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Men: Faces do Medo | Crítica: Terror fantasmagórico é marcado por uma ótima atuação de Jessie Buckley

O maior destaque de Men: Faces do Medo (Men, 2022), sem dúvidas, fica para sua protagonista, a atriz Jessie Buckley num ótimo ano e que já já arremata um Oscar para chamar de seu por conta de sua trajetória em escolher seus papéis.

O novo longa da produtora A24, a queridinha dos cinéfilos de plantão, chega para entregar um intenso, e denso, terror, um mais psicológico, mais fantasmagórico para contar essa história de trauma, luto e reflexões sobre as ações que impactam nossa vida. E no meio disso tudo temos um demônio? São várias constatações que podemos tirar de Men: Faces do Medo, num filme que deve incomodar e no final não ser para todo os gostos e públicos.

Afinal, aqui, além da jovem Harper (Buckley) enfrentar várias faces ao longo do filme, diversas conclusões podem ser tiradas dele, por conta do roteiro com um tom mais amalucado e nada assertivo de Alex Garland (que dirige o longa também) nos apresenta. Mas isso já é uma característica do diretor né?

Na trama, Harper aluga uma casa no interior para passar uns dias no campo depois de um término de relacionamento que não acabou bem. Seu ex, James (Paapa Essiedu) pulou da sacada bem na sua frente.

Jessie Buckley em cena de Men: Faces do Medo
Foto: A24/via IMDB

O mais interessante narrativamente falando de Men: Faces do Medo, talvez, fique que a história apenas vai por nos dar pistas da linha do tempo dos acontecimentos no passado de Harper, e conta essa história e tudo que rolou aos poucos, na medida que vamos por conhecer a personagem enquanto ela se estabelece na casa alugada pelo excêntrico Geoffrey (Rory Kinnear, também excelente).

Com um elenco enxuto, Men: Faces do Medo soa como uma boa peça de teatro, onde o que vale são as atuações viscerais e impactantes que a dupla de atores protagonistas entrega por mais que a história não seja direta e reta e que deva afastar o público casual.  Se Buckley arrebenta e entrega uma atuação quase hipnotizante e cativante toda vez que está em tela, Kinnear assume um lado mais camelão na medida em que todos os personagens masculinos são interpretados por ele e realmente o ator está bem, grotescamente bem, em quase todos eles, menos o menino com a cara em efeitos visuais de baixa qualidade.

Disfarçado com uma boa maquiagem, onde a cada cena é uma surpresa para vermos e descobrimos o quão o ator muda fisicamente, seja para ser um padre, um dono de bar, ou um maluco que anda pelado por aí, o ator só deixa o tom mais perturbador de Men: Faces do Medo aflorar. Assim, a atuação de Kinnear, de Buckley, e esse aspecto mais teatral deixam Men: Faces do Medo com seu ar teatral que misturado com o aspecto mais sombrio e angustiante que Garland garante para o filme, deixam o filme com um ar bastante carregado na medida que vemos a jovem Harper entrar numa espiral de dúvidas e conflitos sobre os acontecimentos do passado, sua relação com James e a discussão com o falecido momentos antes dele falecer. 

Com a ajuda de uma amiga (Gayle Rankin), Harper decide que não será mais a vítima e resolve enfrentar as ameaças que essa vila oferece, seja o padre que tenta usar a religião como uma forma de abuso psicológico ou até mesmo um jovem estranho cheio de problemas que aparece na casa isolada no meio da noite. O longa brinca com todas essas personas que de uma hora para outra aparecem para atacar a protagonista de uma forma real, muito real.

Rory Kinnear e Jessie Buckley em cena de Men: Faces do Medo
Foto: A24/via IMDB

Men: Faces do Medo se apoia em simbolismos gigantes, seja a árvore com as maçãs que remetem o Paraíso, Harper sendo a personificação da própria Eva, e as pirações que acontecem para o final do filme sendo um demônio em pessoa que anda pela casa e tem “filhos” ao longo de uma grande metamorfose que pode significar também que Harper está expurgando sua culpa, seus próprio demônios e etc.

A personificação de Kinnear para todos esses personagens navega pela linha tênue em que todos os homens são ruins, mas fica claro que em Men: Faces do Medo a jornada é de Harper que busca de enfrentar seus próprios medos, seja lá qual face esse medo resolva se materializar para ela.

Avaliação: 3.5 de 5.

Men: Faces do Medo chega nos cinemas nacionais em 8 de setembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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