Com início ao meio-dia e término à meia-noite (horário de Brasília), no dia 20 de dezembro, a Maratona Fest Casas André Luiz vai proporcionar uma variedade incrível de conteúdos e musicalidade, além da chance de conhecer ainda mais o valoroso trabalho realizado pela Instituição, há mais de 70 anos, em prol da pessoa com deficiência.
Para que tudo possa acontecer de um jeito alegre e descontraído, mas sem lançar mão da relevância e da respeitabilidade que algo tão grandioso assim exige, é necessário contar com intelectuais, artistas, empresariado, executivos e outros profissionais da sociedade civil, engajados e dispostos a apoiar a causa neste momento tão importante.
Um começo difícil…
A pandemia de Coronavírus (COVID-19) afetou o Brasil de forma nunca antes vista, despertando as pessoas para uma nova realidade. Nas Casas André Luiz, o medo sempre foi de que o vírus chegasse até a Unidade de Longa Permanência – localizada em Guarulhos/SP –, onde até então moravam 550 pacientes recebendo cuidados 24 horas, 7 dias por semana. Todos com deficiências, portanto, todos do grupo de risco.
O esforço realizado pela Área Clínica e pela Enfermagem sempre foi exemplar, mas entre os profissionais da saúde que trabalham na Instituição – os quais somam pelo menos 50% do quadro inteiro de colaboradores – há também aqueles que exercem suas funções em outros locais, fato que os expôs a um contato maior com o vírus e, consequentemente, impediu que se pudesse manter a contaminação longe da ULP.
Até o início do mês de setembro, os números apontavam para 300 casos positivos e 7 óbitos, totalizando 543 pacientes moradores da Instituição.
Além disso, cerca de 1.200 crianças permaneceram em casa aguardando o retorno ao Ambulatório de Deficiências, sendo que muitas conseguiram se beneficiar dos teleatendimentos realizados pela equipe multidisciplinar. Tal desempenho dos profissionais tem sido satisfatório não só em relação a não comprometer o desenvolvimento conquistado com as terapias, como também a estreitar os vínculos familiares ainda mais indispensáveis em um momento atípico como o atual.
Ainda assim é importante ressaltar que as crianças que necessitavam de atendimentos emergenciais, a exemplo daqueles realizados pela Odontologia, continuaram frequentando o Ambulatório. Claro, com todas as medidas preventivas ao novo Coronavírus devidamente tomadas.
…e com muitos prejuízos
Insumos de extrema importância para a Enfermagem, a exemplo de máscaras e álcool gel, sofreram um aumento de preço exorbitante no começo da pandemia. Bem como cresceram os gastos com produtos de limpeza, uma vez que a higienização foi ainda mais reforçada nas dependências da Instituição e nas peças de vestuário e itens pessoais dos pacientes.
Outra grande preocupação foi com o consumo de leite, arroz, feijão, óleo, açúcar e tantos outros alimentos, pois a baixa nas doações da comunidade fez com que parte da renda fosse destinada para o que, até então, ajudava a economizar.
Muitas atividades precisaram ser interrompidas, tais como a retirada de doações nas residências e as vendas nos bazares Mercatudo. Os eventos também foram adiados sem previsão de nova data ou até mesmo cancelados.
De acordo com a Sra. Margareth Pummer, presidente das Casas André Luiz, em entrevista concedida ao SP1 (TV Globo), no final de março, a situação financeira acendeu a luz de alerta: “Nós temos uma despesa mensal de 9 milhões e meio. Com o fechamento dos bazares e do telemarketing, vamos perder cerca de 6 milhões por mês”.
Mas rumo ao final feliz e com a sensação de dever cumprido!
Com o passar dos meses, muitas pessoas se solidarizam com a situação e intensificaram a ajuda. O estoque de alimentos foi abastecido com doações de cestas básicas, costureiras voluntárias se reuniram para confeccionar roupas privativas usadas na Enfermaria Central – equivalente às Unidades de Terapia Intensiva, dos hospitais convencionais – e tantas outras ações aconteceram em prol da Instituição.
A responsabilidade social também foi pauta de grandes empresas. Entre elas, a Ypê com a produção e a distribuição gratuita de álcool gel em hospitais; a Colgate com itens de higiene pessoal; o Fleury e a Cielo com testes para detecção de COVID-19 e muito mais.
Houve também as lives! Diversas apresentações musicais, palestras, cursos e outros eventos, que tomaram conta da internet, também destinaram parte da renda arrecada para as Casas André Luiz.
Tanta solidariedade deu fôlego para buscar alternativas e superar de vez as consequências da pandemia. E foi assim que surgiu a ideia da Maratona Fest Casas André Luiz, com o tema “Depois de 2020”.
Com a apresentação do escritor Alexandre Caldini – e muitos convidados confirmados, entre eles Domenico de Masi, Mário Sergio Cortella, Ana Maria Braga, Leandro Karnal, Zizi Possi, Rodrigo Faro, Antônio Fagundes e Luiza Trajano –, o evento contará com conteúdo especial para o público permanecer por 12 horas totalmente envolvido com essa festividade para lá de especial! Acontecerá também depoimentos de parceiros, amigos artistas e a certificação das Empresas Iluminadas, que apoiam as Casas André Luiz em todos os momentos.