Sabemos que Ariana DeBose pode fazer qualquer coisa. Ela dança, como vimos na nova versão de Amor, Sublime Amor, do diretor Steven Spielberg, e que deu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para a atriz, ela canta, como vimos na versão original da animação Wish – O Poder dos Desejos, ela apresenta, como vimos diversas cenas a atriz apresentar o Tony Awards.
E com A Casa Mórbida, o novo filme da Blumhouse e da Amazon MGM Studios, vemos que ela pode também fazer terror, e muito bem. No longa que chega no Prime Video no dia 3, acompanhamos uma chefe de cozinha que está em busca de ter seu próprio restaurante depois de anos de trabalho sob o comando linha dura de um grande e renomado chefe de cozinha.
E além de toda pressão que vem com abrir seu próprio negócio, a Chefe (sim, essa é “nome da personagem) precisa lidar também com o caos de formar uma nova cozinha, um investidor anjo com uma pinta de 171, e claro, com o próprio lugar que parece que também tenta a sabotar a qualquer custo. Enquanto a Chefe tenta não sucumbir ao estresse, ela também tenta descobrir os segredos que envolvem a própria casa, seus os antigos proprietários, e ainda tudo de estranho e sobrenatural que acontece no lugar desde que ela se mudou em busca de realizar seu sonho.
E com isso, batemos um papo com DeBose para descobrir os segredos de bastidores do filme e tudo que você precisa saber de A Casa Mórbida.
Faz alguma diferença para você a personagem em A Casa Mórbida não ter um nome e ser chamada somente de Chefe? Você acha que foi intencional da parte das roteiristas?
Ariana DeBose: Ah foi muito intencional que a personagem só fosse conhecida como Chefe, eu diria. Existem muitas pessoas, e até mesmo fora do mundinho da culinária, em diversas partes do mundo, que meio que o trabalho delas e é vida delas. E isso define muito sobre elas e quem elas são.
E você vê quem é essa pessoa quando você conhece a Chefe, logo no começo, alguém definida pelo seu trabalho. Então eu achei muito apropriado isso. Falamos muito sobre isso no set, durante as gravações, então eu acho que isso foi estranho. Foi uma experiência meio estranha por que quando as pessoas se dirigiam a mim no set era como Chefe. E eu virava e falava: Sim e respondia.
Então, foi realmente uma experiência diferente e uma experiência diferente para mim. Mas eu acho que foi também muito importante para o filme, por que motiva muito o que você vê ela fazendo.
Ao longo do filme fica claro que personalidades da Chefe e as dos personagens de Barbie Ferrera, a Lucia, e de Arian Moayed, como o investidor Andreas, são completamente diferentes. Como vocês construíram essa dinâmica desses personagens? Por que de certa forma acaba por ser uma dinâmica de poder sobre o controle do restaurante de certa forma?
Ariana DeBose: Sim, exatamente. Bem eu amei trabalhar com Barbie e Arian. Eles são pessoas muito incríveis e Barbie realmente vem de uma família, que se eu não me engano, a mãe dela, eu acho, é alguém na família dela, é um chefe de cozinha.
Então foi bem legal para ela trabalhar nesse projeto. E Arian é co-proprietário de um restaurante aqui em Nova York chamado Pebble Bar. Então eu acho que dois conseguiram trazer elementos de suas próprias experiências para esse filme.
E é engraçado você falar sobre a dinâmica de poder que se desenrola, já que fora das telas, nós somos amigos, e sabe, fazemos muitas piadas, e brincavámos nos intervalos, e tudo mais. Mas, depois, quando falam: Ação! a nossa dinâmica muda rapidamente.
Eu achei que foi uma exploração muito divertida e uma coisa legal de se experienciar pelo menos para mim. E ver uma mulher em posição de começar seu próprio restaurante em parceria com esse homem, o Andreas, me fez perguntar: O que define uma parceria? Quem está trabalhando mais aqui? Quem tem mais coisas para fazer nessa parceria? Sabe?
O que cada um está doando e sacrificando…? E vemos isso, ao transcorrer do filme, e ver como eles fazem para guiar e conduzir essa a cozinha e manter o respeito? Existem muitas formas de ganhar respeito, mas algumas pessoas decidem administrar pelo medo, e outras pessoas escolhem outros caminhos e eu acho que existe um outro caminho melhor. Mas como conseguimos chegar nesse melhor caminho foi uma coisa que nós tentamos achar aqui. O que para mim foi uma coisa bastante intrigante.
A sua colega Barbie, tem raízes brasileiras, como você mesmo falou. No tempo que vocês passaram juntas no set de A Casa Mórbida, ela te ensinou alguma coisa de Português, ou te apresentou algum tipo de comida brasileira?
Ariana DeBose: Olha, sabe eu vou bem transparente aqui. [risos] Eu lembro que ela falou sobre sua herança brasileira e sei que ela tava procurando restaurantes brasileiros em Budapeste. Nós gravamos o filme em Budapeste na Hungria. Mas eu lembro que ela tava procurando um restaurante brasileiro sim, não lembro se ela achou. Vou ter que perguntar para ela. Ou mandar uma mensagem.
Vai ter que ser em português.
Ariana DeBose: Ah sim [risos].
A comida aqui tem um papel fundamental aqui em A Casa Mórbida. Até parecem meio feias ou estranhas, mas os personagens dizem que é a melhor coisa que eles já comeram. Por curiosidade, o que vocês comiam no set de gravações?
Ariana DeBose: Bem, eu fiz um filé, eu fiz filé sirloin, em uma das primeiras cenas do filme e depois eu lembro que eu fui e fiz uns outros 70 e depois servimos para o elenco e a produção, o que me deixou muito feliz por que eles realmente comeram e estava muito bom.
Mas também tínhamos diversas outras comidinhas no set. Eu lembro que tinha muito café e nós tínhamos muito pães. Tinha muito pão na Hungria. Eu não sei qual era a história, mas eu achei muito intrigante. E claro, que eu acho que foi Barbie, que ela gostava muito de comidinhas açucaradas. Tipo eu acho que eram tipo gummy bears, só que lá da Hungria mesmo, a versão deles.
Eu acho que foi isso, já posso imaginar a Barbie falando que não era nada disso. O que é engraçado por que de toda a comida que nós criamos nesse filme, eu não consigo lembrar de nada que eu comi. Eu tenho uma memória péssima.
De Amor, Sublime, Amor para Wish – O Poder dos Desejos nós sabemos que você pode cantar e dançar muito bem. E a Chefe, por mais habilidosa que seja, não tem essas habilidades. Você sentiu alguma coisa diferente ao trabalhar nesse projeto que não tem esses elementos?
Ariana DeBose: Não! De verdade, um dos motivos que eu quis fazer esse filme foi que não foi exigido do personagem ter que dançar ou cantar em nenhuma capacidade. Isso nunca foi discutido. Eu queria o desafio de fazer alguma coisa diferente.
Por que eu não gosto de ser colocada em uma caixa, em um quadrado, sabe? Como artista eu quero fazer filmes que eu possa personificar diferentes tipos de personagens que passem por diversas vidas. Enquanto eu ame musicais, eu não quero fazer musicais pelo resto da minha vida. Então quando veio essa oportunidade, foi uma grande oportunidade para mostrar para as pessoas que eu posso fazer mais e que eu tenho outra faceta de talento. E foi assustador. Eu fiquei muito estressada durante as gravações desses filme simplesmente por que eu queria fazer e entregar um bom trabalho. Eu estou muito orgulhosa desse trabalho e do que nós atingimos aqui com esse filme.
Foi interessante por que enquanto eu não dancei ou cantei nesse filme, eu tratei o trabalho de construção de cena como uma dança. Foi tipo como se os movimentos na cozinha fossem coreógrafos sabe? É sobre estar em constante comunicação com seu colega chefe para conseguir fazer com que a comida seja feita de uma forma bonita e ser entregue para o público. Isso que tem que fazer sentido.
E pessoalmente, você tem alguma habilidade com a faca? Por que vemos no filme que sua personagem manuseia muito bem as facas. Como foi para você se preparar para ser uma chefe? Vocês falaram com algum Chefe renomado?
Ariana DeBose: Hum. Nossa que pergunta boa. Antes desse filme eu não tinha muitas habilidades na cozinha. Mas eu vou dizer que sim, eu tinha uma habilidade até que boa com a faca. Eu sou ser completamente franca aqui eu não tive muito tempo para me preparar para esse filme, mas eu tive tempo para passar um tempo com a Chefe Aisha, que tem um restaurante muito bonito aqui, com o nome de Shukette aqui, em Chelsea, em Manhattan durante 1 semana.
Então ela me colocou embaixo das asas e afiou minhas habilidades com a faca. E durante as gravações do filme eu continuei a treinar com a estilista de comida e chefe Zoe Hegedus que trabalhou nos filmes Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, e ainda Duna: Parte 1 e 2. Então ela foi muito fundamental, junto com sua associada Kristoff Souls e que foi muito influente no meu treinamento.
Então tudo que você vê no filme eu fiz e cozinhei. Eu posso não ter feito nenhum prato profissional inteiro enquanto as câmeras filmavam, mas se eu estou cozinhando na frente delas, eu fiz questão de que eu estava fazendo isso. O que é bem legal, e eu não acredito que fiz isso. Minha avó não vai acreditar, mas eu fiz, eu prometo.
Completam o elenco do filme ainda os atores Amara Karan, Mikkel Bratt Silset e Marton Csokas.
Bridget Savage Cole e Danielle Krudy cuidaram do roteiro e da direção do longa.
Confira o trailer:
A Casa Mórbida chega em 3 de outubro no Prime Video.