domingo, 22 dezembro, 2024
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Ruim Pra Cachorro | Crítica: Debochada, comédia é boa…para cachorro e humanos

Quem diria que os salvadores das comédias desbocadas e irreverentes em 2023 seriam um urso pilhado em drogas, Jennifer Lawrence e um bando de cachorros que falam palavrões, hein? E é com Ruim Pra Cachorro (Strays, 2023) que essa comédia non-sense completa a lista de longas que apelam para o mais surtado que tivemos no ano, até agora, para entregar boas histórias. 

Talvez, em partes, seja o texto de Dan Perrault que nunca fez alguma coisa que realmente se destacasse e aqui acerta no tom, talvez, seja a performance de vozes dos atores, seja na versão original, seja da versão dublada, ou olhar do diretor Josh Greenbaum para o galhofa (brilhantemente utilizado no seu último longa Duas Tias Malucas de Férias).

Cachorros em cena de Ruim Pra Cachorro.
Foto: © 2023 Universal Studios. All Rights Reserved.

Talvez, seja uma combinação disso tudo, apenas dá para dizer que Ruim Pra Cachorro, faz uma comédia boa… para cachorro e humanos. O longa faz um road trip canino, onde não temos carros, e sim, os animais andando para lá e para cá com suas patinhas na medida que Reggie (voz de Will Farrell no original e Wendell Bezerra na versão dublada) é abandonado pelo seu dono Doug (Will Forte) e precisa aprender a se virar com a ajuda de outros cachorros vira-latas. Assim, por trás dos momentos surtados, o longa não é sobre se Reggie vai conseguir voltar para a casa de Doug, e mais sobre a jornada que eles e os outros cachorros vão viver e passar ao longo desses regrados de muita cãofusão, piadas extremamente adultas e cheias de duplo sentido. 

Um aviso, para os pais e responsáveis, Ruim Pra Cachorro pode até ter dois cachorrinhos bonitinhos no pôster mas já avisamos que não é um filme para crianças. É uma comédia feita para adultos. É o novo capítulo desse retorno desse tipo de comédia que tinha sido deixada um pouco de lado e que não se encaixava no padrão filme blockbuster de super herói ou filme indie com chances na temporada de premiação.

Era um gênero que foi largado no streaming e que demorou, uma pandemia e greve dos roteiristas depois, para voltar com tudo aos cinemas. Ruim Pra Cachorro representa esse tipo de comédia mais non-sense, besteirol, no melhor estilo Superbad (2007), Ted (2012), Se Beber Não Case (2009) e até mesmo Duas Tias Malucas em Férias (2022) do próprio Greenbaum. 

Ao colocar cachorros com personalidades caninas completamente diferentes, seja o esquentado Bug (Jamie Foox na versão original e Fabio Rabin na versão nacional), ou a cachorrinha metida a comediante, com problemas de autoestima, mas um excelente olfato Maggie (Isla Fisher na versão original e Bruna Louise na versão dublada) e até mesmo Hunter (voz de Randall Park na versão original), um cachorro grande mas com uma personalidade calma e que trabalha como cão de terapia, para andarem pelos EUA para ajudar Reggie a não só voltar para a casa, mas para encerrar o ciclo de abuso que viveu com o dono.

E não só isso, para o cãozinho também, arrancar as partes íntimas deles, onde o roteiro de Perrault cria as mais divertidas situações para esses animais em busca de vingança. Seja serem pegos uma ave enquanto discutem a relação parados em um campo aberto, ou até mesmo quando comem cogumelos e ninguém parece ter saído bem desse evento, nem mesmo os coelhos que cruzaram o caminho deles, ou até mesmo serem pegos pela carrocinha e precisar bolar uma forma de enganaram o policial (Brett Gelman) responsável pelo local.

Will Forte com o cachorro Reggie em cena de Ruim Pra Cachorro.
Foto: © 2023 Universal Studios. All Rights Reserved.

Ruim Pra Cachorro aposta na loucura que extrapola a cada cena, a cena nova etapa da viagem desses cachorros, para realmente no meio das piadas suja, dos momentos hilários, e de fazer o melhor uso de uma música (Wrecking Ball de Miley Cyrus) no ano, para conseguir transmitir uma boa mensagem para os humanos que estão ali sentados nos cinemas para passar algumas horas descompromissadas com esses animais.

No final, Ruim Pra Cachorro diverte e mostra que ainda boas comédias, por mais malucas e com histórias das mais surtadas, e que envolvem cachorros que falam, feitos por computação gráfica ainda tem espaço para serem vistas nos cinemas e para juntos com os personagens e as peripécias que eles vivem em cena. 

Nota:

Onde assistir Ruim Pra Cachorro?

Ruim Pra Cachorro chega em 28 de setembro nos cinemas.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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