O Arroba Nerd foi convidado pela Apple para participar de um evento virtual de lançamento da série Sequestro No Ar que chegou com dois primeiros episódios no Apple TV+ no 28, e lança um novo toda quarta-feira.
No bate-papo, os atores Idris Elba, Archie Panjabi e Max Beesley comentam os principais segredos da atração, ao lado do roteirista George Kay, do diretor Jim Field Smith, onde o grupo comentou algumas curiosidade de bastidores, e como foi a produção do seriado.
Sequestro No Ar | Crítica: Idris Elba na série mais tensa do ano até agora
A premissa da série é simples… Sequestro no Ar narra, em tempo real, uma viagem até Londres em um avião sequestrado, onde ao longo das 7 horas de voo, as autoridades procuram respostas.
Elba é o protagonista do seriado, Sam Nelson, um negociador de sucesso no mundo empresarial que precisa usar toda a sua habilidade para tentar salvar a vida dos passageiros – mas a sua estratégia de alto risco pode ser a sua ruína.
Panjabi interpreta Zahra Gahfoor, uma agente antiterrorista que está no solo quando o avião é desviado e que se torna parte da investigação. E Beelsey interpreta um detetive britânico com conexões com o personagem de Elba e de Panjabi.
Avião é sequestrado rumo à Londres no trailer do seriado Sequestro No Ar com Idris Elba
Como foram feitas as gravações de Sequestro no Ar? Eles usaram um avião de verdade?
O diretor Jim Field Smith comentou sobre uma das primeiras coisas que nós nos perguntamos quando assistimos Sequestro no Ar: como eles gravaram o seriado?
E não, o time de produção do seriado não usou um avião de verdade, e sim, foi construído uma réplica para a equipe usar durante os 120 dias de gravações. Assim, os 200 atores que interpretavam os passageiros do avião fictício, mais a equipe do seriado, gravavam as cenas dentro do set que recriava o avião que vemos em Sequestro no Ar.
Smith comenta: “Foi muito desafiador.” diz. “Tínhamos dois problemas: Um era como fazer com que fizemos alguma coisa que engajasse dramaticamente e não parecesse maçante de se assistir. A segunda era como fazer [o espectador] se sentir estar em um avião que se move pelos céus.” completa.
O diretor comenta: “Não queríamos quebrar o set em várias locações, nós queríamos nos movimentar dentro do avião e nunca sair dele. Assim, nós fizemos isso. (…) o avião que você vê [no seriado] é uma replica milimetricamente construída de um avião [de verdade]. Nós fizemos isso ficar mais difícil para nós mesmos, mas na esperança que fosse transmitido em tela e parecesse alguma coisa convincente de verdade, mas ao mesmo tempo, tentamos manter isso [de uma forma] empolgante e que te jogasse para o drama da atração o máximo que pudemos.”
Ele continuai: “Então nós meio que embarcávamos todo mundo em um voo de longa distância, todos os dias, durante cento e vinte dias. E isso no meio do verão europeu. Sem ar-condicionado.”
E completa: “Nós queríamos transmitir a sensação que [o espectador] está dentro do avião sequestrado.”
A decisão de contar a história em tempo real, em 7 horas.
O time de produção comenta sobre a decisão de em Sequestro no Ar contarem a história do sequestro do avião, de forma real, onde temos 7 horas de voo, 7 episódios, então 1 hora para cada episódio.
Kay comenta: “Pensando no tempo real de sete horas, e tentarmos manter a tensão, eu percebi quando escrevia o roteiro, que em uma situação de sequestro, não é uma questão de vida ou morte, não é tipo: você está momentos de ser empurrado de um penhasco ou alguma coisa assim.”
O roteirista comenta: “Então existe o tempo lá, e a tensão fica suspensa, até você saber o que os sequestradoras querem, para onde eles vão levar o avião, o que eles pretendem, e todos esses questionamentos vistos no começo da nossa história são feitos, então nos temos essa tensão embutida.”
Ele continua: “Você quer desvendar o mistério de forma bem cuidadosa e bem devagar e você quer que as pessoas segurem o ar ao assistir, mas também tem outras algumas horas a mais para trabalhar.“
Já Smith diz: “As sete horas são como uma grande partida de futebol em que vemos Sam Nelson calcular sua estratégia e chegar na boca do gol. E eu olhava a distâncias dos voos, e a duração de uma série de TV, e vi que basicamente são as mesmas coisas. (…) Eu não queria que fosse uma jornada interminável, eu queria que fosse curta, intensa e uma experiência magnifica [de se assistir] e se você estiver sob um sequestro parecia certo que a duração do seriado fosse a duração do voo.” diz ele.
“Fizemos muitas pesquisas antes da produção começar e eu ouvi um depoimento de uma sobrevivente de um sequestro e ela falou uma coisa que ficou comigo por um bom tempo na medida que fazíamos o seriado: “Durante o meu sequestro, o tempo pareceu que não existia, e tudo que sobra para você são decisões.” E isso, meio que ficou na minha cabeça, por que é contado de forma real, então é potencialmente mais real para quem está em terra, do que para quem está no avião.” afirmou ele durante o evento.
O diretor completa: “O problema de fazermos um drama em tempo real é que você é obrigado a manter toda a decisão que você toma durante a produção. Normalmente é: “Ah nós odiamos essa jaqueta… Ah não importante, a gente substitui ela na próxima cena.” Nós podemos pular uma coisa aqui, cortar uma coisa ali. Mas aqui no nosso seriado não podemos fazer isso. Nós temos que viver com as decisões que tomamos. Temos que ficar com tudo. Então nós tomamos algumas decisões, por exemplo, no episódio 1 que temos que conviver com elas [ao longo da temporada].”
A ideia de Sequestro no Ar veio para o roteirista durante uma viagem… só que de trem.
Sequestro no Ar se passa dentro do avião, mas não totalmente, pois temos a repercussão do sequestro em terra para os agentes do governo britânico resolverem. E as tramas são contadas paralelamente. Assim, George Kay comenta um pouco sobre a ideia para o seriado.
O roteirista afirmou: “Eu tive a ideia em uma viagem de trem na verdade, eu estava no Eurostar, e fazia muito trabalho na França, e uma vez, nós estávamos por passar pelo túnel [que liga a França e a Inglaterra por baixo d’água] e o trem parou do nada. E mesmo sabendo que estava tudo bem, passou pela minha cabeça: e se mais alguma coisa estivesse acontecendo nesse trem? E se alguma coisa tivesse acontecendo no bagageiro? E eu comecei a olhar em volta para as pessoas, tipo os executivos que comiam seus almoços, para aquela família que vivia por brigar um com os outros, e pensei: como nós, como um grupo, agiríamos se estivéssemos com algum problema sério?”
E continua: “Será que o cara que parece o mais durão, realmente é o mais durão? Será que um cara com uma aparência mais franzina, não poderia ser o cara que realmente levanta e consegue salvar todo mundo? Quem são essas pessoas de verdade? Quando nós vemos seus passados, e tiramos nossos preconceitos iniciais, como são elas? E pensei que [a história] se passar em um avião, iria deixar ter um visual melhor, sabe?”
Ele conclui: “E um avião é como se tivéssemos uma sociedade que se movimenta. Você tem um sistema de classes dentro do avião. E você tem vários tipos de pessoas. E ter o avião sequestrado é um grande nivelador para todas essas pessoas e, portanto, elas realmente são testadas, não importa qual seja seu ranking, não importa qual seja sua classe, elas estão todas sentadas em um avião, então parecia um bom cenário levar essa ideia para um avião. “
O time em terra que tenta resolver o caso do sequestro.
Archie Panjabi e Max Beesley interpretam dois oficiais do governo que tem um passado juntos e que tentam desvendar as pistas para entender o que realmente acontece à bordo do avião que sai de Dubai rumo à Londres.
Para Panjabi, o roteiro de Kay foi fundamental para ela aceitar o projeto. Ela ficou tão investida ao ler que pediu para o seu agente se ela conseguia receber mais roteiros para ler, somente para saber o que iria acontecer com sua personagem, e como a história iria terminar. Fofoqueira não, empenhada!
A atriz comenta: “Quando eu li os roteiros, eu acho que eles me mandaram três, e eu não consegui largar. E depois, quando acabei o terceiro, eu queria saber se meu personagem tinha conseguido salvar com sucessos os personagens.” diz a atriz de forma bem humorada.
“Eu peguei o telefone liguei para a minha agente e falei: “Eu preciso ler os capítulos 4 até o 7.” E ela disse: “Você não quer fazer?” e eu falei: “Não, eu amaria fazer. Eu só preciso saber o que acontece com os passageiros.” Eu achei um roteiro brilhante, realmente empolgante, e acho que a audiência vai ficar na ponta do sofá ao assistir.”
“E também por que tinha Idris, e também o Max, e Jim. envolvidos.” finaliza.
Já para Beesley foi a mesma coisa. O ator também recebeu os três primeiros episódios e ficou super empolgado. Ele foi chamado pelo próprio Idris Elba para fazer parte do projeto, mesmo que os dois não tenham nenhuma cena juntos no seriado.
E um dos motivos que ela aceitou o papel foi por conta de ser fã da série Criminal que Smith e Kay trabalharam.
O ator comenta: “Idris foi muito camarada em me sugerir para o papel para os produtores. Foi uma coisa muito adorável dele em se fazer. E então quando eu recebi o roteiro, a primeira coisa que eu procurei foi descobrir quem tinha escrito, por que eu também escrevo e eu amo… mas eu amo uma boa escrita. E então eu vi que era George, e que Jim seria o diretor, e eu assisti Criminal e eu amei aquele seriado.”
“Achei que foi muito atrativo. Se passava em espaços tão pequenos e confinados, mas havia tanta coisa acontecendo dentro da quietude, se é que isso faz sentido, e eu pensei que era um programa de televisão muito inteligente que ambos criaram. Então imediatamente eu falei: vamos lá!” completa ele.
O ator comenta: “E também por que eu queria trabalhar com o Idris. O que eu não reparei era que ele estaria nos céus e eu estaria no chão tentando descobrir o que acontecia. E depois de ler os primeiros episódios, eu acho que eu li três roteiros, meu personagem se envolve mais com a história. Existem tantas nuanças maravilhosas para interpretar ele. Como um policial, mas também do ponto de vista pessoal, sobre ele estar envolvido com a ex-esposa de Sam, interpretada por Christine Adams.“
Ele conclui: “E ele por ser policial, ele é super profissional, e muito bom no seu trabalho, mas as vidas pessoas deles são meio bagunçadas. E tem uma coisa interessante claro que o personagem de Archie e o meu, são ex-amantes também e eu estava me coçando para saber a história deles, e o relacionamento deles.”
Idris Elba comenta as cenas mais desafiadoras de gravar em Sequestro no Ar e o que o fez aceitar o projeto.
O ator comenta: “As cenas de luta foram realmente difíceis de gravar. Elas tinham que serem coreografadas no espaço que tínhamos, e se nós nos machucávamos, tínhamos que parar um pouco e seguir em frente. Não é por que não ligávamos, mas por que se não tentávamos dessa forma [não ia dar certo]. As sequências de luta foram baseadas no que faríamos [se fossem reais naquele espaço], em vez de ser uma sequência de luta [ propriamente falando.]”
“Uma das mais memoráveis foi uma comigo, e o personagem de Neil [Maskell, que interpreta o líder dos seqüestradores no seriado], onde ele tinha uma arma e estávamos no espaço da cozinha. Não foi fácil para nos movemos, e meu personagem lutar contra aquele cara, especialmente por que meu personagem não era é um lutador, ele luta por desespero, e por estar assustado que talvez possa levar um tiro. E ele não está assustado apenas para levar um tiro, mas também sabe que se levar, o avião pode ciar por conta da bala.” completa.
Para Elba ele sabia muito bem o que queria fazer com Sequestro no Ar. “Como um produtor e um ator eu estava empolgado em fazer alguma coisa que deixasse uma marca na história da TV. Eu amo televisão, eu adoro fazer TV, eu fiz durante anos. Eu atuo também nos cinemas, e eu acho que a linha entre filme, o que é um filme, e o que é TV fica cada vez menor. E então trabalhar com George, foi uma alegria. Eu sou fã do trabalho dele, e eu queria fazer acontecer [com Sequestro no Ar]. ” conclui.
Sequestro no Ar estreia com os dois primeiros episódios, na quarta-feira, 28 de junho, no Apple TV+. O restante da temporada será exibido semanalmente.