A animação Spirit – O Indomável é o novo lançamento da DreamWorks e da Universal Pictures que chega aos cinemas nacionais agora no dia 4.
Na trama, acompanhamos como a vida de Lucky Prescott (voz de Isabela Merced no original) mudou para sempre quando ela se mudou de sua casa em um centro urbano para uma pequena cidade de fronteira e tornou-se amigo de um mustang selvagem chamado Spirit.
O longa é comandado pelos diretores Elaine Bogan e Ennio Torresan que falaram com o ArrobaNerd sobre o filme.
Confira:
Bogan comenta quais foram três coisas que a fizeram aceitar a função da direção de Spirit – O Indomável. A primeira delas, diz a diretora, é sua paixão por cavalos. Ela comenta se lembrar da primeira vez que recebeu o telefonema que ia assumir o projeto e diz: “Quando recebi a primeira ligação sobre o filme, eu estava sentada em meu carro no estacionamento do centro equestre de Los Angeles e tinha acabado de montar no meu cavalo. Então, o momento disso foi perfeito. Ando a cavalo desde muito jovem e então agora adulta tinha reunido toda essa grande experiência de vida que pude usar para contar histórias no filme.”
Ela continua: “O filme também é muito sobre família e amigos, e apoiar aqueles ao seu lado, mesmo que eles não entendam do que você é capaz. E isso sempre foi muito especial para mim, pois eu não sei se estaria aqui fazendo o que eu faço sem minha família e amigos.
E também há o elemento de Lucky ser uma mulher jovem, ter feito essa jornada de autodescoberta que ajudou a se reconectar com sua família. Ela é capaz de realizar o impossível.”
E finaliza: “Assim, são essas três coisas que eu posso dizer que eu posso me relacionar tendo passado por essas experiências… e eu acho o que me fez realmente aceitar foi a chance de ter uma contadora de história e uma diretora que conseguiu se conectar com a trama e contar essa história autêntica através das minhas experiências de vida.”
Já Torresan diz que suas filhas foram as grandes razões pelas quais ele aceitou o projeto por que elas já conheciam a franquia. “Foi por elas” .
E a serem perguntados como Spirit – O Indomável se encaixa dentro da história que conhecemos ambos foram bem categóricos onde o longa se encaixa. “É como se fosse um novo capítulo dentro da história de Spirit”, afirmam os dois. Torresan diz que a trama se passa no século XIX e Bogan comenta que “É definitivamente seu próprio filme, que espero alcançar os fãs dos filmes antigos, e da série de TV que já existe, e também convida novos membros do público para a franquia.”
E Spirit – O Indomável foi o primeiro trabalho na direção de tanto Torresan quanto de Bogan. Brasileiro, Torresan trabalhou em diversos projetos da Dreamworks como Head of Story (O Poderoso Chefinho de 2017 e Abominável 2019) e no departamento de arte. Já Bogan trabalhou na direção de episódios da série de TV como Caçadores de Trolls: Contos de Arcadia e Os 3 Lá Embaixo: Contos de Arcadia e para ambos foi um grande desafio.
Bogan diz que sua experiência em fazer TV ajudou, e muito, nessa nova etapa de assumir um longa. “Eu me senti preparada o suficiente para seguir em frente e fazer coisas maiores e as habilidades que eu ganhei ao fazer TV me ajudaram e me prepararam para, por exemplo, tecnicamente comandar todos esses departamentos e tudo que acontece de forma simultânea, enquanto meu trabalho na direção era focar na parte de criação que no meu trabalho isso é muito grande.”
Perguntada sobre as diferenças e as similaridades entre dirigir TV e cinema, Bogan faz uma comparação interessante. Ela diz que dirigir um filme é como se fosse participar de uma grande maratona e com tv é como se fosse uma corrida da modalidade Sprint, onde você precisa correr o mais rápido possível numa distância curta. A diretora comenta: “Normalmente esses filmes às vezes podem levar quatro anos, embora tenhamos concluído o nosso em dois, então você tem que ter muito foco e energia… então para mim foi um grande processo de aprendizagem.”
Ela finaliza: “Então além de estar à frente do meu primeiro filme, meses e meses depois do início do projeto, também enfrentamos o desafio de sermos enviados para nossas salas de estar para trabalhar em casa. Coisa que ninguém nunca tinha navegado antes… então estávamos todos aprendendo juntos, o que foi uma das coisas boas… você sabe, o lado bom de tudo isso é que estávamos todos experimentando a mesma coisa juntos.”
SOBRE TRABALHAR DE CASA NA PANDEMIA
E perguntados sobre os desafios que tiveram para concluir o filme na pandemia, tanto Bogan quanto Torresan comentaram sobre as dificuldades. Torrensan disse que poucas cenas foram gravadas no estúdio da Dreamworks com os atores e que Isabela Mereced e a mãe foram para as sessões poucas vezes antes do mundo ter entrado em pandemia.
Já Bogan comentou que das 55 sessões que os atores tiveram para gravar suas falas do filme, apenas 4 foram feitas em estúdio.
Ela diz: “Apenas 4 desses aconteceram antes de sermos mandados para a casa por causa da pandemia. Então muito dos momentos dessas primeiras sessões foram a gente freneticamente enviando equipamentos de gravação para a casa dos atores e vendo eles construírem esses pequenos bunkers a prova de som nas paredes dos seus armários e nas cozinhas e adesivando os microfones nas mesas da cozinha e coisas do gênero. “
E a diretora comenta os desafios que isso gerou na produção do filme. “Assim, recebemos áudios com uma qualidade não muito boa, e o que isso significou era que tínhamos um calendário para seguir… precisamos começar o processo de animação e usamos essas gravações brutas para animar as cenas.”
Ela diz: “Eu acho que aproximadamente alguma coisa entre 70% dos diálogos do filme são em ADR [do inglês Aditional Digital Recording, ou seja, quando os atores voltam para gravar suas falas novamente e que existe uma substituição de diálogo original].
A diretora finaliza: “E uma vez que os estúdios voltaram a abrir novamente e conseguimos juntar os novos áudios com aquilo que já tínhamos animado através do material bruto anterior. Então você sabe que não é, definitivamente não é uma situação normal, foi tudo muito único e tivemos que resolver muitos problemas ao longo do caminho, então isso foi um grande desafio para nós.”
O ELENCO
No elenco de vozes originais temos os atores Isabela Merced, Eiza González como Milagro Navarro, Jake Gyllenhaal como Jim, Mckenna Grace, Marsai Martin, Andre Braugher como Al Granger, e Walton Goggins como Hendricks e Julianne Moore como a Tia.
E Bogan diz que o roteiro começou com personagens muito específicos e que eles tinham essa lista de desejos para quem eles queriam nos papéis. A diretora comenta: “Foi incrível porque quando trouxemos os atores e lhes apresentamos a história e quem era seu personagem, eles já se relacionavam com aquele personagem porque os escolhemos especificamente eles [para dar voz].”
Bogan foi só elogios para Isabella Merced. Ela diz: “Ela é muito parecida com Lucky na vida real, ela é apaixonada, ela está conectada à sua cultura. Ela é muito voltada para a família, ela e sua mãe passaram muito tempo juntas, mas ela também é incrivelmente corajosa e artística e ela tem um coração gigante. E para nós ela é a Lucky.”
Ela finaliza por dizer que todos tinham uma certa semelhança com seus personagens e que assim que eles começaram a gravar suas falas, eles deixaram eles serem quem eles são. “Acho que foi isso que ajudou a criar esses personagens que pareciam realmente autênticos.”
Bogan diz que a personagem que ela mais identifica no longa é Abigail “tem momentos no dia que eu não quero pensar e só quero viver o momento… e meu cavalo Siggy é muito parecido com o Boomerang” e Torresan com Jim Prescott o pai de Lucky (voz de Jake Gylennhal). “Somos muitos parecidos”, afirma ele.
E depois de todo trabalho, tanto Torresan quanto Bogan dizem que não tem futuros projetos em andamento e que querem descansar depois da maratona que foi trabalhar com o longa.
Spirit – O indomável tem previsão de chegar nos cinemas em 10 de junho de 2021 pela Universal Pictures.