quarta-feira, 16 abril, 2025
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O Macaco | Crítica: Nem tão engraçado, nem tão assustador.

O novo do diretor Osgood Perkins acaba por ser nem tão engraçado, nem tão assustador e fica ali no meio termo. Nossa crítica de O Macaco.

O Macaco (The Monkey, 2025) vem como essa nova aposta do diretor Osgood Perkins após o sucesso de Longlegs no ano passado. Mas não é por que você fez um filme bom que o seu próximo também será né? E isso fica claro aqui. Infelizmente. Mas as pessoas devem ir ver sim, afinal, em Hollywood, você tem que capitalizar quando está em alta e com o próximo filme de Perkins a caminho, a expectativa que ele conseguisse entregar um novo terror era grande.

Afinal, era uma adaptação de um conto de Stephen King, com uma premissa interessante, e com um elenco de nomes conhecidos do público. Mas a curiosidade matou o gato, aqui, no caso, um macaco de brinquedo, já O Macaco não é nem chega a ser um M3GAN, com uma pitada de comédia e non-sense no meio de uma trama de terror, e nem tão assustador e mais terror raiz, com jumpscares como Annabelle. Só fica ali no meio termo e aposta muito mais no conceito do que na ação, no terror, ou na comédia.

Photo by Courtesy of Neon – © Neon

Temos coisas boas em O Macaco? Sim, claro, temos o ator Theo James que deve ter capitalizado o boom pós The White Lotus aqui em um papel duplo, onde ele tá muito bem, sim, e também uma ótima Tatiana Maslany (que aparece pouco, mas rouba as cenas), e que até seguram as pontas, mas ao ver O Macaco, o sentimento que fica de meh é muito maior quando a sessão termina. 

Toda a trama que envolve o macaco encapetado e o estilinho Premonição que o longa oferece, é sim bacaninha de se assistir, mas meio que a trama se perde ao longo da narrativa e que nunca parece ir para lugar nenhum. A própria mitologia que envolve o brinquedo, suas regras e tudo mais não é bem explicada, ou desenvolvimento, e acaba que nós os espectadores ficamos a mercê das conveniências do roteiro. 

E também de algumas das mortes que deixam bastante a desejar, e que estão lá apenas por estarem. Sinto que no meio do caminho, Perkins teve um bloqueio criativo, por que até temos algumas mortes e acontecimentos interessantes, seja quando um dos irmãos interpretados por James chega na casa da casa recém falecida com uma corretora de imóveis e eles abrem uma porta e uma espingarda cai, é ativada, e mata a sorridente mulher. Ou quando um aparelho de ventilação eletrificado cai no chão de um hotel e energiza o local bem na hora que uma hóspede vai entrar na piscina para uma nadinha noturna.

Mas nada que você fala, nossa isso é um filme de terror com boas mortes. E isso fica claro desde do começo de O Macaco, onde a trama coloca esses dois irmãos gêmeos Hal e Bill (o jovem ator Christian Convery nesse início) no caminho desse macaco que segura plaquetas e toca um instrumento quando alguma coisa dar vai muito errado agora que objeto está na casa deles. E tudo começa com uma participação especial de um ator que está em alta, mas aqui sem spoilers, que tenta se livrar do objeto, mas não consegue.

Assim, as coisas tomam um rumo estranho quando mortes tomam conta da vida desta família aparentemente normal e sem muita graça. “Todo mundo morre!” diz Lois numa atuação apavorantemente boa de Maslany e com uma intonação de causar arrepios enquanto vemos ela e os filhos saírem de uma missa após um velório.

E algumas cenas depois é a vez da mãe dos garotos bater as botas de uma forma misteriosa e maluca. E que, claro, parece ter haver com o macaco presente na vida dos jovens que vão morar com os tios (Sarah Levy e um irreconhecível Perkins) num lugar distante.

Anos depois, o boneco capeta parece voltar para a vida dos irmãos, onde descobrimos que agora que eles pouco se falam, e Bill virou uma pessoa meio suspeita, surtada e que acredita em teorias da conspiração, e Hal, um cara mais fechado e pouco tem um relacionamento com o filho adolescente Petey (Colin O’Brien).

Photo by Courtesy of Neon – © Neon

Assim, quando O Macaco finalmente engrena, e parecia que teríamos um filme de pai e filho combatendo a força misteriosa que rege as ações do macaco do mal, o longa acaba por entregar um complicado compilado de cenas sem nexo e sem sentido nenhum, tanto para a história que quer ser contada, quando para a narrativa que Perkins quer apresentar.

A busca de Hall, Bill e Petey para tentarem derrotar o macaco se torna cansativa, sem graça e que apela para conveniências sem tamanho. E como falamos, o longa até tenta ter algumas sacadinhas bem humoradas, algumas frases de tirar um arzinho do nariz e tals, para desviar das cenas cheia de sangue e que impactam mais do que ajudam a contar essa história, mas, particularmente não achei que o humor decola ou emplaca, e as cenas de mortes são, tirando as já citadas, sem inspiração ou pouco memoráveis.

Se em Longlegs foi marcado por uma grande piração, seja visual ou narrativa e que faziam sentido aquele filme com um Nicolas Cage como um serial killer pertubado e cheio de maquiagem, aqui, em O Macaco não dá para dizer o mesmo.

No final, o longa acaba por ser um filme menos atmosférico e mais urbano e tudo que deu certo no anterior do diretor e que ele meio que quis repetir aqui não faz tanto sentido assim para a narrativa. Infelizmente para esse macaco que toca tambor, a banda não tocou e apenas desafinou. Uma pena, quem sabe, agora no próximo do próximo de Perkins não vamos ir com menos expectativas. Tipo a frase “igual a vida” presente na caixa do macaco.

Nota:

O Macaco chega nos cinemas nacionais em 06 de março.











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Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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