O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio | Crítica

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Um retorno, novamente, da franquia Exterminador do Futuro foi visto de uma forma alarmante quando anunciado, afinal, depois de inúmeras tentativas ao longo dos anos ficou claro que as sequências não conseguiriam contar e continuar a história vista no filme original lançado em 1984.

E para isso, o novo Exterminador do Futuro resolve essa questão de uma forma bem simples: Destino Sombrio se passa depois dos eventos de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), onde aqui, os roteiristas (do trio David S. Goyer, Justin Rhodes, e Billy Ray) acertam em resgatar as essências dos primeiros filmes da franquia. 

Linda Hamilton and Arnold Schwarzenegger in Terminator: Dark Fate (2019)
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio | Crítica – Foto: Skydance Productions/Paramount Pictures

Com direção de Tim Miller, conhecido por ter comandado Deadpool (2016), O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate, 2019), faz uma megalomaníaca sequência de ação, recheada de efeitos visuais, assim como foi os outros filmes, mas que atualiza a história para 2019, onde a trama de Destino Sombrio conversa com questões imigratórias, preconceitos contra diferentes raças, e claro, fala sobre resistência e precisar lutar contra um grupo que quer dominar o mundo. 

O Exterminador Do Futuro: Destino Sombrio vem embalado numa visão de futuro bastante pessimista após Sarah Connor (Linda Hamilton, de volta e muito bem) ter salvado o mundo da destruição. Neste sexto filme da franquia, temos um novo robô vindo do futuro com uma missão de salvar uma outra jovem, e de regra, claro, temos um novo exterminador pronto pra acabar com as duas e tudo aqui que vê pela frente. 

O filme segue a cartilha que deu certo e colocou Schwarzenegger, e seu personagem, no imaginário popular com seu visual bad boy, óculos escuros e jaqueta de couro. Aqui, o ameaçador T-800 agora é Carl que aprendeu a viver entre os humanos, onde o ator demora para aparecer, mas quando chega sua vez, inunda a tela com sua presença marcante, e parece, mais uma vez, se divertir em interpretar esse icônico personagem novamente.

Na nova versão, o vilão da vez fica com Rev-9 (Gabriel Luna) um caçador mais ferroz e com novas habilidades, onde o filme trabalha o personagem com bons efeitos de computação gráfica, e que ajudam a deixar o robô com um aspecto mais mortal e ameaçador.

E se ao mesmo tempo temos um aumento no perigo que vem do futuro, a ajuda também parece ter sido aprimorada. Grace, a personagem da ótima Mackenzie Davis – uma atriz que ao longo dos anos conquista um espaço e um destaque merecido em Hollywood – é a própria definição de girl power, destemida, habilidosa, e cheia de truques na manga. Ao fazer par com a icônica Sarah Connor, temos nessa dupla improvável e com personalidades completamente opostas, uma boa troca seja em cenas com passagens bem humoradas, ou ainda, nas ótimas sequências de ação comandadas por esse grupo de mulheres contra o apocalipse.

Linda Hamilton and Mackenzie Davis in Terminator: Dark Fate (2019)
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio | Crítica – Foto: Skydance Productions/Paramount Pictures

Mas no final, tudo se volta pra a protegida da vez, a jovem Dani (Natalia Reyes) que ganha um arco narrativo bastante interessante sobre viver nesse novo e alucinante mundo, onde todos parecem querer matar a garota a todo instante, e que ela precisa larga sua vida comum numa cidade do México para desenvolver o mistério que a conecta com o futuro da humanidade e com sua colega vinda do futuro.

Infelizmente, ao ver o filme, o sentimento de cansaço é sentido, principalmente ao tentarmos acompanhar as peripécias feitas com o uso da tela verde, mas nada que afete é muito a experiência com o filme, afinal, O Exterminador Do Futuro: Destino Sombrio nos reserva entre cenas épicas de perseguições – seja na estrada com carros em movimentos no melhor estilo Velozes e Furiosos, seja em uma cachoeira numa floresta, ou ainda, num avião de carga em movimento no céu – alguns momentos e viradas de roteiro que agitam a trama e dão um pouco mais de sustância para a história que faz aquilo que Star Wars: O Despertar da Força (2017) fez, repaginar um arco narrativo que deu certo no passado.

Para um filme tipicamente de ação, onde é obrigação a adrenalina correr solta, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio consegue lidar com algumas questões existenciais sobre o futuro da humanidade bastante interessantes, assim como, foram apresentadas nos outros filmes. Os fãs da franquia tem que agradecer, afinal, o futuro de Exterminador do Futuro está em ótimas mãos, graças à Sarah Connor e cia. 

Nota:

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio chega em 31 de outubro.