sexta-feira, 15 novembro, 2024
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Filho da Mãe | Crítica: Documentário de Paulo Gustavo entrega montanha russa de emoções

Longa de Paulo Gustavo no Prime Video entrega montanha russa de emoções.

Paulo Gustavo ficará para sempre marcado na história da cultura nacional. E o documentário Filho da Mãe, que chega no Prime Video, é a imortalização desse legado e sua principal mensagem como obra audiovisual.

O ator e comediante era uma força da natureza, e sua perda, é uma perda que apenas se agrava por conta das circunstâncias dos acontecimentos, onde Filho da Mãe não passa em branco esse momento, e não diminui a importância, e a gravidade, do que aconteceu com o artista. A morte de Paulo Gustavo foi um dos momentos mais tenebrosos da gestão Bolsonaro em termos de como o governo lidou com a pandemia, afinal, passou a mensagem de que se nem Paulo Gustavo, um dos artistas mais conhecidos e com recursos se livrou da doença, o que o brasileiro comum poderia fazer naquele momento crucial de combate ao coronavírus.

Foto: Amazon Studios

Mas Filho da Mãe também celebra, faz uma homenagem, e mostra o quão Paulo Gustavo era em vida, quem ele era como pessoa, fora da persona comediante. Ao trazer cenas inéditas de bastidores, o longa, comandado por Susana Garcia, faz uma recapitulação dos últimos meses da vida da artista com seu show ao lado da mãe Déa Lúcia, dos colegas de trabalho, e tudo mais. Assistir Filho da Mãe é ver Paulo Gustavo no seu auge criativo, da fama, na vida pessoal e tudo mais, e nos apresenta uma figura humana do comediante, sem deixar de ser quem ele era, um homem alegre, esforçado, membro da comunidade LGBT.

O maior trunfo é esse acesso íntimo que a produção nos dá para o artista, mesmo que na frente das câmeras com essa função documental, onde ao assistir o que foi separado e editado, o espectador ri, chora e se emociona com os depoimentos e com os bastidores da vida do ator e quão corrido estava para ele tanto na sua vida pessoal, quanto profissional.

Filho da Mãe então passa por todos os momentos mais importantes da vida de Paulo Gustavo, o início da sua carreira ao lado de nomes hoje também conhecidos como Fabio Porchat e Samantha Schmutz, as inspirações para a composição de seu maior personagem, a Dona Hermínia, que começou nos palcos (sempre lotados!) e depois passou para os cinemas, com 3 filmes e com o marco histórico de levar mais pessoas aos cinemas com um filme nacional.

Do lado profissional até a vida pessoal com o relacionamento com Thales Bretas, o documentário abrange todos essas fases da vida, e mostra também o início da composição de uma família com a chegada dos 2 filhos, onde Paulo Gustavo e a mãe faziam uma última apresentação da peça e as crianças nasciam nos EUA. Filho da Mãe navega por esses momentos chaves da vida de Paulo Gustavo e que dão um panorama muito maior e mais profundo para o artista, e a pessoa, que ele foi.

Foto: Amazon Studios

Estruturalmente, Filho da Mãe trabalha com dois lados completamente opostos de sentimentos. O documentário tem seus momentos mais impactantes quando Garcia começa a avançar na linha do tempo que o longa apresenta, e a parte alegre se torna triste com os acontecimentos no final de 2020 e 2021. Mesmo com uma não tão incômoda barriga narrativa que garante quase 2 horas para o documentário, o tom muda rapidamente nos seus momentos finais e garantem em refletir a importância de tudo que aconteceu.

Depoimentos de Mônica Martelli, da irmã de Paulo Gustavo, Ju Amaral, estão entre os mais poderosos e devastadores, outros nomes também dão as caras como o apresentador Pedro Bial, e do comediante Marcus Majella. Já outros são sentidos, por não aparecerem em tela, como da comediante Tatá Werneck, mesmo que no final, tudo é bem representado para mostrar Paulo Gustavo em seus diversos núcleos.

E no final, fica claro a importância de Filho da Mãe para celebrarmos a vida e a importância de Paulo Gustavo para a cultura brasileira, onde ele entrou na casa de milhares de brasileiros com um humor acessível e que debateu temas importantes para a sociedade brasileira com aquele jeitão debochado e único que só Paulo Gustavo tinha, e que faz, e fará, muita falta. Uma linda celebração.

Avaliação: 3.5 de 5.

Filho da Mãe disponível em 16 de dezembro.


Miguel Morales
Miguel Moraleshttp://www.arrobanerd.com.br
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