Na onda de embarcar no hype de contar histórias de super-heróis, o Prime Video parece ter acertado o tom, afinal um de seus maiores destaques, a série The Boys realmente conseguiu fugir um pouco da curva do que já tínhamos visto sobre o tema. E agora com a série animada Invincible, o serviço da Amazon parece novamente acertar ao entregar um novo capítulo para esse gênero que é extremamente popular hoje em dia, consegue abocanhar uma legião de fãs por onde passa, e garante aquilo que importa para a plataforma, aumentar o número de inscritos.
E Invincible deve fazer bela companhia para The Boys no catálogo do Prime Video, com total certeza. Ou pelo menos é o que mostra os três primeiros episódios que foram liberados de forma antecipada para o ArrobaNerd. Mas a pergunta que fica é será que o Prime Video continuará a ser invencível em ser a casa dos super-heróis descolados nessa sua jornada de ter produções que consigam contar boas e novas histórias de super-heróis? Talvez.
Falando única e exclusivamente da nova série animada, vai depender muito de como o primeiro ano de Invincible se desenrolará depois desses três episódios. Vou dizer, assisti os três primeiros episódios duas vezes. E na primeira vez, pelo menos no primeiro episódio, achei Invincible um pouco mais do mesmo, sabe? Talvez por ter achado o nosso protagonista, o jovem Mark Grayson (voz do indicado ao Oscar, Steven Yeun) um personagem chato, quase uma versão do Peter Parker de Tom Holland, só que mala.
E outra coisa que também não ajudou foi que neste início, fomos introduzidos novamente, para mais um mundo com super-heróis, sendo supers, e mais um time formado por uma variedade deles, aqui chamados de Guardiões do Globo (a Liga da Justiça deles). Temos a War Woman (voz de Lauren Cohen), uma versão da Mulher-Maravilha, o Darwing (voz de Lennie James) uma versão do Batman, o Red Rush (voz de Michael Cudlitz), uma versão do Flash, Aquarius (voz de Ross Marquand), uma versão de Aquaman.
E claro, somos apresentados para o super poderoso Omni-Man (voz de J.K Simons, ótimo aqui), uma versão do Superman que ajuda o time de vez em quando. Assim, Invincible trabalha com a ideia de que essa tal versão do Superman já está há bastante tempo na Terra, e até está casado há anos com com Debbie (voz de Sandra Oh) e tem um filho chamado Mark. Mark é um adolescente tímido que curte histórias em quadrinhos “Ser geek agora é aceitável” ele diz para o melhor amigo William (voz de Andrew Rannels), tem um crushzinho numa colega de classe (voz de Zazie Beetz), e vive sofrendo bullying de um colega, o folgadão Rick (voz de Jonathan Groff).
Mas como falamos, Mark não é um garoto qualquer e logo no primeiro episódio 1×01 – Its About Time, ele descobre que seus poderes começam a se desenvolver, para o desespero de sua mãe, e pela alegria do seu pai super-herói e um dos mais poderosos do planeta. O desenvolvimento tardio das habilidades de Mark, agora só com 17 anos, preocupa seu pai que esperava que o filho a essa altura já os tivesse desenvolvido. Quais poderes será que Mark vai desenvolver? Afinal, o Omni-Man tem poderes parecidos do Superman mesmo, como super-força, habilidade voar e super velocidade, mas quando está com Mark e Debbie ele é apenas Nolan.
Ao longo do primeiro episódio vemos que ele veio de um planeta chamado Viltrum e escolheu a Terra para patrulhar. E boa parte do primeiro episódio mostra Omni-Man como pai, treinando Mark enquanto o jovem começa a desenvolver suas primeiras habilidades. É divertido ver Mark e Nolan conversando na maior naturalidade no céu sobre como voar ou como pousar no voo. É nessa naturalização do gênero que o Prime Video tem acertado e aqui faz total a diferença com a série.
Os efeitos especiais de Invincible são até bacanas vistos de longe, em grande escala, mas quando temos closes dos personagens, e principalmente nas cenas de diálogos, sinto que o design de produção não foi muito caprichado. Parece que temos bonecos onde apenas a boca se mexe. Em Invincible parece que temos uma história em quadrinho em 2D dos anos 90 que foi apenas transposta para tela com um tecnologia super moderna dos anos 2020. Em algumas passagens, os personagens são um pouco duros e realmente em algumas partes é um pouco incômodo de se ver.
Mas o grande trabalho de vozes dos atores é realmente o que chama atenção em Invincible e o trio principal formado por Yeun, Simmons e Oh realmente está muito bem. Suas vozes combinam com os personagens e nos ajudam a sentir uma certa conexão com eles e uma proximidade com eles e suas tramas. Invincible parece que vai tocar quase nos mesmos temas que The Boys tem tocado, sobre a cultura dos super-heróis vistas com outros olhos e o que a gente faz quando descobre que os super-heróis, em boa parte do seu tempo vivem suas vidas como pessoas normais, e podem ser seres humanos com personalidades complexas, cheia dualidades, e alguns até mesmo não são boas pessoas (ah lá o Capitão Pátria de The Boys) e apenas mascaram suas intenções com atitudes heróicas e uma boa lábia.
Invincible parece que vai apostar em casos e vilões do dia para contar essa história de amadurecimento para Mark e seus outros colegas super-heróis jovens (que são introduzidos nos outros episódios 1×02 – Here Goes Nothing e 1×03 – Who You Calling Ugly?) como a heroína Atom Eve (voz de Gillian Jacobs), Dupli-Kate (voz de Melise), e Rex Sploder (voz de Jason Mantzoukas), onde todos eles serão liderados pelo Robot (voz de Zachary Quinto) e que fazem uma Liga da Justiça B, quer dizer Jovem.
No final, Invincible começa um pouco no lugar comum, mesmo que faça uma mistura bem interessante para o gênero de super-heróis, e que definitivamente acerta por entregar tudo isso com um bom elenco de vozes, cenas um pouco gráficas e violentas demais, mas tudo com um humor bem específico. Curioso para o desenvolvimento da história apresentada até aqui e como os diversos heróis vão lidar com as ameaças tanto na Terra, quanto fora dela, que devem pipocar nos próximos episódios.
Invincible chega com seus 3 primeiros episódios no Prime Video no dia 26 de março. Logo depois, a temporada continua de forma semanal toda sexta-feira.
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