédia desfilarem pelo filme fantasiados por aí. Você nunca sabe quem vai aparecer de surpresa, e a lista não pára de aumentar a cada momento no filme.

Já no primeira cena temos uma participação especial de Ben Stiller que foi muito divertida. E realmente alguns estão muito bem no filme, como é o caso de Steve Buscemi, o novo vizinho misterioso de Hubie com um cabeludo segredo, assim por dizer, e que movimenta a trama; a veterana June Squibb, como a mãe de Hubie que desfila camisetas hilárias compradas em um brechó por 50 centavos e que mostram frases como “Eu raspei minhas bolas para isso?” e outras frases típicas desse tipo de roupa, e ainda a hilária e talentosa Maya Rudolph, que aparece pouco, mas passa o filme todo vestida como A Noiva de Frankenstein e rouba todas as cenas quando, junto com o marido (Tim Meadows), frequentam um cinema drive-in para uma sessão de filmes de terror que acaba por não dar muito certo para eles.

O Halloween do Hubie é isso, um grande desfile de Halloween, com atores conhecidos do grande público que pipocam por aí ao longo do filme que tem quase 2 horas. A história é simples e se conduz por um fio de trama que se desenrola pobremente. Vemos que Hubie tem um bom coração, mas a população da cidade não é muito fã da figura assustada que é ele e vivem implicando com o rapaz. O ator Ray Liotta aqui faz um papel diferente do habitual e está bem também. Viu? O Halloween do Hubie tem nomes que nunca imaginaria num filme de Adam Sandler.

Já o roteiro de O Halloween do Hubie, escrito por Sandler e Tim Herlihy – que trabalhou com o ator nos filmes Os 6 Ridículos (2015), Gente Grande 2 (2013), e O Paizão (1999) – parece entender que o foco é mesmo o ator e deixa Sandler correr solto como uma criança atrás de doce em pleno Dia das Bruxas. No filme, temos Sandler ligado no 220V, com um trabalho de caracterização de voz super irritante, e um porta café que tira um utensílio de cada vez seja um guarda-chuva, um ventilador de cabelo, ou um fio de sustentação.

A trama se perde um pouco em diferentes mistérios que rondam a história e fazem Hubie propriamente investigar por conta própria quem vai atrapalhar a noite na cidade. O Halloween do Hubie caminha a história em três tramas paralelas que acabam por deixar o roteiro inflado e com muito doce em sua sacola, afinal, todos esses arcos narrativos apresentam novos personagens e situações o tempo todo, e que acabam por se interligarem com o protagonista de alguma forma ou de outra. Seja o policial Steve Downey (Kevin James) que também não vai com a cara de Hubie, um paciente que fugiu do sanatório (não vamos dizer quem é para não estragar a supresa!), ou ainda a quedinha de Hubie, a antiga colega de colégio Violet Valentine ( Julie Bowen).

O Halloween de Hubie | Crítica
Foto: Netflix

Todos eles estão ali para orbitar o personagem de Sandler, e fazem a trama girar na investigação do personagem, e que levam o espectador junto com ele para tentar manter a cidade de Salem nos eixos enquanto rola uma grande festa de Halloween. As poucas piadas que eu particularmente ri foram poucas, mas entendo que o humor de Sandler não seja para mim. O longa parece entender isso e exagera o tom em diversos momentos e situações. Mas pelo visto boa parte dos atores pareciam estarem se divertindo em cena, e que no final fazem O Halloween do Hubie entregar uma comédia inofensiva e que não faz mal para ninguém.

Em tempos de incertezas políticas, econômicas, e em meio de uma pandemia, O Halloween do Hubie é como comer um doce escondido após o almoço, um prazer culposo que você quase se arrepende em dar play, mas já que está ali sentado no sofá, o único pensamento que surge é para tentar se divertir com o pouco com que esse longa consegue oferecer.

Avaliação: 2 de 5.

O Halloween do Hubie disponível na Netflix.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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