Para já tirar o olho gordo….Evil Eye (2020) é previsível demais, mas não deixa de entregar uma boa história com bons personagens, e é isso o que você precisa saber sobre esse novo filme de terror do Welcome To The Blumhouse no Prime Video. Evil Eye lida também com paranóias, relacionamentos abusivos, e claro uma vingança sobrenatural que envolve uma mulher e sua filha.
Liberado pelas competentes Sarita Choudhury, vista em Homeland, e Sunita Mani de Glow, Evil Eye não chega a ser o melhor dos quarto filmes lançados mas não é também o pior, apenas oscila ali no meio. Principalmente por conta do roteiro de Madhuri Shekar que brinca com uma virada que você sabe que vem, e só fica na espera e na expectativa de quando vai acontecer, afinal, o como tá ali estampado na cara do filme assim que ele começa.
Evil Eye mostra os costumes indianos, suas tradições, e um pouco da relação entre mães e filhas com a forte necessidade do casamento, da filha se casar bem, e ser uma boa esposa para o marido, só que numa pegada moderna para as famílias em 2020. Mesmo que o texto fique um pouco forçado ao entregar algumas coisas, passagens e situações, no final, Shekar sabe bem lidar com esses temas pra conseguir contar sua história.
Na trama, Pallavi (Mani) é uma jovem solteira que com 29 anos parece que vai ficar para a titia e vive por ouvir sermões de sua maan Usha (Choudhury) que está do outro lado do planeta, mas quer que a filha se case logo com um rapaz de sua escolha, e siga as tradições indianas.
E quando a jovem parte para um encontro às cegas arranjado pela mãe com mais um rapaz que ela nunca viu, ela acaba por encontrar um outro muito mais charmoso, uma versão do Príncipe Encantado, e é ai que a trama começa efetivamente. Evil Eye tem um jeitão de comédia romântica água com açúcar, garoto conhece garota, mas que sabemos que o plot twist sobrenatural vem em breve, afinal se trata de uma produção da Blumhouse não é mesmo? E é isso que acontece, a mãe acha que Sandeep (Omar Maskati), o casinho da filha, e logo depois noivo, é seu ex parceiro abusivo e agressor encarnado anos depois. O quê?
O bom que o filme pouco se prende na questão de será que ela está mesmo falando a verdade ou não, ou será que tudo isso não passa de uma alucinação da mulher misturado de uma queda por astrologia e misticismo da religião. E Evil Eye até que consegue esticar sua trama, e realmente desvia da conversa por um certo tempo, até que a reviravolta vem e muda tudo.
O mais bacana são as pistas que Usha acaba por juntar ao longo do filme e que comprovam que ela está realmente certa e não passa por um surto psicótico por conta do seu trágico passado. A atuação de Maskati também é um ponto a se destacar, afinal, o rapaz consegue trabalhar bem a dualidade de seu personagem, e realmente muda de figura quando descobrimos que ele é realmente o agressor de Usha de tantos anos. Evil Eye nos apresenta isso aos poucos, onde temos algumas falas, certos padrões de comportamentos, e claro os fáticos brincos para comprar que a mãe diz a verdade.
E claro, a relação de empoderamento entre mãe e filha que toda a situação cria acaba dando um charme a mais para o filme.A gente sabe onde a trama vai, mas talvez seja o trabalho das protagonistas que seguram as pontas nas cenas e são o principal fator que Evil Eye não ter levado uma nota pior.
O longa realmente brinca com os devaneios que a mãe sofre, e mesmo que não se empenhe de deixar a gente com a pulga atrás da orelha sobre quem tá certo ou não, é quando o filme apresenta sua virada que realmente ganha força e uma agilidade. No final, Evil Eye não faz feio, mas realmente entrega uma produção dentro do esperado, sem medo de ousar em sua história.
Evil Eye disponível no Prime Video