domingo, 22 dezembro, 2024
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Gato de Botas 2: O Último Pedido | Crítica: O bom retorno de um personagem carismático

Uma coisa é clara ao trazer o Gato de Botas de volta, a casa de animação da Universal Pictures, a Dreamworks, tenta revitalizar a franquia Shrek a todo custo e há anos ensaia o retorno do ogro mais querido do cinema.

Assim como Meu Malvado Favorito, a produtora tem focado em personagens que roubaram a atenção do público em produções derivadas, e o plano tem dado certo. Claro, Gato de Botas em termos de dinheiro arrecadado não é nenhum Minions, mas também tem seus méritos, sem dúvidas, e claro chama atenção. E com Gato de Botas 2: O Último Pedido (Puss in Boots: The Last Wish, 2022) fica muito claro que o longa é o pedido que o estúdio de animação faz para testar as águas com o público nessa tentativa de um retorno da franquia principal.

Mas isso não impede que Gato de Botas 2: O Último Pedido se apoie exclusivamente nisso, pelo contrário, a animação faz um bom filme, e principalmente entrega um que se sustenta sozinho e que garante para o espectador um agradável retorno para esse personagem.

Ainda não é uma história de Shrek, mas é animação das férias 2023, sem dúvidas.  Afinal, o carisma desse gatinho vai mais do que apenas seus olhinhos pidões, entrega uma aventura super interessante de se acompanhar e faz o que Shrek fez (não com o mesmo nível de acidez, afinal, é muito mais para criança): resgatar esse espírito de modernizar e ressignificar as mensagens dos contos de fadas. E Gato de Botas 2: O Último Pedido acerta bem nesse quesito. 

Na trama temos a introdução de uma estrela dos desejos que concede para quem a encontrar, bem, como o nome diz, um desejo, e claro que no Universo dos Contos de Fada da franquia vai ter muito personagem atrás dela. Inclusive o próprio Gato que aqui na sequência descobre já ter gastado todas as suas vidas e está em sua última e mortal “etapa” na Terra. O compilado de cenas que mostram todas as formas que o Gato perdeu suas vidas é hilário, uma das melhores coisas que a animação entrega, e dita o tom para o filme como um todo.

E depois de se tocar dessa informação, consumir litros de leite, e escolher aposentar a capa (e as botas!), o gato parte para uma casa de repouso. Mas as coisas mudam quando todos os bandidos da Terra dos Contos de Fadas estão à sua procura. A trama de Gato de Botas 2: O Último Pedido então coloca diversos personagens nessa busca pelo gato, e por essa estrela, nos confins da Terra dos Contos de Fada, e como num bom filme “de assalto” e de “road trip” fica claro que a jornada é mais importante que o destino final. É como Gato de Botas 2: O Último Pedido fosse o Gato por passar todas as jornadas do luto (ao descobrir que ele só tem uma vida sobrando!). É isso que faz Gato de Botas 2: O Último Pedido se destacar entre as animações mais recentes lançadas no ano: são as dinâmicas entre os personagens, as situações que eles passam e tom amalucado da história que faz o longa ser uma diversão do começo ao fim. 

Ao unir o Gato com a sua antiga parceira Kitty Pata Mansa, com o novo e fofo cachorrinho que se disfarça de gato chamado Perrito (voz de Marcos Veras na versão dublada), com a Cachinhos Dourados (voz de Giovanna Ewbank na versão dublada) e os Três Ursos (voz de Sergio Malheiros na versão dublada como o Bebê Urso) e ainda o grande vilão Jack Horner (de um conto de fadas não muito popular no Brasil) em busca dessa estrela, Gato de Botas 2: O Último Pedido garante que teremos muitos momentos engraçados e também de muita reflexão. É uma verdadeira animação, não-Disney, que realmente acerta todas as notas.

E o longa ganha uma camada ainda maior e mais interessante, afinal, para o Gato, as coisas são mais urgentes, com um senso de perigo gigante, afinal, o animalzinho de botas, chapéu e capa, está em sua última vida, como falamos, e tem em sua cola também, o caçador de recompensas mais perigoso do reino, O Lobo Mau (voz do brasileiro Wagner Moura no original).

Mas o maior destaque, bem mais do que a trama simpática que o roteiro de Paul Fisher entrega (o roteirista trabalhou na sequência de Croods também para a DreamWorks), é o trabalho dos animadores.

Em O Gato de Botas 2: O Último Pedido é como se realmente tivéssemos dentro de um livro de conto de fadas, as técnicas de animação são incrivelmente bem feitas aqui, é como se realmente as cenas do filme fossem aquarelas que saltam em tela e entregam uma qualidade visual sem tamanha para o filme. É tudo muito bonito de se ver e acompanhar, ao mesmo tempo que O Gato de Botas 2: O Último Pedido encanta e diverte. 

E fora que os diretores Joel Crawford e Januel Mercado usam diversos tipos de gênero para ajudar a contar essa história. Por exemplo, quando o Gato e o Lobo Mau se encontram parece que estamos num longa de faroeste, quando vemos o passado da Cachinhos Dourados, toda a estética faz realmente parecer que estarmos vendo, e dentro, de um conto de fadas, e também toda vez que Perrito aparece, um clima mais ameno, e infantil, é passado.

No final, o que temos em Gato de Botas 2: O Último Pedido é uma animação super atmosférica, onde o filme passa esse sentimento para o espectador de que você se sente jogado dentro do longa para curtir a história com aqueles personagens e suas peripécias ao longo dessas horas que são boas horas para se passar nos cinemas. Um acerto para animar o começo de ano. 

Ps: O longa tem uma cena pós-crédito.

Avaliação: 3.5 de 5.

Onde assistir Gato de Botas 2: O Último Pedido?

Gato de Botas 2: O Último Pedido chega em 05 de janeiro nos cinemas.

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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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