A premissa de Match Nas Estrelas é interessantíssima, mas fica claro, logo de cara, que o novo reality show do Prime Video falha em acertar o formato e desperdiça essa boa ideia para dar espaço para aquilo que não queremos ver: esquetes de humor.
Os encontros entre os participantes, que deveriam ser a parte principal do reality, ficam em segundo plano, quase como se fossem o ascendente desse programa. Para resumir, você pode ver o trailer abaixo também, Match Nas Estrelas conta com 12 pessoas, que representam um dos 12 signos do zodíaco, que vão em encontros com outros participantes baseados nos signos deles.
Assim, entre a leva de episódios que o Prime Video liberou antecipadamente, vimos participantes do signo de Libra, de Leão, e Virgem em que a fada madrinha Ingrid Guimarães, os une com pessoas compatíveis com o respectivo signo do episódio.
Os participantes, que variam de diversas sexualidades, regiões do Brasil, idade, e tudo mais, vão para encontros, observados pela atriz (que possui um acordo com a plataforma para desenvolvimento de projetos exclusivos) e a influenciadora Tati Lisbon, a Papisa, e que depois tem um mapa astral feito numa mesa super tecnológica que mostra as afinidades e os possíveis alertas vermelhos que esse possível casal em formação poderiam ter.
A dinâmica, divertida em alguns momentos, continua quando o participante da vez precisa escolher alguém para desclassificar do programa baseado nas suas primeiras impressões. Em outra parte, onde Guimarães guia a conversa, o algoritmo astrológico apresenta a porcentagem de compatibilidade e a apresentadora informa que um novo participante será eliminado.
E depois, os que sobraram devem ser escolhidos (ou não!) pelo convidado da vez. Talvez, seja a leva que vimos que possa ter sido bem escolhida para vender esse programa, mas fica claro que com episódios de 35, 40 minutos, Match nas Estrelas sofre com sua estrutura para engrenar, afinal, tudo parece combinado demais, artificial demais, e instagramável demais.
O foco nos encontros é deixado de lado, para Guimarães e Papisa darem seus pitacos em um texto extremamente duro e com cara que foi escrito e reescrito por milhares de roteiristas. É tudo muito rápido e realmente não dá para ver muito das personalidades de todos os participantes, e do convidado da vez, nem para torcemos, nem para passarmos vergonha juntos.
Definitivamente a pessoa que cuida da métrica de visualizações no Prime Video vai notar que o espectador vai desligar o episódio na hora que a esquete da atriz começar no final de cada um deles, ou avançar em 2.0x quando se passa no meio dele. É tudo tão desinteressante, tão sem graça que só faz realmente tudo ser bastante difícil de assistir. São tempos gastos que poderiam ser utilizados para mostrar mais dos participantes e dos seus encontros, por exemplo.
Estruturalmente Match nas Estrelas parece errar no único mapa que importa, a forma como essa ideia vai ser transportada do papel para sua execução. Afinal, fica claro que se sustenta mais no carisma de sua apresentadora do que no que realmente deveria ser o foco principal da atração: a trashseira de colocar participantes em encontros baseado nos signos. Era só para ser uma série despretensiosa para ver na hora do almoço, mas isso, pelo visto, vai ficar para quando a Lua trombar, literalmente, com Saturno, e não astrologicamente falando.
Match Nas Estrelas estreia dia 15 de setembro no Prime Video.