Rebecca Ferguson vem de uma série de grandes projetos em Hollywood, e sempre deixa sua marca por onde passa. Foi assim na franquia de filmes de Missão: Impossível, onde atuou com Tom Cruise, e no longa Caminhos da Memória com Hugh Jackman e claro, no longa indicado ao Oscar, Duna do diretor Denis Villeneuve, onde a atriz retorna para a parte 2 em novembro.
Para muitos Ferguson é a nova rainha do sci-fi e aqui com Silo não é diferente.
Fergunson interpreta a engenheira Juliette no seriado da Apple baseado nos livros do autor Hugh Howey. E aqui, além de atuar na atração, a atriz também faz parte da produção executiva ao lado de Graham Yost.
Criador da série Silo e autor dos livros comentam as principais diferenças entre os projetos
Silo acompanha a história das últimas dez mil pessoas da Terra. “Suas casas ficam nas profundezas do planeta os protegendo do mundo tóxico e mortal do lado de fora. Porém, ninguém sabe quando ou por que o silo foi construído, e quem tenta descobrir enfrenta consequências fatais. Ferguson é Juliette, uma engenheira que procura por respostas sobre o assassinato de um ente querido e esbarra em um mistério que vai muito além do que ela podia imaginar, levando-a a descobrir que, se mentiras não matam, a verdade mata.” afirma a sinopse.
E em bate-papo com o site, a atriz fala sobre atuar, trabalhar na produção executiva, e outras curiosidades do seriado.
Silo – 1ª Temporada | Crítica: Uma ótima Rebecca Ferguson em uma das séries mais intrigantes do ano
Atriz primeiro, produtora executiva depois.
Com Silo, Ferguson assumiu o papel de produtora executiva na atração. Para ela o trabalho no seriado foi dobrado.
Sobre a questão, a atriz comenta: “Para mim veio de forma natural. Afinal, eu não sabia muito bem o que fazer. Quer dizer, quando Granham me falou: “Ok, você tem muitas opiniões…”, eu respondi: “Yeah, eu sei.”. E depois ele falou: “Você quer ser produtora executiva?” e nesse momento eu estava literalmente no Google, enquanto ele estava na janelinha dele na chamada de vídeo que fazíamos, digitando: “O que faz um produtor executivo em um seriado de TV?”. Então sim, eu comecei a descobrir [aos poucos].
E sobre esses dois lados, a atriz comenta: “Para mim, enquanto eu gravava, eu gravava, eu não tinha um chapéu de produtora. Eu sou só uma [atriz], no meio de todos [do elenco] né? E eu não olhava para a câmera de um ângulo especifico, como produtora. Não, isso é o trabalho deles. Esse é o trabalho do departamento de câmeras. Eu não me metia.”
“Mas eu comentava algumas coisas em geral sobre o lado criativo, e os arcos narrativos que eu gostaria que o seriado seguisse, e era isso que eu comentava na sala de roteiristas com Graham e os outros.” diz ela.
Fergunson finaliza. “Então eu não fazia muita coisa, eu ficava bastante calada e seguia Graham nessa minha primeira empreitada e eu acho que isso é muito importante. Ser humilde nessa posição e aprender com as pessoas que já fazem isso tem muito tempo, então eu soube dividir bem.”
Sobre Juliette ser uma personagem extremamente popular com os fãs do livro.
Os fãs do livro da franquia Wool são extremamente obcecados por Juliette e Fergunson comenta sobre a questão e que ela mesmo se conectou muito rápido com a personagem.
A atriz comenta: “Eu me conectei de uma forma muito rápida com ela. Eu gosto de uma garota determinada. Eu gosto de alguém que é quem é, que é calejada. A maioria das personagens que eu interpreto, eu vejo que as pessoas definem com “fortes”. E eu sempre questiono isso. Para mim é jornalismo preguiçoso chamar uma personagem assim, eu acho que tem outras palavras para descrever, e explicar, uma personagem assim. Mas eu amo ela por que eu amo o fato que ela está tão destruída emocionalmente, e também tão vulnerável, e tão quebrada pelas pessoas que morrem ao se redor.”
Sobre tentar se conectar com quem é Juliette para compôr a personagem, Fergunson contou um pouco sobre o seu processo. “Eu fiz um monte de pesquisa sobre trauma, catarismo e como você se torna um introvertido, mas a melhor parte para mim foi olhar para as páginas, e os fóruns, dos fãs dos livros. Para ver o que as pessoas amavam sobre a personagem… e levar isso em consideração quando construi essa personagem.” afirma.
“Ela é extraordinária. Quero dizer, ela é fantástica, e o arco narrativo que ela vai aqui é um grande presente para uma atriz.” completa.
Sobre gravar nos sets reais do silo que foram criados para Silo.
Sobre os sets que foram construídos para as gravações da série, a atriz comenta que eles eram gigantes. E deu uma noção para nós sobre o quão grande era, e para o contexto do seriado, o quão grande é o Silo dentro da série Silo.
“Eu gostaria de ter uma resposta de gênio matemático para você, onde eu digo, sim, a raiz quadrada é o diâmetro de…., quero dizer, não. É por isso que eu não escrevo ficção científica. Então o Silo é muito grande, muito longo, e muito profundo. Mentira, para ser honesta, o que eu gosto é que tem uma estrutura em cada nível. Eu acho que nós comentamos sobre isso, eu e Graham… eu acho que a ideia era que você, os personagens, podem viver cada um em sua plataforma, no seu próprio nível, e, talvez, se aventurar em um, ou dois, andares, acima ou abaixo, e isso seria suficiente para você viver sua vida.” afirma ela.
“Então temos sistemas de agricultura, polícia, shopping, e tudo mais. Tudo é gigante como parece ser.” diz a atriz sobre a estrutura do silo dentro da série.
E sobre gravar nesse silo, a atriz comenta: “E claro, os sets são enormes. Eu quero dizer, eram grandes os suficientes para me deixar irritada toda vez que nós tínhamos que parar as gravações, e subir, e descer todas aquelas escadas.”
Sobre as cenas que exigiam mais força e o treinamento envolvido.
Fergunson comenta sobre as cenas mais intensas fisicamente que Juliette vive em Silo, afinal, ela é a chefe da casa das máquinas que geram energia para todo o complexo do silo.
E a atriz comenta sobre isso: “Eu amo. Eu não olho no roteiro para ver se tem alguma coisa que exige fisicamente e fico feliz, não. Para mim se o papel exige isso, claro, então eu vou fazer e eu sou boa nisso. Eu aproveito. Eu sou boa por que eu aproveito.“
Ela completa: “É uma coisa engraçada. E eu gosto pelo fato que eu posso eu mesma fazer minhas próprias cenas, acrobacias. Claro, temos que trazer nossas pessoas por conta de questões de saúde e segurança. Mas eu queria ficar e fazer isso, mas eu tenho que dar espaço para eles e fazer outras coisas. Mas eu amo, eu amo fazer esses desafios físicos. Me deixa em forma, queridos.”
Sobre algum momento específico na primeira temporada que ficou marcado para ela
Sobre alguns dos momentos favoritos de Juliette na temporada, Fergunson comenta: “Eu gosto de um dos momentos quando Juliette precisa enfrentar um dos seus maiores medos que é água.” [vemos isso no episódio 3]
“Por que no ambiente que eles vivem, nossa é muito difícil não dar spoilers né?, nós não temos muita água, nós não temos piscinas, não temos banheiras, então nós temos um tipo de vazamento e ela precisa imergir no seu maior medo. E como atriz, eu sei nadar, mas eu acho que com essa personagem, eu tive que reaprender coisas que para mim soavam muito naturais.”
Ela conclui “Me fez parecer um pouco boba, como uma criança que não sabia se mexer. Eu realmente adorei esse aspecto de voltar a aprender alguma coisa.”
Sobre inspirações para o papel de Juliette.
Nos cinemas e nas séries temos muitas mulheres bad-ass por aí de Sarah Connor da franquia Exterminador do Futuro e Ellen Ripley em Alien. Fergunson diz que não se inspirou em nenhuma delas e que espera que Silo dê a oportunidade de termos novas personagens femininas boas.
“Eu acho que já existem muitos personagens no mundo e que podemos criar novas personagens e existem todos os pilares para mulheres construírem isso, e eu acho que ela [Juliette] é muito bem escrita, como uma personagem humana.” comenta.
“O que eu amo dela é que ela tem uma grande base de fãs dos livros. E eu fui atrás e pesquisei de forma bem obecada o que os fãs comentavam sobre ela e o que amavam sobre ela. Eles falavam sobre as habilidades físicas e acho que alguém até falou em algum lugar, eu tenho anotado no meu caderninho, “eu sempre imaginei que ela colocava as mãos no bolso” e isso foi para lá muito rápido.” diz a atriz.
“Eu a construi com base na interpretação das pessoas sobre o personagem e acho que isso deve ser suficiente. (…) Nós precisamos de novas plataformas para apresentar novas mulheres por ai.”
Completam o elenco os atores Common, Harriet Walter, Chinaza Uche, Avi Nash, David Oyelowo, Rashida Jones e Tim Robbins.
Silo exibe um novo episódio todas às sextas-feiras no AppleTV+