quarta-feira, 18 dezembro, 2024
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Guerra Sem Regras | Crítica: Trama batida é salva por atores carismáticos

Trama batida de Segunda Guerra Mundial contada em Guerra Sem Regras é salva por atores carismáticos. Nossa crítica

Entra ano, sai ano e sempre temos um, dois ou três filmes com a temática da Segunda Guerra Mundial. Não tem jeito. É o 1+1 = 2 que vamos ter todo ano nos cinemas, igual filme de herói. Não deixa de ser um período sombrio da História e que realmente tem bastante o que ser discutido e falado, mas também é mais uma fórmula fácil em Hollywood, não dá para negar.  E com Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare, 2024) é o que temos aqui com esse novo filme do diretor Guy Ritchie: a história de uma das missões mais perigosas da História e que também foi uma também bastante crucial para o desenrolar da guerra e a vitória dos Aliados contra a Alemanha Nazista. 

É um filme de guerra que consegue entregar até alguma coisa nova somente por conta dessa reunião de nomes conhecidos em Hollywood e que se juntam em Guerra Sem Regras para contar essa história. E é o que faz totalmente a diferença para o longa, e definitivamente, faz um dos grandes acertos desse novo projeto do diretor Guy Ritchie.

É a história que já sabemos e que segue a cartilha dos filmes do gênero, mas que Ritchie consegue contar de uma forma que foque totalmente nesses personagens e nessas relações, coisa que dá para esses atores a possibilidade de individualmente se destacarem e ao mesmo tempo que quando estão todos juntos em tela também consigam contar uma boa história em conjunto. 

Elenco em cena de Guerra Sem Regras. Foto: Credit: Dan Smith For Lionsgate/All Rights Reserved.

Do carismático Henry Cavill, que tenta projeto após projeto, se desvencilhar da figura do Superman que o projetou para a fama e que retorna a trabalhar com Guy Ritchie depois dos dois terem feito O Agente da U.N.C.L.E. lá em 2015; para Eiza Gonzalez que estrela mais um filme aqui, que tá novamente extremamente bem, mas ainda não encontrou seu “big break” em Hollywood e definitivamente não será com Guerra Sem Regras; para Alan Ritchson que também tenta fazer a transição do mundinho das séries para o de cinema (igual Cavill); e também para Henry Golding (de Podres de Ricos e que trabalhou com Ritchie no filme Magnatas do Crime de 2019) e Hero Fiennes Tiffin (da franquia After) que tentam deixar suas personas dos filmes de romance e aqui tentam galgar novos ares em filmes de ação. 

Tá todo mundo bem, onde Cavill e Gonzalez realmente vendem esse filme como ninguém. E aqui, Ritche adapta a história do livro do autor Damien Lewis e realmente consegue entregar novamente em Guerra Sem Regras momentos dos mais explosivos e com ares cinematográficos, tão marcantes em seus filmes. O humor no texto, a trama corrida e frenética também estão ali, e o diretor aproveita desse elenco para fazer tudo rodar de uma forma muito ágil e que não dá tempo para repararmos em mais nada, somente no que acontece em cena naquele momento, e não nas outras falhas que o filme tem.

E talvez, essa seja a decisão mais acertada, afinal nem tudo em Guerra Sem Regras dá certo, e definitivamente o que temos aqui é um filme de streaming, para se ver no streaming, e com estrelas majoritariamente de streaming. Afinal, no meio dessa batalha por audiência que as plataformas de streaming tem travado, um filme com jeitão de cinema, sendo lançado no streaming (pelo menos em mercados fora dos EUA, onde, por lá, o filme saiu na telona) é um chamariz e tanto.

E sim, Guerra Sem Regras aproveita disso e realmente faz acontecer da melhor forma possível. A história, como falamos, é da Segunda Guerra e tem esse grupo de personagens em missão para tentar se infiltrar em uma ilha cercada por soldados nazistas. É uma mistura de filme de assalto, com um filme de formação de equipe, e de desajustados que precisam trabalhar juntos para atingirem seus objetivos. É batido? Sim. Funciona? Também. Afinal, por mais clichê e batido que possa soar, Guerra Sem Regras acaba sim, por ter seu charme.

Tá ali, escondido, atrás da cara alucinada do bigodudo personagem de Cavill, o major Gus March-Phillipps (um oficial britânico nada popular na época que lidera o time e que serviu, como dizem, para o autor Ian Fleming criar a figura de James Bond anos depois), da dupla formada pelo “espião” Richard Heron de Babs Olusanmokun (também ótimo), e da espiã/atriz/femme fatale Marjorie Stewart de Gonzalez, ou ainda para o espião Lassen com o shape gigante que Ritchson se apresenta aqui, e até mesmo para o irreconhecível Rory Kinnear como o Primeiro Ministro britânico Winston Churchill. 

Eiza Gonzalez em cena de Guerra Sem Regras. Foto: Credit: Dan Smith For Lionsgate/All Rights Reserved.

Guerra Sem Regras conta uma história livremente adaptada das páginas dos livros, e no final das contas, diverte. Mesmo sem o mesmo calibre de outros projetos do tipo como Bastardos Inglórios (2009) ou até mesmo Caçadores de Obras-Primas (2014), Guerra Sem Regras entrega bons momentos para contar essa história, na medida que apresenta o plano maluco que esses personagens tem, e que, claro, é bem diferente do que eles planejaram quando saem rumo ao porto de Fernando Po, uma ilha espanhola, perto do que hoje conhecemos com a Guinea, no continente Africano, que está dominada por Nazistas, em especial o chefão do lugar, o implacável e inescrupuloso Luhr (Til Schweiger).

Ritchie, então, conta a história do que seria essa quase a primeira missão secreta de um serviço de inteligência de uma forma que realmente atiça nossa curiosidade para saber o que vai acontecer, e como vai afetar os rumos da guerra, mesmo com nós os espectadores sabemos o que aconteceu de verdade. E isso, sem deixar de entregar um filme de ação que até é um bastante violento, e também um pouco mais longo do que deveria.

No final, batendo em uns nazistas e explodindo muita coisa, Guerra Sem Regras consegue mostrar para que veio, e sem dúvidas, e nos dar mais um Filme de Guy Ritchie para a coleção. Acho que vale o play.

Nota:

Guerra Sem Regras está disponível no Prime Video.


 


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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