Em Vidente Por Acidente, o ator e apresentador Otaviano Costa interpreta o arquiteto Ulisses que chega aos 40 anos descrente de sua carreira e inseguro de seus talentos e visita uma “coach vocacional” (interpretada por Katiuscia Canoro) que promete encontrar a verdadeira vocação das pessoas.
Depois de tomar um chá suspeito oferecido pela “profissional” em seu ritual maluco, Ulisses apaga e tem os seus pertences roubados. Porém, nem tudo é tragédia: misteriosamente, ele sai de lá com um poder estranho: Descobrir, com apenas um toque, a verdadeira vocação das pessoas. Será que Ulisses encontrou seu verdadeiro talento ou este novo dom só vai trazer ainda mais confusão para sua vida?
E o ArrobaNerd participou do dia de entrevista com o ator e ainda com o elenco formado por Jamilly Mariano, Katiuscia Canoro e Victor Lamoglia.
Confira o bate-papo com os atores.
Quais os principais desafios para vocês em Vidente Por Acidente?
Jamilly Mariano: Bom, para mim, um dos maiores desafios, assim logo que eu li o roteiro foi ver que no final do filme eu ia simplesmente cantar a Lua de Cristal com a Xuxa do lado, né? Enfim, então fui eu me preparando psicologicamente para essa cena, para gravação dessa cena. eu fiquei com essa ansiedade [gigante] o tempo inteiro, mas foi foi uma cena muito legal. Muito divertida e obviamente uma responsabilidade cantar, na frente dela, mas mas fiquei muito feliz e tô doida para ver essa cena, né? [O elenco não tinha visto o filme ainda no dia do bate-papo].
Katiuscia Canoro: Eu entrei meio de sopetão [no longa]. Foi uma coisa assim bem rápida, assim, receber o convite. Eles [o time de produção] já estavam em preparação. E eu tenho uma coisa que eu sempre acho que não vou conseguir fazer qualquer trabalho. Falo: Esse não vou conseguir fazer. Esse eu vou falar mal. Eu não vou conseguir fazer. Mas aqui deu tudo certo, foi tudo tão gostoso e tão leve. Eu acho que o maior desafio foi o clima mesmo, foi a chuva, foi aquele calor extremo do dia, lá no consultório da coaching. Eu tava com uma gola rolê e um terno. Uma curiosidade que a Coach ia ser um homem e quando surgiu a possibilidade a gente transformou o personagem.
Victor Lamoglia: Quando tem muito amigo no elenco e quando meus coleguinhas de cenas são 5ª série. O meu grande desafio sempre é segurar risada, porque eu sou frouxo. Eu não consigo muita dificuldade. Naquele dia eu, eu tava vendo ela brincando de pegar a carteira aquilo ali quando não tava no meu plano eu mordia a bochecha para não ficar rindo. Outra dificuldade também foi a cena que eu tive que rolar na escada assim, sem quebrar nenhuma parte do meu corpo né?
Otaviano Costa: Para mim, a parte mais difícil foi desnudar o apresentador e voltar a viver a atuação na plenitude. O que eu estava vindo era de 10, 11 anos com o gás, como apresentador de Vídeo Show e etc e eu só tava com a experiência recente da Escolinha do Professor Raimundo. Eu tava [participou] de três temporadas, mas era uma coisa pontual… eu ia lá e voltava. O apresentador tava numa de estar com todos os botões ligados. E aí o trabalho do Vander [Rodrigo Van Der Put, o diretor do filme] junto com a Maria Silvia, nós três juntos ali, eram de tirar essa armadura do apresentador e descobriu o processo do ator de novo e foi apaixonante foi muito legal e eu fiquei muito feliz com o resultado. E esses parceiros de cena parceiros e cenas ajudaram a contar essa história.
Victor, no longa, você interpreta um jornalista. Teve algum jornalista que você se baseou para interpretar seu personagem? E uma segunda parte: se houveram discussões sobre como abordar esse personagem e o que ele faz? Por que ele poderia muito bem “expôr” o vidente em um jornal impresso ou na TV mas faz aqui no seu canal e nas redes sociais?
Victor Lamoglia: Eu não me inspirei especificamente em alguém, em alguma figura, até porque tinha um pouco disso mesmo… Dele mudar o foco dele. E era uma grande questão, para mim, foi que esse cara ele tinha compromisso maior de muito mais em passar a mensagem. Ele tinha hiperfoco que era a vida do Ulisses, era respirar aquilo, viver aquilo e tinha uma necessidade dentro dele de “eu preciso botar para fora” e eu acho que no fim das contas para ele não importava tanto a mídia assim.
Era aonde eu consigo me comunicar? eu preciso me comunicar [por] onde que as pessoas estão falando. Então eu tenho acesso a isso aqui, eu vou falar por aqui, eu não tenho mais, é pelo celular eu vou fazer um vídeo, eu vou botar no celular e eu vou eu vou atingir as pessoas e essa mensagem vai chegar em quem tem tem que chegar. Eu acho que tinha muito esse instinto dentro dele d botar para fora e falar galera, eu não consigo guardar essa informação dentro de mim e é ir a fundo aqui. Minha missão de vida é e a fundo nisso daqui.
Katiuscia, no filme, como a sua personagem é uma coach e cheia de coisas místicas, poderia falar quais características da personalidade dela, você acha mais semelhante com a sua?
Katiuscia Canoro: Eu nem acho que ela é uma coach mesmo, nem uma mística nada. Ela é só uma trambiqueira mesmo. Não sou nem um pouco trambiqueira, mas eu cara de trambiqueira né? As pessoas só me chamam para fazer trambiqueira. Eu tô nos últimos 6 anos só fazendo trambiqueira. Mas eu acho que é por que eu me divirto com isso…. (…) mas eu acho que a única coisa assim parecida que eu tenho com ela é a cara de pau. Eu sou uma pessoa muito cara de pau.
Sempre fui muito cara de pau e ela é totalmente cara de pau. Mas ela é, ela é uma pessoa que tá passando muita dificuldade. E ela decidiu ser uma contraventora. É uma ladra mesmo né? Ela chega pedindo a chave do carro dele [do personagem do Otaviano Costa], ela chega roubando tudo dele.
Jamily o que foi mais difícil para você no filme: aguentar as maluquices do Otaviano Costa ou cantar?
Jamilly Mariano: Ai acho que um pouco dos dois! [diz brincando]. A minha relação com o Otaviano foi logo de cara, assim a gente já se conectou a gente já se conectou muito bem. Acho que funcionou muito para relação dos dois como pai e filha no filme, mas confesso que o nervosismo ali de cantar com a Xuxa foi foi forte, viu? Mas foi bem divertido, o processo e aproveitando aqui para para agradecer o Ota, a porque assim, ele é muito generoso, sabe em cena e fora de cena e ele tem um coração gigantesco. Ele me acolheu logo de cara como filha dele e ele é um paizão na vida já então a gente conseguiu criar essa relação muito forte logo de cara.
Otaviano, quais produções te inspiraram para fazer o longa?
Otaviano Costa: Quando eu imaginei, lá no início, inicialmente, como a fagulha de argumento que virou depois [a trama do filme]. O Ulisses não foi baseado, ou inspirado em qualquer outra situação, e sim foi uma coisa que aconteceu do nada, numa preparação. Durante o meu último programa, a preparação do meu último programa na Globo, a Miriam Goldenberg durante um workshop de criação, apresentou um pouco um olhar dela sobre as pessoas mais velhas que eram o target e eram o público-alvo do nosso programa. Pessoas mais velhas.
(…) E assim uma coisa começou a surgir… foi quando ela falou uma frase que juntou tudo: “Imagina tudo seria muito mais simples essa pessoa aqui aos 40 e poucos anos, se Deus tocasse no ombro dela e falasse qual era a sua vocação, qual seria a sua vocação?” Eu falei: Cara, tem um filme aí! Foi quando eu comecei a desenhar a história do Ulysses, até a brincadeira meio sobre a saga do Ulisses da mitologia. E aí tudo ganhou um outro contorno com a chegada dos roteiristas do André Brant do Gui Cintra que trataram um argumento de maneira brilhante. E aí depois foi um trabalho há quatro mãos, com Disney, Vander, Conspiração, todo mundo lapidando esse projeto.
Completam o elenco os atores Evelyn Castro, Totia Meirelles e Macla Tenório.
O longa tem participações especiais de Xuxa Meneghel, Flávia Alessandra, Serjão Loroza, Nany People, Stepan Nercessian, Negrete e Pequena Lô.
Rodrigo Van Der Put dirige o longa.
O roteiro ficou nas mãos de André Brandt e Gui Cintra com argumento da dupla e Costa.
Confira o trailer:
Vidente Por Acidente chega em 18 de abril nos cinemas.