sexta-feira, 22 novembro, 2024
InícioFilmesCríticasO Assassino: O Primeiro Alvo | Crítica

O Assassino: O Primeiro Alvo | Crítica

Filmes de espionagens, com muita ação e agentes secretos que acabam sendo mais espertos que seus colegas e sempre acabam usando seus instintos para resolver as coisas, é uma fórmula já bem batida em Hollywood! Seja na TV ou no cinema, as produções do gênero sempre precisam se garantir com algumas viradas de roteiro necessárias para fazer o expectador se empolgar com a história e, claro, mostrar um diferencial no meio de tantas coisas.

Em O Assassino: O Primeiro Alvo (American Assassin, 2017) até temos tudo isso, mas o filme se esforça muito para parecer uma produção à altura dos filmes de Jason Bourne, mas que acaba apelando para algumas coisas desnecessárias e com uma trama meio batida e ele fica jogado ali como mais uma opção com tiros, socos e muitas explosões. O filme não é ruim, mas ele apenas não chega a empolgar de verdade, talvez mais pelo fato do roteiro ser meio mais do mesmo.

Foto: Paris Filmes

A produção pode ser definida como se as séries Quantico (ABC) e Homeland (Showtime) se encontrassem. O ator Dylan O’Brian não tem o mesmo chame de Priyanka Chopra ou o mesmo talento que Claire Danes, mas até consegue mostrar uma atuação interessante e dentro do esperado para esse tipo de filme. Com a produção abusando do porte físico do ator em várias cenas, no fundo conseguimos ver o empenho dele mesmo que o restante do elenco seja infinitamente bem melhor do que ele.

O grande chamariz para o filme fica com Michael Keaton que ao emprestar para produção seu nome acaba dando para o longa um grau de credibilidade um pouco maior. Mesmo assim, o olhar perturbado, a voz marcante e o jeito marrento do ator não consegue salvar muito a produção em cair nos velhos clichês de filmes de ação/espionagem. Em O Assassino: O Primeiro Alvo temos mais do mesmo de outras produções com temática parecida, parece que tudo no roteiro está ali pronto para ser mostrado como uma receita de bolo. Mesmo quando a trama tenta inovar e apelar para uma violência desnecessária para se firmar como um filme do gênero vemos que em muitas cenas isso acaba sendo mais um luxo que o estúdio se deu do que alguma coisa que realmente ajuda a contar a história.

No filme conhecemos Mitch Rapp (O’Brian) que sofre um trauma gigante ao perder sua noiva quando os dois estavam de férias. Assim, o personagem acaba querendo vingança contra as pessoas que fizeram isso e parte numa busca implacável para se infiltrar no célula terrorista. Mas é claro que o governo americano está monitorando eles de perto e a CIA acaba por querer recrutar o rapaz.

Assim Rapp começa seu treinamento num grupo tático secreto liderado pelo implacável Stan Hurley (Keaton), um veterano da Guerra Fria que treina soldados para serem super espiões. O filme lida a relação entre alunos e professores de uma forma bem pobre e o famoso, eu sou cabeça-dura mas quero fazer o bem ataca e forte nessa parte do filme.

Foto: Paris Filmes

A produção continua a formula pronta de outros filmes e parte para a investigação de um grupo que começa a realizar ataques aleatórios pelo mundo e então a equipe tática do governo americano precisa encontrar quem está por atrás de uma venda de material radiativo e impedir que um bomba exploda na Europa. O filme tenta criar uma história que fale com uma audiência globalizada e internacional, e trama acaba por passar em diversos países e deixando claro que a ameaça não está presente em um lugar só.

Assim, o longa acerta em deixar a trama bem pé no jeito e plausível para a realidade que o mundo vive hoje em dia e Keaton realmente é a melhor coisa que o filme entrega e o ator se destaca em relação aos demais. O ator Taylor Kitsch, da série True Detective da HBO, faz um agente com umas motivações bem estranhas e nem um pouco convincentes. A atriz Sanaa Lathan como uma Supervisora da CIA faz a linha dura, mas seus olhares fulminantes para a tela deixam na produção com um ar estranho e uma sensação de carão desnecessário.

Em um ano com John Wick – Um Novo Dia para MatarAtômica, O Assassino: O Primeiro Alvo talvez precisasse se esforçar um pouco mais. Mesmo com efeitos especiais de primeira, com uma sequência final que foi feita de uma forma bem cuidadosa e bem trabalhada o filme peca por não sair de uma zona de conforto. Mas mesmo assim chega a ser uma opção até que razoável para quem é fã de filmes do gênero, tirando uma forçação de barra aqui e ali como todo filme de espião.

A produção acaba usando seu elenco para contar uma história com cenas de ações bem bacanas e bem brutais. Baseado em uma série de livros, escritos por Vince Flynn, o filme talvez se desse melhor com uma mini-serie para T,V ou até mesmo uma série que você poderia maratonar na Netflix em um final de semana. Assim, O Assassino: O Primeiro Alvo usa uma fórmula bem batida, mas até que vale assistir se você quiser ver uns tiros, umas lutas e claro umas explosões.

Nota:

O Assassino: O Primeiro Alvo estreia no país em 21 de setembro. 


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
Sempre posso ser visto lá no Twitter, onde falo sobre o que acontece na TV aberta, nas séries, no cinema, e claro outras besteiras.  Segue lá: twitter.com/mpmorales

Artigos Relacionados

Newsletter

Assine nossa Newsletter e receba todas as principais notícias e informações em seu email.

Mais Lidas

Sutura | Primeiras Impressões: Série nacional costura ótima Cláudia Abreu com trama cheia de reviravoltas

Nova série médica nacional do Prime Video costura ótima Cláudia Abreu com trama cheia de reviravoltas. Nossa crítica de Sutura.

Últimas

“Quanto mais convincente, quanto mais familiarizado que tivéssemos com isso, com os termos médicos (…) melhor.” afirma Claudia Abreu em bate-papo sobre a...

"Quanto mais convincente, quanto mais familiarizado que tivéssemos com isso, com os termos médicos (...) melhor" afirma Claudia Abreu em bate-papo sobre a série médica Sutura
Try Apple TV