sexta-feira, 22 novembro, 2024
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O Clube Das Babás | Crítica da 1ª temporada

Inegavelmente, O Clube das Babás (The Baby-sitters Club, 2020) faz a série mais fofa do ano, pelo menos até agora. Com uma trama simples, personagens cativantes, e uma forte história de amizade a nova produção da Netflix entrega uma série gostosinha de se assistir com uma primeira temporada rápida e episódios super curtos, ou seja, tudo que a gente precisa em ritmo de quarentena.

O Clube Das Babás | Crítica da 1ª temporada
Foto: Netflix

A nova versão da série cai de cabeça nos tempos atuais na Era dos celulares, das redes sociais, e tudo mais, mas não deixa de entregar um certo frescor e uma inocência nas tramas para as jovens meninas que resolvem formar um clube para cuidar das crianças do bairro. 

Muito mais que um empreendimento, O Clube das Babás, a série, mostra a importância de encontrar amigos para dividir os problemas, as alegrias e as dificuldades de se crescer junto e compartilhar todos os passos seja ele o casamento de sua mãe com um novo cara, os primeiros crushs, ou ainda a primeira menstruação.

Sim, O Clube das Babás é uma série totalmente de menininha, mas não deixa de tocar em assuntos importantes, juntamente com boas piadas e uma trama divertida de se acompanhar. O grupo de meninas é bem entrosado e parecem que foram escolhidas a dedo, cada uma tem sua personalidade bastante própria e que se destaca, quase como se fossem grandes estereótipos, e que servem para contar suas tramas de forma bastante pontuais ao longo da trama.

Liderados por Kristy Thomas – interpretada pela ótima atriz-mirim Sophie Grace – a chefona e fundadora do Clube Das Babás é controladora, mandona, e a figura chave para a criação do famoso clube, ao mesmo tempo que lida com uma casa cheia de garotos, seus irmãos, e o novo namorado de sua mãe Elizabeth (Alicia Silverstone, que tem retornado cada mais para produções, agora como a figura da mãe).

Já sua melhor amiga a jovem Mary Anne Spier (Malia Baker) é um garota que vive sobre a tutela rígida do pai (Marc Evan Jackson, hilário de Brooklin 99 e The Good Place) depois que sua mãe morreu e precisa dar uma força para ele sair do seu casulo. Completam o grupo, a fashionista Claudia Kishi (Momona Tamada) vive desfilando um look mais extravagante do que outro, é apaixonada por artes, e tem uma vovó fofinha, e uma irmã excêntrica. Já a jovem Stacey McGill (Shay Rudolph) veio de Nova York, e parece ser super descolada, mas tem um segredo nas mangas.

Assim, o grupo forma o Clube das Babás onde com a ajuda de seus pais, e Watson (Feuerstein), o novo namorado da mãe de Kristy, elas vão cuidar das crianças do bairro e enfrentar altas confusões juntas, bem no estilo Sessão da Tarde. Como falamos, O Clube das Babás emana uma certa simplicidade, uma vida idílica no subúrbio, onde as crianças vivem soltas e para lá e pra cá, mas pelo menos não temos bicicletas e monstros assustadores de outra dimensão como em Stranger Things, onde o elenco infantil é o melhor escalado para uma produção da Netflix depois do mega hit citado.

O Clube Das Babás | Crítica da 1ª temporada
Foto: Netflix

O Clube das Babás entrega ainda um texto afiado, cheio de referências para a cultura pop que talvez só sejam notados pelos pais das crianças que assistem a seriado, ou jovens adultos como aquele que os escreve que já tem uma bagagem maior. Por exemplo, em um dos episódios, Kristy fala para a mãe, a Alicia Silverstone, depois de uma briga que “I guess she wasn’t totally clueless” e que na tradução a piada se perdeu completamente por conta da tradução de nome do filme Clueless no Brasil, como As Patricinhas de Beverly Hills (1995), coisa que a tradução teve que passar por cima para a frase não perder o sentido no contexto.

Ou até mesmo durante um dos episódios que temos uma referência maravilhosa para It – A Coisa de Stephen King, onde além de falarem sobre o palhaço Pennywise as meninas procuram um dos filhos de uma vizinha que chama Georgie e está sentado no meio da rua perto de um bueiro. São essas pequenas referências, sutilmente colocadas de propósito no roteiro que deixam a série um ar completamente divertido de se acompanhar, afinal tanto o filme, quanto a série, foram lançados nos ano 90 assim como as duas produções citadas.

Os primeiros episódios são muito mais interessantes que o restante da temporada infelizmente, pois cada um, é narrado por uma das meninas do grupo onde conhecemos mais sobre a vida delas, e sobre os problemas, que jovens da idade delas, 11, 12 anos possam ter. Os destaques ficam para 1×02 – Claudia and the Phantom Phone, que é narrado por Claudia como o próprio nome já diz, onde as garotas precisam enfrentar o dilema de irem ou não para a festa de Halloween do colégio, e claro, liderarem com a notícia sobre o maluco que invade casas e liga para as pessoas de dentro delas. O bom que a série introduz também a divertida Karen (Sophia Reid-Gantzert), a nova meia-irmã de Kristy que gosta de coisas sobrenaturais mesmo sendo super jovenzinha com uns 6 anos.

 O mesmo vale para os outros episódios 1×03 – The Truth About Stacey onde conhecemos mais sobre a jovem Stacey, e o segredo que ela esconde de suas amigas, e a razão que a fez mudar para a cidade de Stoneybrook. E ainda 1×04 – Mary Anne Saves the Day e 1×05 – Dawn and the Impossible Three ainda mostra mais de Mary Anne e como ela tem que lidar com seu pai autoritário, e ainda a novata Dawn (Xochitl Gomez) e uma cliente amalucada com três filhos endiabrados.

 Seja lidando com a competição de uma outra agência de Babás, com os primeiros olhares com os garotos do colégio ou até mesmo ao encarar a possível morte dos seus parentes, as meninas de O Clube das Babás, entre um cliente e outro, e reuniões cheia de risadas e telefones coloridos acabam por descobrir que o clube é muito mais que um trabalhinho e um projeto fora do colégio e sim uma oportunidade para fazerem amigas para a vida.

Com personagens carismáticas e um tom bastante alto astral mesmo ao tratar de temas séries, O Clube das Babás é uma aposta certa para uma diversão descompromissada e uma série para ser vista sem precisar se apoiar em malucas reviravoltas, ou uma linha do tempo, e genealógica extensa, é simples, alegre, e colorida, e trás um sentimento de paz ao se assistir e passar o tempo.

Depois de 3 meses de puro surtos e preocupações por conta de uma epidemia global, O Clube das Babás faz uma série para se aproveitar seus momentos divertidos que nos faz embarcar num contexto mais nostálgico onde as coisas são mais fáceis e menos complicadas.

O Clube das Babás tem seus 10 episódios disponíveis na Netflix.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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