Fiapo de trama, com uma história bem bobinha….
É inegável que Mônica Martelli e Paulo Gustavo tenham uma boa e divertida química juntos. Minha Vida Em Marte (2018), continuação do filme de 2014, Os Homens São de Marte… E é Para Lá Que Eu Vou, apenas parece mudar tudo sobre que vimos sobre a protagonista lá no primeiro filme, e claro, faz uma produção nacional bem-focada no seu público-alvo, mulheres maduras e mais velhas.
Minha Vida Em Marte entrega um delírio sobre questões e assuntos que afligem mulheres de uma maneira em geral em determinadas etapas da vida. Aqui, temos Fernanda (Martelli) que após encontrar o homem dos sonhos, casa com ele e tem filhos. Mas o peso da relação e da rotina começa a prejudicar a vida (perfeita?) à dois nessa sequência. E aqui, mesmo que a personagem seja uma mulher bonita, inteligente e com um negócio próprio, parece que falta alguma coisa na vida de Fernanda.
Mas quem somos nós para julgar o que falta na vida do outro, não é mesmo? Assim, mesmo com boas (e bonitas!) locações, Minha Vida Em Marte peca ao se apoiar em situações pouco conectáveis e momentos pouco interessantes (aos olhos de quem escreve aqui, claro) para o espectador que precisa assumir e embarcar na história com muita boa vontade.
Minha Vida Em Marte é praticamente, o espectador acompanhar Fernanda e Anibal (Paulo Gustavo, sempre no 220V), em pontos turísticos por aí, enquanto a moça sofre uma crise de meia-idade. Vamos na bolsa da dupla, para praias, hotéis e para Nova York, tudo isso ligado por um fiapo de trama, com uma história bem bobinha e com um excesso de frases de auto-ajuda, gírias do momento e outras passagens simplórias.
A comédia até toca no tema de amizade e companheirismo entre os dois, mas tudo acaba por ser entregue com um jeito extremamente simples. Em Minha Vida Em Marte, são poucos, mas muito poucos momentos que se salvam nessa comédia que acaba por ficar marcada por passagens onde os personagens colocam bolsas em cima de defuntos em velórios, e por outros deslumbramentos e piadocas no estilo “classe média sofre” com frases “Quero bater em alguém em Nova York e pedir sorry“.
No final, Minha Vida em Marte faz aquele típico filme que você pode deixar ligado na TV em casa numa tarde enquanto lava uma louça ou arruma a casa. E isso, às vezes, acaba por ser legal, mas outras vezes é cansativo. Vai de cada um, curtir na boa, sem estresse ou neura, ou não.
Minha Vida em Marte chega aos cinemas no dia 27 de dezembro.