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Evangelion:3.0+1.01 A Esperança | Crítica: Rebuild de Evangelion é uma escada para algo muito maior

Quando lá em meados de 2007 foi lançado o primeiro longa metragem daquele que seria um novo começo para Evangelion, não imaginávamos que a história fosse se tornar tão densa e profunda. Claro, já tínhamos experimentado o ar pesado de Hideaki Anno na série original, contudo, o que vemos ao fim da nova saga é algo totalmente surpreendente. Enquanto o primeiro longa da quadrilogia parece mais um rebute/remake da franquia, o segundo chegou para mostrar que não era bem assim que a banda iria tocar. Já com o terceiro, a tensão que já sentíamos no segundo filme se torna mais presente, contudo, nada se compara com os traumas psicológicos abordados quarto filme, que estreou no último dia 13, no Prime Vídeo.

Com um espaço de quase 9 anos entre o terceiro e o quarto longas, Evangelion:3.0+1.01: A Esperança começa praticamente colado com o filme anterior, onde os personagens ainda lidam com o quase terceiro impacto. Cada um lida com sua dor da forma que pode e existem mais cacos do que pessoas inteiras. Anno surpreende mais uma vez em investir em personagens do que lutas mirabolantes, embora elas não fiquem atrás e se tornam um show a parte.

Levando todos esses anos pra concluir a obra deve ter feito bem à produção, que se torna, de longe, a mais impactante de Evangelion. Isso nos faz pensar “será que era essa a história que o autor queria nos levar na série clássica?“. Sabemos que Evangelion sofreu bastante com o corte de orçamentos e produção de baixo custo na década de 90, fazendo exatamente com que a estética e a forma de narrar a história o catapultasse como um cult. Porém, sentíamos falta de algo que é apresentado em A Esperança.

Pra início de conversa, podemos dividir o filme em dois: num primeiro momento, o roteiro foca totalmente nos dramas psicológicos enfrentados por seus personagens (além de mostrar rostos conhecidos que há tempos não víamos). A forma de lidar com a dor é abordada de forma crua, fazendo com que mais uma vez esses frágeis humanos tenham que lidar com as consequências dos atos próprios ou dos outros. Shinji continua sendo, de longe, o personagem mais odiável. Contudo, essa persona faz parte da sua essência e ele precisa passar pelo processo para poder amadurecer e ser a melhor versão dele mesmo. Asuka e Rei também tem seus cortes na alma e ambas acabam entrando numa esfera de autoconhecimento próprio, o que faz muito bem para a evolução de ambas na história.

Já num segundo momento, toda o ar calmo e amistoso do filme dá lugar ao verdadeiro propósito do quarto filme: sua conclusão. Da forma Anno de explicar as coisas (o que faz com que tenhamos que ver o filme mais de uma vez), Evangelion:3.0+1.01 traz a resolução para quase todos os questionamentos que nos trouxeram até aqui, dando espaço para que o público complete as lacunas com sua própria experiência. Com batalhas épicas, plot twits impressionantes e sacrifícios de personagens, essa segunda metade do filme é visceral e se torna quase um pecado tirar os olhos da tela por um momento. Dezenas de informações são jogadas na sua cara e antes que você assimile a primeira, mais outras três estão engatilhadas.

A fotografia do filme é de encher os olhos dos amantes da animação japonesa. A Toei Animation mais uma vez mostrou toda sua potência trazendo cenas dignas da grandiosidade do projeto. Os efeitos 3D estão ali, mas quase nunca dá pra nota-los. O estúdio soube muito bem introduzi-lo na identidade visual da animação, deixando tudo bastante fluido.

Mesmo com um ar melancólico, A Esperança traz um final feliz e diz ao expectador que “não importa o quão ruim esteja, sempre há uma luz no fim do túnel”. Dessa vez, Anno optou por um final feliz ao invés do agridoce The End Of Evangelion, lançado logo após a série de TV.

Assistir aos quatro filmes na sequencia foi uma experiência exaustiva, porém muito agradável. Os dois primeiros já haviam ganhado dublagem no Brasil e lançados em DVD. Contudo, para entrar no streaming, ganharam nova dublagem com o elenco da Netflix.

Não tenha dúvida que o novo filme da franquia fecha de forma esplêndida o arco iniciado em Evangelion 1.11 e a quadrilogia é material essencial para quem ama animações complexas e profundas. Evangelion ganha mais um capítulo em sua história e não vejo a hora de saber os próximos passos da obra.

Avaliação: 4 de 5.

Evangelion:3.0+1.01 A Esperança está disponível no Prime Video.


André Ricardo
André Ricardo
Fã incondicional de séries e filmes dos anos 80 e 90, mas também dou chances para as produções atuais.

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