“Humanos não sabem coexistir uns com os outros! Você está aqui bastante tempo para saber disso.” A aguardada adaptação de uma das mais empolgantes histórias em quadrinhos da Marvel finalmente está para estrear no Disney +.
E acho que com Invasão Secreta finalmente teremos algum tipo de repercussão dessas histórias vistas na telinha no MCU que conhecemos dos cinemas. Claro, WandaVision foi crucial para os eventos de Doutor Estranho No Multiverso da Loucura e a primeira temporada de Loki serviu para nos apresentar para a questão do multiverso, da TVA, e introduzir Kang. E as atrações não são ruins, e realmente fizeram as melhores séries do MCU até então, mas convenhamos que não precisávamos, efetivamente, ter assistido para compreender o que iria rolar nos cinemas.
E com esses dois episódios de Invasão Secreta, parece que as coisas vão ser um pouco diferente. Dá para perceber que vamos ter o caminho pavimentado para outras produções futuras na medida que a potencial guerra dos Skrulls infiltrados começa a ganhar forma aqui na atração.
Se os eventos de Invasão Secreta vão continuar em As Marvels (afinal, os eventos da série tem ligação com o primeiro Capitã Marvel) em Novembro, ou Capitão América 4 em 2024 não sabemos ainda, mas que o seriado apresenta, e que foca nesse primeiro momento, é trazer de volta um dos principais personagens do MCU, isso é fato.
Em Invasão Secreta, o maioral Nick Fury está de volta, depois de alguns bons filmes só por dar as caras em participações especiais ou em cenas de pós-crédito. E agora como protagonista de uma atração no MCU, Fury tem a chance se ter o destaque. E Samuel L. Jackson tem a chance de brincar mais com esse personagem todo poderoso e que por mais que seja um que não tenha super poderes, ainda é um dos mais poderosos do MCU por conta de sua inteligência, contatos e conexões.
E Jackson consegue nos entregar um Fury mais humano, mais vulnerável e aqui Invasão Secreta que realmente dá para o ator trabalhar mais com o chefão que retorna para Terra depois de anos no espaço na estação espacial S.A.B.E.R.. E Fury sempre foi o mestre dos marionetes do MCU. Em Capitã Marvel, ele conheceu Carol Danvers, conheceu o skrull Talos, prometeu um lar para os seres verdes, e depois ao longo dos anos, formou a Iniciativa Vingadores, salvou o mundo, sofreu blip e sempre esteve operando nas sombras.
E basicamente é assim que a atração começa, com aquele ar de conspiração, de que todo mundo tá surtado, mentindo, e que você precisa ficar ligado em cada frase, cada cena para tentar pegar o maior número possível de pistas.
Invasão Secreta entrega capítulos iniciais tensos, embalados num sentimento de paranoia gigante e que você fica por tentar descobrir quem é Skrull e quem não é. Onde claramente todos os personagens sejam os antigos e já apresentados como Fury, Maria Hill (Cobie Smulders), Talos (Ben Mendelsohn), Everett Ross (Martin Freeman), General Rhodes (Don Cheadle), e os novos que são introduzidos pela atração, como o líder dos Skrulls, Gravik (Kingsley Ben-Adir), filha de Talos já adulta, a skrull Giah (Emilia Clarke), e a agente especial do MI6 Sonya Falsworth (Olivia Colman), onde todos parecem dizer apenas meias verdades, enquanto interagem entre si.
As cenas de Jackson e Colman são o ponto alto desse começo, e a vencedora do Oscar realmente se mostra uma adição acidamente maravilhosa para a franquia. Ben-Adir como o General Gravik realmente nos entrega bons momentos na medida que vemos o personagem conseguir ganhar apoio dentro da comunidade skrull que vive na Terra chamada de Nova Skullos.
Os efeitos especiais das transformações dos personagens, de humanos para skrulls segue a mesma linha que vimos em Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, algumas vezes são vistos off camera, e outras as que são exibidas em sua totalidade, são mostradas rapidamente. Mas não é nada que afete a experiência de se assistir a série de maneira nenhuma.
A coloração que o seriado apresenta, escura, mais puxada para um verde, ajuda a criar esse sentimento mais dramático, mais drama de espionagem que fazia tempo que o MCU não se aventurava, desde de Capitão América: Soldado Invernal. Na medida que o retorno de Fury para a Terra deixa todos em estado de alerta, os skrulls e Gravik dão continuidade para os planos dos seres verdes que realmente são apenas comentados brevemente, e realmente tudo é cercado de um pouco de mistério demais.
As respostas não chegam de cara na atração nesse começo, mesmo que os dois capítulos terminam com interessantes ganchos para a trama da atração de maneira geral e que deverão fazer mais sentido quando a temporada terminar, para vermos quais as repercussões efetivas que a série poderá ter no MCU.
As reviravoltas aqui apresentadas, marcadas por mortes de personagens importantes (e que deveriam ter morrido em um grande evento do MCU nos cinemas!) deixam um gostinho de quero mais para Invasão Secreta que há tempos, eu não via no MCU no Disney+. Talvez, desde de Loki temporada 1 mesmo.
Afinal, é a trama em si, a história que a atração quer contar que parece ser mais importante aqui em Invasão Secreta, bem mais do que “veja o easter-egg que colocamos aqui” ou “no episódio 7 vai aparecer um personagem que vocês gostam, assistam e reclamem que ele não aparecer nos 6 primeiros”, onde, no final, a atração se preocupa em ser antes uma boa série de espionagem e depois uma atração com o selo do MCU.
E isso, cada vez mais, será importante para o futuro da Marvel em qualquer mídia, seja o streaming ou nas telonas: contar boas histórias.
Invasão Secreta chega com o primeiro episódio em 21 de junho.