House of Cards sempre esteve muito presente na mídia, seja pela atuação de seus atores principais formados pelos excelentes Robin Wright e Kevin Spacey, ou por ser uma das primeiras produções originais da Netflix. A produção é lembrada nas indicações em premiações como EMMY e o Globo de Ouro mas também pelas comparações com a política nacional. Afinal, as tramoias e armações da dupla Frank e Claire se rivalizavam com as que o Brasil viveu nos últimos anos.
Com a política americana também cheia de armadilhas ficou ainda mais difícil com o seriado competir com a realidade e conseguir entregar alguma coisa nova e surpreendente todo ano. A quinta temporada demorou para realizar esse feito mas tem em seus momentos finais seus melhores episódios. Pode não ter sido o melhor ano mas com certeza ficou bastante marcado para quem acompanha e torce (ou não) para os Underwood.
Sendo o primeiro ano sem o criador da série, Beau Willimon que deixou o comando da atração, a nova temporada chega a ser divida em dois grandes arcos. Ela finaliza as tramas deixadas em aberto lá no quarto ano e ainda constrói as bases para um ousado futuro (ainda incerto da produção).
Nesse começo, ainda temos o sempre talentoso Kevin Spacey (como Francis Underwood) e Robin Wright (como Claire Underwood) tentando se livrar da confusão ao declarar guerra a ISO (a versão do ISIS no seriado) para encobrir seus podres. Eles que não são pouco não querem ficar no passado e vivem tentando voltar a tona toda temporada e agora as pequenas evidências estão nas mãos do empenhado jornalista Tom Hammerschmidt (Boris McGiver) que continua causando incomodo para o casal principal.
A grande novidade fica por Claire conversando com tela, como o personagem de Frank faz desde do episódio piloto. A temporada ao se desenvolver ainda consegue explicar o motivo da personagem ter ficado calada durante os primeiros quatro anos, com uma saída interessante e justificável. Uma das coisas que esse ano tem de positivo, é a magnifica atuação de Wright que ganha ainda mais destaque a medida que a candidata a Vice-Presidente impulsiona a campanha para frente. A atriz mostra a frieza da personagem de uma maneira realmente fantástica, durante quase todas as cenas podemos ver estampado no rosto da atriz o barulho das engrenagens trabalhando em sua cabeça e arquitetando plano atrás de mais planos mas claro sem perder a pose. É a hora e a vez de Claire Underwood.
Como falamos, esse ano de House of Cards, é dividido em dois e nós os fãs parece que ganhamos duas temporadas em uma. Os primeiros episódios são um pouco mais lentos e focam nas eleições presidenciais, onde vemos o candidato Will (Joel Kinnaman) cada vez mais com sede de poder e sua esposa Hannah Conway (Dominique McElligott) fazendo de tudo para bater os Underwood nas urnas. Aliados com o Chefe de Campanha, o implacável Mark Usher (Campbell Scott) eles fazem de tudo e também jogam sujo mas não chegam a ser a grande ameaça desse novo ano como foram lá na distante temporada 4. Os Underwood tem aqui novos e maiores inimigos mas também maiores armas.
Com o resultados das eleições decidido, depois de alguns bons e inesperados eventos acontecendo, a série ganha novos ares e desenvolve sua segunda parte de forma rápida e com novas e maiores ameaças, afinal todos querem um pedaço do poder e um lugar a mesa. O grande destaque fica com a presença da personagem de Patricia Clarkson, Jane Davis que nos presenteia com uma excelente atuação e uma grande aquisição ao elenco. Sua personagem e Usher mostram grandes adversários (talvez os mais perigosos) para os Underwoods que por sua vez descobrem que o poder não está necessariamente na Casa Branca.
Doug Stamper (Michael Kelly) e a estrategista Leann Harvey (Neve Campbell) também tem seus momentos ao sol nessa temporada com eles ficando com a maior parte do trabalho sujo para o casal. Seus personagens passam o quinto ano ainda batendo de frente mas saem dessa temporada bem diferentes do que começaram. O mesmo acontece com os personagens da Secretária de Estado, Cathy Durant (Jayne Atkinson) e do escritor Tom Yates (Paul Sparks) ambos tem um destino final de forma bastante surpreendente e claro são fundamentais para desenrolar da trama.
House of Cards consegue manter o mesmo tom dos primeiros anos mas chega a não surpreender nessa temporada e deixa seus maiores plot twists e viradas para os episódios finais. A produção é ainda uma das melhores coisas da TV mas depende exclusivamente de momentos pontuais e decisivos.
Ainda com cenas muito bem feitas e com a câmera agora focada em dois personagens, a produção parece se esconder com a fórmula da maratona para realizar episódios longos e peca ao tentar além de desenvolver seus personagens incluir novas ameaças para o Underwoods. Mas não se engane a série é um grande evento televisivo que merece ser assistida e discutida afinal precisamos dela para pelo menos nos basear no que é tão louco para ficção mesmo que aconteça eventos similares no mundo real.
Todas as temporadas de House of Cards estão em exibição na Netflix. E você pode ler nosso texto de 4 momentos chocantes da 5a temporada da série aqui, ele conta com spoilers os principais acontecimentos desse novo ano.
Faltou ao final o link para o citado texto com os 4 momentos chocantes da 5a temporada…