quinta-feira, 21 novembro, 2024
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Nyad | Crítica: Mesmo que siga fórmula compensa pela emoção

Todo ano surgem aqueles filmes que são o pacote certinho para tentarem emplacar alguma indicação ao Oscar. São os chamados no mercado, de uma forma até que meio pejorativa, de Oscar Bait. Normalmente a fórmula é essa: uma história conhecida, fácil de conectar com o público, baseada em livro ou eventos reais e que precisa ter um elenco conhecido para ficar mais fácil de descolar aquela sonhada indicação para a maior premiação de Hollywood.

E aqui, a nova aposta da Netflix, Nyad (2023) não foge da regra. Mas o que faz o longa ser um que vale a pena dar seu play, é que Nyad entrega um que compensa pela emoção. É uma história de superação sim, é uma história de dar a volta por cima sim, e tem querendo ou não tem uma ótima Annette Bening nele que realmente faz o longa acontecer por mais que já sabemos quais serão os pontos chaves, os momentos de mais dramáticos, e para onde a trama vai. É formulaico, mas, para essa história, funciona.

Annette Bening em cena de NYAD. Foto: Cr. Kimberley French/Netflix ©2023

E Bening é o chamariz do filme, e o faz o filme ser o seu grande comeback, onde a atriz dá braçadas compridas e navega por Nyad com uma força incrível de se acompanhar. Como a nadadora Diana Nyad, Bening retorna para os holofotes depois de alguns papéis menores, filmes para o streaming e até mesmo uma pontinha em um filme de super-herói que arrecadou bilhões de dólares.

O retorno de Bening curiosamente até tem um paralelo interessante com o de Nyad que, aos 60 anos, resolve completar um percurso que marcou sua carreira quando mais jovem: fazer a trajetória Cuba até a Flórida, nos EUA, a nado, em mar aberto, por mais de 170 quilômetros. Essa é a meta final, o destino final, de Nyad, mas é na trajetória para alcançar esse feito, que é contado aqui pela roteirista Julia Cox (adaptado da biografia Find a Way, da própria Nyad), é que temos o tom para essa história na medida que o roteiro usa os percalços, os obstáculos, e os desafios, tanto atuais quanto do passado, para contar uma boa história.

Assim, Nyad faz como se fosse um grande filme de formação de equipe (os super heróis da vida real) onde temos o momento de vida que a nadadora vivia, que a faz encasquetar com a ideia de atravessar o oceano, e vemos depois o começo dessa preparação para o desafio de completar o trajeto com a pressão da imprensa, da idade, e de si mesmo para conseguir isso.

Jodie Foster e Rhys Ifans em cena de Nyad. Foto: Cr. Kimberley French/Netflix ©2023

O longa então trabalha para apresentar as figuras principais que cercaram a vida da nadadora nesse período, da treinadora e melhor amiga Bonnie (Jodie Foster), o capitão da embarcação que acompanha a nadadora, o carrancudo John Barlett (Rhys Ifans), a velejadora caladona Dee (Karly Rothenberg) e como eles vão conseguir dinheiro para bancar o projeto, desviar das condições climáticas, as condições físicas, e tudo mais.

Assim, é curioso ver toda a preparação do Time Nyad para essa jornada de superação que a personagem vive e o longa envelopa essa história de uma forma bem interessante e sem nenhuma barriga. Tudo é muito ágil, onde o longa e a direção de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi (no primeiro longa da dupla, mais conhecidos pelo documentário vencedor do Oscar Free Solo) meio que pega na mão do espectador para acompanharmos essa história que nos entretém ao mesmo tempo que abre a caixinha dos traumas da vida da personagem que voltam à tona durante os treinos.

A trajetória de vida e o passado se mesclam com o presente, também quando Nyad tá efetivamente no mar percorrendo as turbulentas águas do caribe para completar sua viagem. Como falamos, o longa vai fundo na mente da personagem e em destrinchar os momentos do seu passado para compreendermos como eles moldaram a personagem e de certa forma dos motivos para ela fixar essa ideia de completar a trajetória e o que isso significava para ela não só como profissional mas como pessoa.

Do momento que a primeira tentativa não é bem sucedida para as outras que também não são finalizadas, é como se Nyad encaminhasse para um final que você acaba por torcer para tudo dar certo, mesmo sabendo que no final tudo deu certo para a nadadora por conta de ser uma história real e até mesmo bem conhecida. No final, Nyad segue a cartilha tradicional para esse tipo de filme, mas faz isso de uma forma que te abraça na emoção e no sentimento eufórico ao vermos que essa nadadora conseguiu realizar o que planejava e conseguiu superar a todos, e principalmente a si mesma. 

Nota:

Onde assistir Nyad?

Nyad chega na Netflix em 3 de novembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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